A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 396
- Home
- A Noiva Escolhida do Rei Dragão
- Capítulo 396 - Capítulo 396: Capítulo 27 - Um Inimigo em um Par
Capítulo 396: Capítulo 27 – Um Inimigo em um Par
Aviso de conteúdo sensível – Violência leve, sangue.
___
___
Aniya recuou, seus olhos vasculhando rapidamente o cômodo em busca de qualquer coisa que pudesse salvá-la e seu filho daquela besta determinada a matá-los.
O lobo acompanhava seus passos e, a cada movimento que ela fazia, ele chegava mais perto.
Sua mão agarrou algo e ela o jogou longe deles, tentando encorajar o lobo a ir atrás, na esperança de distraí-lo.
Isso não funcionou. Em vez disso, pareceu apenas enfurecer ainda mais o lobo.
Num instante, ele avançou sobre eles.
Ela gritou, correndo em direção à porta, mas nunca chegou até lá. O peso da besta a derrubou no chão, e ela se virou para encarar a morte de frente, enquanto o lobo mostrava suas presas, pronto para dilacerá-la.
Mas uma corda, brilhando com uma luz branca, envolveu o pescoço do lobo e o puxou para trás, afastando-o o suficiente para que ela pudesse escapar.
Agora, enfrentando um novo inimigo, a besta se voltou para o intruso, enquanto ela fugia tropeçando e correndo para o cômodo ao lado, batendo a porta com força.
Seu coração batia acelerado, Arlo chorava e o som da luta entre o lobo e quem quer que fosse o intruso preenchia o ar.
“Shhh. Meu Arlo.” Ela o confortava, dando leves tapinhas em suas costas, enquanto seus olhos procuravam por uma chave, para que, se uma oportunidade surgisse para ela escapar pela única porta que parecia levar para fora do cômodo, pudesse aproveitá-la.
Algo brilhou no chão e ela tropeçou até pegá-lo.
Para sua decepção, não era uma chave, mas um brinco em forma de rosa, em um tom de rosa claro, manchado com… sangue.
Ela engasgou e deu passos trôpegos para trás.
Havia sangue por toda parte, no chão, na mesa, nas cadeiras e no piso.
Tanto sangue.
Aquilo a lembrou daquela noite, e de outra noite em que a morte foi causada por sua mãe. Muitas coisas que ela gostaria de simplesmente esquecer.
Aquele lugar estava amaldiçoado e só trazia-lhe as piores lembranças!
Por Ignas, não isso de novo!
Se fosse só isso, talvez ela fosse capaz de lidar, mas havia mais.
Na poça de sangue, havia partes de corpos que tinham sido brutalmente dilaceradas.
Lágrimas transbordaram de seus olhos e o medo a consumiu. Ela instintivamente tentou procurar por Ikrus, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele devia ter sido destroçado além do reconhecimento.
Foi então que algo lhe veio à mente.
E se o agressor ainda estivesse no cômodo com ela?
Aquela besta era o único?
De repente, a porta se abriu e ela se virou para quem quer que estivesse do outro lado.
Era um homem careca com inscrições em sua cabeça reluzente, vestido com túnicas brancas e com a corda brilhante em suas mãos. Havia manchas de sangue em suas vestes, mas não parecia que ele havia sofrido nenhum ferimento grave. Ele devia ter matado a besta.
Isso significava que ele era forte. Será que ele também teria influência suficiente para tirá-la deste reino cheio de miséria?
Seus olhos se arregalaram levemente ao notar o estado do cômodo em que ela estava e ele a puxou para fora o mais rápido que pôde. Assim que ele a tirou, alguém correu para dentro do cômodo e fechou a porta com força.
Foi rápido demais, ela não conseguiu notar quem era.
“Eu não sou importante. Nenhum resgate seria pago em meu nome. Por favor, sequestre outra pessoa, como a princesa.” As palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse sequer pensar, e o homem a olhou como se estivesse desapontado.
Ele a guiou até a cama e ela o seguiu.
“Eu irei deitar com você se é isso que deseja, por favor, não mate meu filho. E não me mate também, eu imploro.”
Seu olhar se tornou mais severo.
“Sou experiente, só precisaria me dizer o que quer. Por favor, não nos mate. Eu não contarei a ninguém—”
Com uma velocidade inimaginável, ela se viu com parte das roupas de cama enfiadas em sua boca.
“Palavras sujas. Vocês, seres dos outros reinos inferiores, não têm vergonha.” Suas palavras estavam carregadas de desprezo, mas isso não a incomodou nem um pouco. Em vez disso, ela sentiu alívio.
Mas não por muito tempo.
Se nenhuma das coisas que ela mencionou era razão para ele estar ali, então o que ele queria? Será que ele sabia que Ikrus estava morto?
“Você está machucada?” Ele perguntou.
“Meu filho.”
Ele tentou pegá-lo dela, mas ela não soltou, até que ele puxou Arlo à força de seus braços e o segurou para inspecionar a pequena criança.
“Ele está bem.”
Ela assentiu, enquanto ele devolvia seu filho.
“Ele deve estar com dor. Ele caiu no chão. Preciso dar-lhe algumas ervas analgésicas.”
“Os médicos estão a caminho. Não se preocupe, eles estarão aqui em breve.”
Ela estava ficando mais calma; havia algo tão gentil nele que a fazia relaxar. Talvez fosse sua voz.
Era tão suave e tranquilizadora. Foi então que percebeu que ele estava falando sua língua. Por Ignas, talvez ela pudesse convencê-lo a ajudá-la a escapar dali.
“Eu estava com medo.” Ela agarrou sua mão e olhou para ele com olhos cheios de lágrimas. Talvez suas cicatrizes, junto com os soluços de Arlo, o fizessem ter pena dela. Ela nunca gostou dessas cicatrizes, mas talvez hoje elas fossem úteis. Ele parecia ser alguém que seria movido por compaixão. “Eu estava com tanto medo.” Ela chorou. “Por favor, ajude—”
A porta do cômodo adjacente abriu-se novamente naquele momento e o homem puxou sua mão para longe dela, ao olhar para a porta. Ela também olhou para a porta.
Ikrus?!
Ele estava vivo?!
Ele foi o que entrou no cômodo quando o homem a tirou de lá. Ele devia ser a besta então.
O quê?! Ele foi quem quis matá-la e a Arlo.
Por Ignas, que tipo de insanidade era essa?!