A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 67
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67: Capítulo 67 – Imagens Tatuadas 67: Capítulo 67 – Imagens Tatuadas A mão que apertou firmemente sua boca era suada e um pouco trêmula, mas muito firme sob a tentativa rápida dela de arrancá-la.
A salinidade do suor que se acumulava em sua língua enquanto seus dentes trancavam na carne era nojenta, mas ela estava pronta para suportar qualquer coisa para garantir que não fosse levada para fora do palácio ou ferida ali mesmo.
A ameaça do aldeão ecoava em sua mente repetidamente, tornando suas lutas cada vez mais frenéticas e ásperas, antes que uma voz tensa cortasse seus pensamentos e se infiltrasse em seus ouvidos, apesar de seus esforços.
“…Raquel!” Veio um guincho dolorido. “Por fa…vor pare! Sou sua cri…ada, Minha Senhora!”
Raquel?
Ela afrouxou o aperto dos dentes na carne, recuando rapidamente e limpando a boca com a manga do vestido. Ela ainda podia sentir o gosto do suor de Raquel e nada disso lhe agradava.
Ofegante pelos esforços anteriores e ainda se sentindo muito tensa com a escuridão, as mãos de Belladona percorreram a superfície de sua penteadeira em uma busca desesperada por um fósforo, mas ela ouviu o sibilar de um palito de fósforo, viu uma pequena bola de fogo no meio da escuridão do quarto, antes de ela se tornar mais brilhante.
“Raquel.” Belladona disse aliviada, sua voz ainda ofegante pela forma como seu coração estava acelerado. “O que você está fazendo aqui? No meu quarto, esperando no escuro?”
“Eu–eu– um mo-mento, minha Senhora.”
Belladona assentiu, à espera que ela se afastasse e voltasse com algo para explicar toda a situação.
O cheiro da cera da vela queimando flutuou pelo seu nariz, enquanto Raquel circulava, acendendo as outras velas no castiçal que estava pendurado na parede do quarto.
“E então?” Belladona olhou para suas mãos agora vazias com olhos céticos.
“Eu não po-dia vo-ltar para o meu quarto.” Ela parecia um pouco trêmula, seus ombros tensos.
“Por quê?”
“Por-que você con-tou ao Rei.” Sua voz estava baixa e embargada de lágrimas. “Meu ma-rido não ficará feliz.”
Com uma observação mais atenta, Belladona notou quão inchados estavam os olhos de Raquel, inchados e vermelhos sob a luz de vela vacilante do quarto.
Ela estava chorando.
“Eu não contei ao Rei.” Ela disse calmamente.
Raquel franziu a testa.
“Ma-as eu ou-vi você—”
“Eu queria contar, mas não contei.”
O sorriso dela era evidente, iluminou seu rosto e o preencheu. Os cantos de seus olhos se enrugavam e os cantos de seus lábios se esticavam, um grande sorriso estampado neles.
“Minha Senhora—” ela avançou para abraçar Belladona em excitação, mas um dedo advertente ficou entre elas, sinalizando que havia mais nisso.
Raquel não se importava realmente com o que o ‘mais’ era, seu maior medo acabara de ser confirmado como irreal e, portanto, sua alegria não conhecia limites.
“Um mês.” Belladona afirmou firmemente e os cantos dos lábios de Raquel se aprofundaram pelos lados, seu sorriso não tão largo quanto antes.
“Se piorar após um mês, falarei.”
O sorriso de Raquel se alargou novamente. Ela mal conseguia conter sua felicidade. Ela não tinha ideia se tudo ficaria bem antes de um mês acabar, mas por enquanto, o perigo estava contido e isso era suficiente.
“Minha Senhora. Você não faz ideia do quanto fez por mim.” Sua voz vibrava de felicidade, mãos firmemente agarradas às dela em gratidão.
“De verdade, eu não sei,” ela respondeu, embora sua voz soasse baixa, sua mente estava perdida em pensamentos leves. “Espero não ter cometido um erro.”
Seu olhar se desviou para o rosto de Raquel, tirando suas mãos e segurando-as levemente em um gesto de conforto, que ela poderia precisar. “Espero estar ajudando você da maneira certa.”
Raquel assentiu rapidamente, durou apenas alguns segundos, mas com o movimento de cima para baixo de sua cabeça, Belladona começou a temer que sua cabeça estalasse e rolasse no chão.
Ela riu disso em sua mente.
Fazia tempo que ela não tinha suas loucas imaginações.
“Não conte nada disso ao meu marido. Ele me matará.”
Com uma leve apertada em suas mãos ela assegurou. “Meus lábios estão selados.”
“Ah.” Raquel se esforçou, puxando sua mão para longe das de Belladona. Suas sobrancelhas se franziram com dor, seu olhar fixo no interior de suas palmas.
“Você está bem?” Ela perguntou, aproximando-se para ajudar.
Havia sangue em sua palma, vermelho e um pouco seco.
Ah, deve ter sido de quando ela a mordeu.
Agora que ela estava observando, o sangue também havia manchado sua mão.
“Sinto muito, Raquel.” Ela disse, ao tentar cuidar disso, mas Raquel estava se afastando rápido demais.
“A culpa é m-minha,” ela exibiu seu grande sorriso trêmulo, dobrando as mãos atrás das costas para escondê-las.
O movimento rápido fez Belladona notar o pequeno rasgo pelo decote do uniforme azul de Raquel. Tinta preta em sua pele se insinuava pela rasgadura.
Uma tatuagem?
Belladona não teve tempo de verificar, antes de Raquel puxar sua mão sobre ela, ajustando o rasgo e cobrindo-o.
Elas caíram em um silêncio constrangedor, o olhar de Belladona ainda fixo na parte do rasgo que Raquel ainda estava muito sobre, enquanto sua mente repassava todas as tatuagens que havia visto naquela noite.
Uma no aldeão.
Uma na mulher queimando.
Uma tatuagem para a família da mulher queimando.
“Minha Senhora, preciso ir agora. Muito obri–” Raquel tentou contorná-la, mas Belladona permaneceu firmemente em seu caminho mental.
“Deixe-me ver.”
“O quê?”
“Seu ombro.”
Raquel passou a mão de forma dismissiva sobre seu ombro vestido.
“Meu ombro está bem. Ele rasgou–ele rasgou–eu— eu estava um pouco chateada.”
Belladona não estava realmente preocupada com o rasgo, no entanto.
Era a tatuagem.
Quando Belladona não se moveu, Raquel afastou sua mão, finalmente trazendo a imagem tatuada à luz.
Ela se lembrou.
Aquela tatuagem.
A mesma que a família que havia ameaçado sua vida naquela noite tinha.
Raquel também a tinha.