A Noiva Indesejada do Alfa - Capítulo 456
Capítulo 456: INIMIGO INTERNO
Leviathan estava na beira da clareira, sua mandíbula apertada enquanto observava Jasmine sendo escoltada pelos homens do Caçador Alfa.
Ela se movia lentamente, cautelosamente, envolta em sua capa como um fantasma flutuando entre os guardas. Sem correntes. Sem hematomas. Sem mãos rudes.
Ele zombou.
Que piada.
Ela deveria ser uma prisioneira, não uma convidada. E lá estava ela, tratada como uma relíquia preciosa. Nem mesmo um tapa na cara. Nem mesmo uma maldita coleira.
Ele queria cuspir.
O que a fazia tão especial?
Ele já tinha visto lobos melhores acorrentados e arrastados por menos. Afinal, ele a trouxe. Ele rastreou o cheiro dela. Deveria ter sido sua glória. Seu prêmio.
E ainda assim o Alfa mal o reconheceu. Falou com ele como se fosse um incômodo.
A estúpida prostituta deveria ser compartilhada entre os homens.
Ele deveria satisfazer-se antes de entregá-la aos outros.
Não que ela fosse ser tratada como uma Rainha.
Um rosnado baixo reverberou em sua garganta.
Muito bem.
Se eles queriam tratá-la como realeza, que fizessem isso.
Mas ele não ia sentar e assistir a isso acontecer.
Da borda sombreada da linha das árvores, Leviathan assobiou baixo e agudo. Momentos depois, uma grande coruja desceu de um poleiro próximo, seus olhos brilhando dourado na luz que desaparecia.
Leviathan amarrou uma mensagem na perna dela com mãos experientes, selando-a com seu próprio lacre carmesim.
“Voe rápido.”
A coruja partiu silenciosamente, desaparecendo no céu enegrecido.
Deixem-nos mimar sua preciosa princesinha. Ele garantiria que ela fosse tratada da maneira correta—através de traição, mentiras e sangue.
Ele observou até que a coruja desapareceu no horizonte, sua expressão escurecendo.
“Você vai desejar estar acorrentada quando eu terminar com você,” ele murmurou sob a respiração. “Você não vai sair dessa, garota. Não desta vez.”
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Profundamente sob os salões de mármore da Cidadela do Norte, um fogo rugia em uma lareira esculpida com runas antigas.
Uther estava junto às chamas, o pergaminho de Leviathan em sua mão. Ele leu duas vezes. Depois uma terceira vez.
Ele sorriu.
“Perfeito,” ele murmurou.
Quem poderia saber que a deusa estaria ao seu lado?
Por que o destino era tão bom?
Jasmine capturada?
Isso era bom demais!
Ele estava grato por ter mantido seus laços com os selvagens agora veja como isso veio a seu favor.
E Xaden….
Bem, o bastardo ainda estava desaparecido e sem paradeiro conhecido.
Era o que a carta dizia.
Ele caminhou até a parede distante e bateu uma vez—forte.
Um painel deslizou, revelando um corredor secreto iluminado com lanternas violetas.
Ele entrou sem hesitação e desceu os degraus em espiral até alcançar uma pequena câmara circular cheia de fumaça doce e símbolos de serpente.
Uma mulher estava no centro, envolta em vermelho, seu cabelo escuro preso em uma coroa de vidro.
Princesa Cereja
E a última mulher no reino que alguém jamais desejaria perturbar.
Seus olhos se fixaram nele quando ele deu um passo à frente.
“Você valoriza sua língua, Uther?” ela perguntou em uma voz que era toda açúcar e lâminas. “Porque me perturbar sem motivo é como os homens a perdem. Eu tenho tantos acordos para você acrescentar a qualquer bobagem.”
Ela não estava realmente aqui, como de costume.
Apenas uma espécie de espírito dela que ela usava para viajar.
Uther se curvou levemente. “Trago boas notícias. Sobre Jasmine.”
A isso, seu interesse despertou.
