A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 379
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Capítulo 379: Capítulo 10 – Outro Comércio Miserável
“Não—” ela ouviu Alaris objetar, mas já era tarde demais.
Algo subiu direto pela sua mão, bem naquele ponto onde suas mãos estavam em contato. Ela podia sentir a estranha presença passar por ela, até chegar à sua cabeça e encaixar-se em sua mente. Uma presença estranha; um peso adicional.
Quando acabou, ela abriu os olhos.
“Está feito, então? Você irá me mostrar o caminho.”
O Canalizador sorriu amplamente. “Claro. Apenas vá até o Castelo e eu te guiarei.”
Ela assentiu, então saiu daquela seção da caverna e voltou para a seção em que estavam antes.
Ela podia ouvir a voz irritada de Alaris, afiada e cheia de raiva enquanto ele falava com o Canalizador.
Ela sabia que isso aconteceria. Foi por esse motivo que ela saiu imediatamente.
Belladona se sentiu leve nos pés.
Ela não sabia dizer se era por fome ou pela possessão a que tinha acabado de consentir. Sua cabeça estava mais pesada do que nunca. Parecia que a presença de um Canalizador doente era maior que a presença de mais de cem noivas fantasmas.
Finalmente, ela chegou à sua seção da caverna. Ao entrar, alguém saiu correndo, esbarrando grosseiramente nela antes de fugir.
Aquele cabelo ruivo—
Belladona a reconheceu como a mulher que se opôs ao Sacerdote quando ele as guiou até ali.
Por Ignas, ela poderia ter colocado algo naquela parte da caverna para atacá-los. Belladona decidiu não entrar. Em vez disso, sentou-se do lado de fora de sua seção.
Ela se sentia tão leve, como se o vento pudesse levá-la embora. Lágrimas correram por suas bochechas mais uma vez. Desta vez, ela as deixou fluir. O som da música flutuou até seus ouvidos e trouxe muitas lembranças que foram felizes em seus momentos, mas agora tristes de lembrar. O pendente do colar de Eli pressionava na palma de suas mãos enquanto ela descansava a cabeça contra a parede.
Ela se lembrou de Aniya e se perguntou onde ela poderia estar, como ela estava. Ela odiava não poder estar lá agora para protegê-la.
Ela apenas esperava que Alaris estivesse certo, esperava que o licantropo protegesse sua irmã e Arlo.
Ela apenas esperava… Por Ignas, ela sentia falta de Eli.
Sua mão fechou contra seu estômago e pressionou contra a pele. Talvez se ela pressionasse um pouco mais, essa sensação de vazio parasse.
Por Ignas, isso era demais!
Alaris apareceu logo depois, irritado.
“Você não aprendeu nada?!”
Ela se levantou e enxugou as lágrimas. Algo na expressão dele vacilou ao ver isso, mas ele logo voltou a ficar zangado.
“Não temos tempo”, ela afirmou incisivamente.
“Beladona!” Alaris estalou. “Ela se alimentou da sua essência, está se alimentando de você agora! Ela estava tão ansiosa para entrar na minha mente porque descobriu naquele momento que isso poderia impedi-la de morrer. Ela está compartilhando sua vida com você. Ela está te matando.”
“Eu sei”, disse Belladona. “Eu vi os sinais.”
De fato, ela viu os sinais.
Nada naquela velha parecia certo. Ela a lembrava de Kestra em tudo o que fazia, com seu sorriso constante e sua ânsia de possuir uma parte de sua mente.
Belladona sabia que ela não estava sendo apenas gentil, sabia o preço que teria de pagar, mas estava desesperada demais para procurar outra maneira.
“Você soa tão estúpida. Você, idiota! Meu irmão não sacrificou sua vida para que alguma bruxa te matasse vivendo em sua mente!”
“Bem, eu também não acho que estou vivendo! Não há vida para mim sem ele! Nem acho que alguém como eu merece viver. Eu matei meus bebês, eu o matei—”
“Você não matou ninguém! Quantas vezes eu tenho que te dizer que não foi sua culpa?”
“Me dizer isso não muda nada. Sou grata por você estar ao meu lado, mas essa culpa me mata! Eu farei tudo o que for necessário para trazê-lo de volta. Não me importo se me mato no processo. Essa é a única maneira de me perdoar. Essa é a única maneira de viver.”
O olhar de Alaris permaneceu presente, e ele a encarou por um tempo antes de se virar abruptamente. “A única razão pela qual ela está viva é por causa da conexão que compartilha com você.” Então ele se voltou para ela novamente. “Qualquer rompimento pode te causar grande dano. Se perceber algo estranho, me diga. Prefiro encontrar uma maneira de me livrar dela eficientemente do que deixar que você sofra algum mal.”
Ela assentiu.
“Isso não é suficiente,” ele segurou seu rosto entre as palmas. “Prometa-me que me dirá, Beladona.”
“Eu prometo.” Sua garganta doía com lágrimas, mas ela se recusava a chorar. Não. Desta vez, não.
Alaris assentiu, deixando suas mãos caírem de seu rosto.
“Vamos para o Castelo amanhã. Ao cair da noite amanhã, tudo isso acabará.”
Belladona sorriu.
Suas esperanças crescendo novamente.
“Vamos entrar e eu vou arranjar algo para comermos.”
Belladona rapidamente contou a ele sobre a mulher que estivera em sua seção da caverna. Com uma carranca, Alaris entrou para inspecionar a caverna.
Ela ficou para trás.
Um momento depois, ela sentiu o sangue escorrer de seu nariz.
Rapidamente, ela o limpou.
Tudo o que tinha que fazer era esperar até a noite seguinte e tudo isso terminaria.
“Beladona, pode entrar. Não há nada aqui.”
“Estou indo”, ela disse
enquanto entrava.
“Você tem certeza de que está bem?”
“Sim. Eu nunca poderia estar mais perfeita.”