A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 53
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53: Capítulo 53 – Pequenas Coisas 53: Capítulo 53 – Pequenas Coisas “Tudo bem com você?”
“Sim, Sua Majestade. Eu só—” a voz dela se perdeu com o som de botas correndo, de um guarda apressado descendo o corredor em sua direção.
“S-sua M-majestade, S…ua Majestade…” Ele chamava, ofegante, então se ajoelhou. Antes que ele conseguisse declarar seu propósito, o Rei já estava perguntando.
“Está pronto?”
“Sim, Sua Majestade.”
“Dispense-se.” Então ele desviou sua atenção do guarda que já se afastava correndo, e voltou para Belladona. “Assuntos importantes do Reino.”
Ele começou a caminhar pelo corredor, fazendo-a seguir.
“Oh.”
Ela imaginou o que poderia ser tão urgente que o fez esquecer imediatamente do que ela queria conversar com ele.
“Eu preciso tratá-los.”
Ele desceu as escadas e ela seguiu. Quanto mais desciam, mais ela se preocupava com o quanto seria difícil para ela voltar ao seu quarto. Provavelmente seria lá que ela teria o jantar.
Quando ele nada mais disse, ela parou e o chamou. Ele parou, voltando-se para ela.
“Espero que não seja algo muito sério, ou ruim?”
Ele inclinou a cabeça de um lado para o outro antes de dizer. “Requer minha atenção urgente.”
Bem, aquilo soava muito importante, além disso, qualquer coisa que obrigasse o Rei a deixar o Palácio para atender deveria ser algo de alta importância. O que ela estava pensando. Ele provavelmente iria decolar em seu dragão e apenas desaparecer pelo tempo necessário. E pensar que ela acreditou que as coisas entre eles estavam indo suavemente como deveriam.
“Eu entendo, Sua Majestade. Boa noite,” ela respondeu, virando-se para subir as escadas, momentaneamente atordoada com o quão para baixo eles haviam ido.
Por Ignas, todas essas escadas!
Por que ela? Por que isso estava acontecendo com ela? Por quê–
O couro áspero contra sua pele, da mão que segurava seu pulso, a parou.
“Boa noite, mas receio que terá que dizer isso novamente quando retornarmos da reunião que vamos participar juntos esta noite.”
Juntos?!
Com o Rei?
Para encontrar algumas pessoas importantes de Ignas?
Em relação a alguns assuntos importantes que tinham a ver com Ignas?
Como ela iria sobreviver a tudo isso com o estômago vazio?
Esse encontro importante tinha melhor ter intervalos para lanches ou ela não duraria a noite.
Ela simplesmente sabia.
***
O interior da carruagem era decorado com tanto vermelho que decorava o quarto do Rei.
Tanto vermelho que ela poderia chorar.
Mas seus pensamentos estavam em outra coisa.
Ela estava deliberando se deveria falar sobre Raquel para o Rei ou não. Ela estaria interferindo e causando mais problemas se fizesse isso ou estaria ajudando? Qual seria a melhor forma de proceder? Falando ou apenas se mantendo em silêncio?
Ela pensou nas duas possibilidades e avaliou suas opções, mas com cada uma, sempre sentia que estaria cometendo um erro se levasse adiante.
“Interessante escolha de… cor.” A voz do Rei a tirou de seus pensamentos.
Ele estava sentado à sua frente, observando-a com interesse, embora ainda estivesse com sua máscara por algum motivo que Belladona não conseguia entender, já que estavam sozinhos.
“Obrigada, Sua Majestade.”
“Por que azul?” Ele perguntou, recostando-se e cruzando seus braços no peito.
“Eu gosto.” Ela se inclinou para frente, apoiando o queixo na palma da mão. “Combina também com meus olhos.”
“Você tem olhos lindos.”
Suas bochechas esquentaram e ela sorriu, assentindo.
“Por que vermelho? Sempre vermelho?”
