A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 485

Capítulo 485: 116 – Não como planejado

Tarde demais.

Ny’ka chegou tarde demais.

A batalha tinha acontecido. Belladona e Xida, entre outros, tinham sido capturados.

Eles sofreram outra derrota, uma muito próxima da anterior.

Eles tinham sido emboscados, mas para Ny’ka, isso não era o mais doloroso. O que mais doía era o cadáver de seu pai, que foi colocado aos seus pés.

Ela caiu de joelhos e chorou; ela lamentou. Então sua dor se transformou em fúria e ela procurou por algo ou alguém para despejar a violência de sua raiva.

“Todos que acreditam em você morrem.”

O vento da meia-noite parecia áspero e os seres que estavam diante dela pareciam o que eram: seus inimigos.

“Ny’ka”, o Sacerdote a chamou bruscamente. “Venha comigo para enterrá-lo e garantir que sua alma esteja segura—”

“Minha mãe morreu e agora meu pai?” Ela retrucou, não ouvindo o Sacerdote de forma alguma. Ela continuou, lágrimas de raiva escorrendo por suas bochechas, sua mão apertando o cabo de sua espada. “Você não é Salvador!” Ela estava fechando a distância entre eles. “Você não é Herdeiro! Você não salvou ninguém.”

Alaris observou. A última vez em que ele ouviu essas palavras foi há cerca de três meses. O rosnado de seu dragão em sua mente e ele podia sentir sua própria raiva brilhando em suas veias.

Ele não tinha tempo para essa estupidez que ela estava prestes a exibir. Ela deveria saber melhor do que tentar atacá-lo.

Mas infelizmente para ela, ela não sabia.

“Você não é nada! Inútil!” Com isso, ela avançou com sua espada, apenas para ficar imóvel momentos depois com sangue jorrando pelos cantos de seus lábios enquanto caía de joelhos, depois para trás com sua espada enterrada profundamente em seu ventre, seus olhos abertos e sem piscar.

Seus guerreiros sombra sobreviventes também se dissolveram no chão com a morte de sua mestra.

Um ronco satisfeito ecoou na mente de Alaris, seus olhos mudando dos de seu dragão para os seus próprios. “Finalmente”, ele podia ouvir seu dragão dizer-lhe em tom de realização. Seu dragão raramente falava, mas agia o mais rapidamente possível. Desde que Ny’ka o atacou, seu dragão não descansou, queria sua própria vingança.

Uma que agora tinha.

Alaris olhou para o guerreiro caído.

Bem, isso foi infeliz. Ele realmente gostava um pouco dela; ela era uma ótima guerreira e tinha uma faísca nela que o lembrava de si mesmo.

Muito estúpida, porém, bom se livrar.

“Ny’ka?” O Sacerdote avançou rapidamente, puxando-a para si para verificar se ela estava realmente morta. “Ny’ka?!” Ele se voltou para o Herdeiro com lágrimas nos olhos. “Meu Senhor, você a matou.”

Uma reação esperada. Ele sempre soube que o Sacerdote sentia-se paternal em relação a Ny’ka, mesmo que ela não sentisse o mesmo e que ele sempre tentasse esconder.

“Ela estava lamentando seu pai e você a matou. Ela era apenas uma criança que acabara de perder seu pai, ambos os pais e você a matou. Por quê? Ela não era uma ameaça real para você—”

“Ela sacou sua espada contra mim com intenção crua de matar pela segunda vez. Eu não tolero desrespeito, e se ela quisesse viver, deveria ter conhecido seus limites.” Ele zombou. “Segunda vez.” Ele passou a mão pelos cabelos, uma luz louca cintilando em seus olhos. “Segunda!”

Ele a teria matado há muito tempo, mas ela era uma boa guerreira com outros guerreiros sombra para contribuir. Além disso, seu objetivo por liberdade era claro. Ela manipulou Ka’el para eles, e ele estava se mostrando útil, mas com essa emboscada, parecia que ela poderia ter escapado dele e contado a ele sua localização. De onde mais o Exército Branco obtém as informações?

Ela provavelmente os estava traindo o tempo todo! Quem sabia?

