A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 426
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Capítulo 426: 57 – Tudo Por Nada
JARDIM DE GAYA
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A caverna proibida não parecia grande coisa do lado de fora, mas Alaris e Belladona aprenderam a não confiar ou julgar as coisas pela aparência.
Eles eram cautelosos com cada passo que davam, conscientes de quanto tempo tinham e o quão pouco lhes restava. Aquela era sua única esperança. Haviam concordado que, se parecesse que essa jornada na caverna proibida não levaria a nada, então voltariam e seguiriam para a saída, para que ainda pudessem escapar deste terrível Jardim.
O mapa dizia que a caverna estava cheia de monstros, eles esperavam isso e algo ainda pior.
Mas quanto mais fundo iam na caverna, mais eram cercados por nada além dos ecos de seus passos silenciosos. Alaris tentou invocar suas chamas algumas vezes, mas elas duravam pouco tempo, tremeluzindo antes de se apagarem.
Cada falha o fazia pensar em seu dragão agonizante, e ele usava todas as suas forças para não desmoronar e chorar por essa perda. Sua raiva não conhecia limites e ele queria destruir algo, liberar aquele ódio, queria matar alguma coisa.
O sangue em suas veias fervia por vingança. A imagem da cabeça cortada do Rei Branco em sua mente lhe dava forças para seguir em frente.
A Gema da Vida era tudo o que ele precisava. Ela ajudaria seu dragão, e com ela ele teria um exército, lutaria por seu povo e lhes daria a justiça que merecem enquanto assumisse o trono.
Ele faria qualquer coisa pela Gema da Vida.
Belladona tentava ao máximo não pensar em Eli ou no encontro que ela teve com ele no Solo da Ressurreição. Seu coração estava se despedaçando por causa da escolha que havia feito, apesar de saber que não havia outro caminho, ela não conseguia evitar se sentir completamente devastada pela experiência. Tentou convencer-se de que a pessoa que havia encontrado não era Eli. Com os truques dúbios que o Jardim vinha pregando neles até agora, aquilo poderia ser apenas seu desejo mais profundo se manifestando.
Talvez ele realmente não estivesse ali.
Mas isso não a fazia se sentir melhor. Na verdade, as coisas só pioraram depois que ela percebeu que havia perdido o colar de Eli.
Ela havia perdido tudo o que tinha dele. Tudo que este Jardim havia feito com ela era tomar e tomar.
Mesmo agora, algo estava sendo tirado deles.
Seu tempo.
Cada movimento na Ampulheta era algo que ela podia sentir. Às vezes, percebia o olhar fixo de Alaris em seu braço enquanto ele se concentrava na Ampulheta.
Eles estavam ficando sem tempo rápido demais.
Guiada pela luz que penetrava na caverna através dos pequenos orifícios acima e dependendo muito da orientação de Alaris, Belladona avançava pela caverna, até que Alaris parou de repente e ela quase esbarrou nele.
“O que está acontecendo—”
“Precisamos ir para a saída.”
“P—por quê?” Ela sabia o porquê, mas simplesmente não queria que fosse verdade.
A Gema da Vida era tudo em que ela confiava. Ela não podia deixar este Jardim após perder tanto sem conquistá-la.
“Temos pouco tempo.” O aperto em seu pulso se intensificou e, sem dar-lhe tempo para pensar, ele começou a guiá-los para fora da caverna.
Derrotada, Belladona o seguiu, lágrimas enchendo seus olhos mais uma vez.
Não podia terminar desse jeito.
Eles haviam feito tanto, lutado tanto para que acabasse assim.
Pelo Ignas, eles haviam perdido tanto!
Precisavam conquistar aquela gema!
A raiva fervia dentro dela. Com Alaris de costas para ela, ele não conseguiu ver quando a cor de seus olhos mudou, nem testemunhar a Árvore da Vida brilhando em suas órbitas.
Pelo Ignas, não podia terminar assim!
E não terminou, porque de repente o chão da caverna irrompeu em chamas e cobras negras massivas, tão poderosas e altas quanto castelos, emergiram do mar de lava abaixo.
Seus silvos altos ecoaram pelas cavernas, e não demorou muito para que começassem a atacar.
Alaris rapidamente os virou na outra direção, fazendo-os correr mais fundo na caverna, enquanto as cobras os perseguiam.