Ele deu de ombros.
“Eugosto.”
Ele recostou em seu assento, calado, enquanto ela cruzava os braços.
Ele riu.
“Você frange a testa. Você não aprova.”
“A cor simplesmente queima meus olhos, me deixa tonta com a quantidade. Acredito que tentar outras cores seria bom.”
O Rei se recostou em seu assento novamente, mais devagar desta vez, como se estivesse pensando, seus olhos fixos nela.
Então ele estalou os dedos, olhando para trás.
“Vire a carruagem.”
O próximo som que ela ouviu foi o relinchar dos cavalos. Ela balançou levemente para o lado enquanto a carruagem fazia a curva mais suave possível.
“Por que estamos voltando?”
“Você verá.” Ele clicou os dedos contra sua máscara. “Você queria me dizer algo.”
“S-sim.” Ela disse com esforço.
Um tempo atrás ela tinha certeza, mas agora, não tanto, mas ela não podia simplesmente ficar em silêncio. Isso seria absolutamente suspeito.
“Eu preciso de um trabalho, algo para fazer para ganhar dinheiro.”
Ele riu.
“Por quê? Eu tenho baús cheios de ouro no meu tesouro. Eu poderia lhe dar um ou mais, se você desejar isso.”
“Não, eu gostaria de ganhar.”
“Ganhar?” As palavras saíram de sua língua como se fossem estranhas. “Por que você iria querer trabalhar, quando você me tem para fazer todo o trabalho por você?”
Seus olhos brilharam com interesse. “Isso me manteria ocupada e adoro costurar. Devo lhe dizer, sou muito boa com minhas mãos.”
Algo escuro cintilou em seus olhos e ele murmurou guturalmente.
“Quão boa?”
“Muiiiiiiiiiito boa.”
“É mesmo? Interessante.”
“E, sim. Minha língua também, para a lã, eu adoro costurar e não tinha máquina para ajudar, então eu acabava lambendo a ponta–” sua voz se perdeu quando de repente as palavras começaram a soar de forma errada em sua cabeça. Ela mexeu no cabelo, seu rosto aquecendo de constrangimento enquanto olhava para o lado e recostava em seu assento.
A carruagem se encheu de tensão.
Por sorte, eles já estavam de volta no Castelo e o Rei estava saindo.
Ela queria sair também, mas ele sinalizou que ela deveria esperar. Então ela se recostou, batendo a mão contra a testa num gesto de facepalm quando ele se foi.
“Estúpida, estúpida, estúpida. Bom com suas mãos? E sua língua? Você está falando sério, Belladona? Por que eu disse isso? Isso foi tão constrangedor e desajeitado.”
Ela continuou resmungando para si mesma, então parou quando ouviu a porta da carruagem se abrir. O Rei entrou, sentando uma vez mais à sua frente.
“O que você acha?”
Belladona avaliou sua aparência. Ele tinha trocado seu manto vermelho por um branco, com pequenos desenhos em vermelho aqui e ali.
“Foi difícil conseguir isso, estava bem no fundo do meu armário. É a única cor diferente que consegui encontrar. Talvez eu tente outras em algum outro dia.”
Belladona estava além de estupefata.
Foi essa a razão pela qual ele havia virado a carruagem?
“Então, o que você acha?”
“Está maravilhoso.”
“Tem certeza?”
“Sim, Sua Majestade.”
Ele estalou os dedos, recostando-se. Belladona podia imaginar aquele sorriso usualmente encantador por baixo da máscara dele.
“Pode parecer tolice, mas eu disse ao cocheiro que não nos moveríamos até você aprovar.”
“Se eu não tivesse aprovado?”
“Quero dizer que procuraria outro, mas eu não possuo outro. Terei apenas que chamar meu costureiro aqui esta noite e fazê-lo costurar um para mim.”
Belladona não pôde evitar a risada que borbulhou de sua boca.
Agora isso era simplesmente loucura.