A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 394
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Capítulo 394: Capítulo 25 – Dentro do Vazio
Escuridão.
Era tudo o que eles podiam ver.
Não havia nada à frente, nada atrás, nada acima e nada abaixo.
Era como se estivessem em um vazio, não mais caindo, apenas pairando no meio do ar.
Chamas emergiam das pontas dos dedos da mão de Alaris, mas desapareciam tão rapidamente quanto surgiam, como um grande vento apagando facilmente uma vela. Só que o vento não existia ali.
Aqui, não havia nada… além deles.
Alaris tentou novamente, mas aconteceu a mesma coisa.
A terceira tentativa também levou ao fracasso, mas desta vez havia algo mais.
Ele podia sentir.
Uma presença.
Ele puxou Belladonna para mais perto, garantindo que seu abraço ao redor dela fosse seguro.
“Eu odeio coisas invisíveis.”
“Pelo menos agora você sabe como eu me senti,” ela sussurrou de volta.
“Isso foi para o seu benefício, Beladona. Se não, minha beleza teria capturado seu coração e não restaria nada para seu pobre Eli.”
Whoosh!
Algo passou. Belladonna tremeu levemente em suas mãos.
“Não estamos sozinhos,” ela sussurrou, algo que ele já sabia.
“MOSTRE-SE!” Alaris gritou. Instantaneamente, ele ouviu algo e se virou naquela direção, com chamas na mão.
A luz se projetou sobre um rosto translúcido que estava tão próximo de sua mão onde as chamas dançavam. Belladonna ficou imóvel em seu abraço; ela também podia ver.
“Estranhos em Istymus?” Os lábios do rosto se moveram, mas a voz veio de todos os lados.
Então o rosto recuou e um estrondo encheu o vazio enquanto a criatura crescia mais e mais, sua voz trovejante.
“GAYA ESTÁ SATISFEITA!” Ela disse com risadas, seus braços esticados enquanto alcançava sua plena capacidade.
Gaya era gigantesca, para ela eles deviam ser meros mármores para serem usados como brinquedos, jogados fora e esquecidos. Ela era translúcida, mudando de uma cor do arco-íris para outra, sua cabeça tinha a forma de uma estrela, seus olhos eram da cor e forma de girassóis, e seus lábios eram como folhas. Ela tinha o corpo de uma mulher humana, coberto com um vestido feito de rosas.
Belladonna nunca havia visto algo tão estranho e ainda assim tão bonito.
“Por que você nos trouxe aqui?” Alaris foi quem perguntou; ele havia visto muitas criaturas para ser impressionado por ela. Embora nenhuma fosse tão grande.
Gaya falou mais uma vez e sua voz reverberou ao redor deles; suave, mas ainda trovejante.
“Eu?” Ela colocou a mão no peito. “Doce e inocente Gaya, trouxe vocês aqui? Não. Seu vínculo trouxe vocês até aqui, ao Guardião do que vocês procuram.”
“E o que procuramos?” Belladonna perguntou, afastando sua fascinação para descobrir se seria útil para eles.
“A Gema.”
O coração de Belladonna saltou uma batida e a pergunta escapou de sua boca. “Onde está?”
“No meu Jardim, é claro.” Ela se moveu ao redor deles, como o vento, só que tinha cor que a tornava visível. Eles a seguiram com seus olhares. “Vocês terão que procurá-la por conta própria, pois devo pintar minhas unhas em preparação para o Grande Baile. Mas sou tão benevolente e gentil que os ajudarei.”
Ela parou de repente diante deles, seu rosto era maior que eles. Então ficou menor e menor, como se estivesse fazendo isso em consideração à pequenez deles.
“A que preço?” Belladonna perguntou.
Sempre havia um preço a pagar; isso, ela havia aprendido. Mas, em vez de obter uma resposta, Gaya se aproximou deles — dela — e apertou os olhos.
“Você. Eu conheço você.”
As palavras deixaram Belladonna desconfortável. Lembrava-se do homem com a máscara.
“Eu não me lembro de você?” Seus lábios se moveram com as palavras que ela não havia pensado.
“O que há para lembrar? Tola mortal.” Um dedo grande deslizou sob seu queixo. “Ela ainda não chegou, chegou? A primeira morte… não completamente.”
Chamas atravessaram o dedo de Gaya, cortando-o.
“Nada de tocar!”
Gaya recuou com um sorriso enquanto seu dedo regenerava.
Parecia que ela estava notando-os pela primeira vez, realmente notando.
“Uma união amaldiçoada. Humor dos Reinos.” Ela riu, lágrimas nos cantos de seus olhos. “Será uma boa piada para o Grande Baile. Que venenoso.” Ela riu ainda mais.
Belladonna desviou o olhar, os olhos cheios de perguntas, encarando os de Alaris.
O que ela estava dizendo?
Alaris sacudiu a cabeça e a puxou de volta.
“Já ouvi histórias sobre seus esquemas, Gaya!”
Isso era uma mentira, ele nunca tinha ouvido falar de Gaya.
“Eu? Pobre inocente eu?”
“Poupe-nos! Qual é o preço e como você pode nos ajudar?”
“Vocês já pagaram o preço. Vocês estão aqui. Gaya adora visitas, e isso é suficiente.” Ela deu uma risadinha. “Eu não sou como a antiga Tanatou.” Seu olhar voltou-se para Belladonna mais uma vez. “Que tesouro valioso você roubou dele. É muito sortuda por ele estar morto; caso contrário, ele iria querer sua Noiva de volta. À época, sua recompensa era bem atraente.”
“E se ele não estivesse? O que você faria, o avisaria?”
“Você é arrogante demais para ser um dragão indefeso. Você me lembra muito meu marido.”
O significado implícito disso não passou despercebido por Alaris.
“Não ouse sequer pensar nisso.”
Ela se moveu ao redor deles mais uma vez, parando acima deles.
“Talvez eu também devesse roubar algo; o ladrão em si. Você não possui lágrimas capazes de me assustar agora, possui?” Ela direcionou sua pergunta para Belladonna.
“Você não irá tocá-lo!” Belladonna gritou, agora furiosa com este ser superior.
“Eu não sou um bom cativo, eu garanto,” Alaris riu.
“Bem, sou cem vezes melhor que seu antigo mestre mortal.” Belladonna cerrou os punhos. Ela sabia sobre Eli? “Eu treinarei você à perfeição, um substituto à altura. Se falhar em sua busca, você será meu. Você, dragão, será o preço.”
“Achei que você disse que já pagamos o preço!” Belladonna exclamou com raiva.
“Bem, mudei de ideia. Mas não tema,” ela estava mais uma vez diante deles com um sorriso gentil. “Ainda assim os ajudarei, pois sou benevolente e gentil.”
“Você—” Alaris começou a falar, mas Gaya o silenciou quando formou um mapa do nada.
“Ele os guiará. Peguem-no.”
Ele a olhou com suspeita, mas ela nada disse. Uma bola de chamas emergiu de sua mão novamente, em um gesto defensivo.
“Segure firme,” ele sussurrou para Belladonna enquanto sua mão se afastava de sua cintura para pegar o mapa.
No entanto, no momento em que sua mão tocou o mapa, uma dor repentina atravessou seu corpo, enquanto a luz dourada do mapa se espalhou rápido por suas veias, como se estivesse se fundindo a ele. Gritos de tormento emergiram das profundezas de sua garganta.
A agonia era tão poderosa que ele não conseguiu fazer nada além de assistir enquanto Belladonna era arrancada de junto dele.
Um segundo depois, os gritos aflitos dela também preencheram o vazio.