Seus dedos pararam no meio da invocação, e ela se virou completamente para ele. “Jasmine? Aquela prostituta e minha favorita sobrinha-neta.”
“Mais do que isso,” Uther disse. “Ela foi capturada.”
Princesa Cereja sorriu, maliciosa e lentamente. “Oh… muito bem…..”
E então ela riu.
Uma risadinha suave que dizia que ela estava encantada. “Por quem?”
“Caçador Alfa,” Uther respondeu. “Ele a tem em sua alcateia.”
“Bem, já era hora de alguém fazer algo útil.” Cereja deu um passo à frente, seus saltos estalando contra o chão de pedra. “Presumo que ela tenha sido… tratada?”
Os lábios de Uther tremeram. “Não exatamente.”
Ela estreitou os olhos. “Explique.”
“Ela não está ferida,” ele disse cuidadosamente. “Nem mesmo acorrentada. Aparentemente… ela está grávida.”
O sorriso morreu.
“O quê?????”
Uther levantou a carta, deixando ela ver por si mesma. “Da criança de Xaden.”
A expressão de Cereja se contorceu em repulsa. “Você quer me dizer que aquela vadia conseguiu dar o golpe antes que pudéssemos acabar com ela?”
“Parece que sim.”
“E você não sabia disso?” Ela exigiu dele.
Claro que ele sabia.
Mas ele estava tão ocupado perseguindo seus interesses que não a havia informado.
“Eu não sabia.” Ele mentiu.
Cereja o mataria se soubesse que ele sabia.
Cereja se afastou, sua capa varrendo atrás dela como sangue no chão. “Nojento. Aquela garota sempre foi mais problema do que valia.”
“E parece que o Caçador Alfa sabe uma ou duas coisas sobre ela. Minha fonte me disse que ele estava interessado em algum poder.”
“Poder?” Cereja zombou. “Por favor. O poder dela é uma mancha—algo enterrado e quebrado. Mas linhagens de sangue… linhagens complicam as coisas.”
Ela caminhou por um momento, seus dedos se curvando e descrispando. “Matar aquela garota tem sido tão malditamente difícil. Eu já matei monstros. Mas uma estúpida impostora não transformada. Ela continua escapando.”
“Eu pensava o mesmo,” Uther disse. “Então pensei por que não tentamos algo diferente.”
A sobrancelha de Cereja se levantou. “O que você tem em mente?”
Pela primeira vez, ela estava interessada em ouvir a opinião dele.
Uther se inclinou levemente. “Vamos incriminá-la. Fazer parecer que ela orquestrou o sequestro de Xaden. Virar os lobos contra ela. Se ela for vista como uma traidora… Virar Xaden contra ela. Já que não podemos matá-la. Podemos nos livrar dela.”
“Eles irão matá-la eles mesmos ou talvez pior.” Cereja concluiu, sua voz ronronando de deleite. “Muito mais limpo do que nossas mãos jamais sendo apanhadas.”
“Exatamente.”
Cereja bateu as unhas longas contra o queixo. “E quanto ao Leviathan?”
“Dê a ele ouro. Diga que Anna pagará diretamente a ele.”
Com o nome, Cereja parou. “Anna.”
“Minha sobrinha e irmã de Xaden. Leal. Viciosa. Furiosa. E facilmente manipulável. Ela quer Jasmine longe, talvez mais do que qualquer um de nós.”
Cereja ficou quieta por um tempo.
“Você é muito mais esperto do que eu pensava que você fosse, Uther.” Cereja disse. “Fui corrigida.”
“Então como você vai fazer Anna saber de tudo isso?” Ela perguntou a ele.
“Eu vou encontrar um jeito.” Ele a assegurou.
“Isso pode funcionar.” Cereja disse. “Se você conseguir. Eu tornaria dar-lhe esta alcateia algo sem complicações e suave. Você teria tudo que já quis.”
Uther se curvou. “Você é muito gentil, sua majestade.”
E em uma nuvem de fumaça ela se foi