Ele também a manteve por perto porque achava que ela seria útil ajudando Beladona a criar portais.

Ela também foi inútil nisso.

Tão inútil!

“Você não tem misericórdia.”

“Eu dei a ela uma segunda chance e não desonrei seu cadáver coletando seu coração. Isso é misericórdia.”

“Meu Senhor—”

“Você não me questionará novamente, Sacerdote Uza, ou não haverá ninguém para enterrar ambos vocês.”

Com isso, ele sinalizou para alguns guerreiros e eles levaram embora o cadáver do Líder Tyrek. Ele merecia ser enterrado adequadamente junto com os poucos que haviam perdido naquela noite.

Ninguém falou enquanto eles iam ao cemitério.

Eles estavam com muito medo para, também não sabiam para onde iriam a partir daqui.

Mais guerreiros sombra não podiam ser criados a partir dos guerreiros das outras aldeias que estavam agora sob posse do Herdeiro porque a Senhora Belladona tinha sido capturada. O Líder Xida também foi capturado. O Líder Tyrek estava morto, junto com sua filha. O Sacerdote estava quebrado, eles estavam perdendo.

A Rebelião valia mesmo a pena lutar?

Este Salvador realmente iria salvá-los ou estava os levando à ruína?

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Lorde Jyris tinha acabado de retornar ao Castelo do Rei Branco naquela manhã após participar do ritual de despedida final de seu irmão, Zadok. Ele ainda não podia acreditar que ele estava morto. Era uma coisa difícil de aceitar.

Ele saiu imediatamente porque não queria falar com seu pai. Ele não tinha dormido desde então, mas não queria. Dormir faria com que ele sonhasse com seu irmão e a fúria de derrubar seu pai por vingança o dominaria.

Se ele não amasse seu pai, isso seria fácil.

Jyris empurrou esses pensamentos de lado e se concentrou no presente, pensar sobre isso tornaria seu coração tão pesado que ele não conseguiria se mover.

Alguns do exército do Rei Branco deveriam lançar uma emboscada na Rebelião hoje e ele estava ali para isso.

No entanto, os portões se abriram e guerreiros entraram com cativos em correntes e em gaiolas.

Ele franziu a testa.

A Emboscada já havia acontecido?!

Ele começou a caminhar em direção a eles, mas um de seus guerreiros pessoais de sua casa correu até ele.

“Milord, Milord!”

“O que é, Om?”

“Ela está entre os cativos; a plebeia que você me pediu para investigar.”

Isso era tudo que Jyris precisava ouvir. Num instante, ele estava diante de uma gaiola pendurada no guerreiro bestial. Ela o encarava com olhos distantes, suas mãos em torno das barras, seu vestido manchado de sangue, seu cabelo prateado parecendo sujo.

“Não a entregue, venda-a para mim. Diga seu preço.” Jyris disse ao guerreiro que imediatamente se curvou a ele. “Quanto?” Ele perguntou novamente.

“Não, Meu Senhor. O Rei Branco saberá. Ele a solicitou especialmente.”

O quê?

Jyris se virou para a Senhora de olhos azuis na gaiola.

Seu cabelo tinha mudado. Costumava ser preto.

Ela era—?

Não, eles tinham que ser pessoas diferentes!

Sua mão se moveu em torno da dela que estava nas barras e uma faísca de reconhecimento brilhou em seus olhos.

“Belladona?” Ele perguntou.

Um sorriso cruzou seus lábios, lágrimas enchendo seus olhos, enquanto todas as suas memórias com ele piscaram diante de seus olhos ao contato deles. “Jyris!” Ela declarou sua voz repleta de emoção. Ela olhou ao redor freneticamente para a gaiola, medo em seus olhos. “Diga-lhes para me tirar daqui, Jyris. Eu preciso falar com você. Eu preciso falar com meu pai, como está meu pai?”

Com seus olhos cheios de surpresa agradável, ele finalmente disse, “Xinora.”

“Sim,” ela assentiu, lágrimas nos olhos, seu sorriso inabalável. “Sou eu, sua Xinora.”