A Noiva Escolhida do Rei Dragão

Capítulo 371: Capítulo 2 – Uma Promessa Feita de Sangue

O fogo nos olhos de seu pai desapareceu, a presença de seu lobo recuou para sua mente, desaparecendo da superfície completamente enquanto o silêncio tomava conta da sala.

“Eu fiz isso por nós.” Os ombros de seu pai caíram. “Por você, por ela. Por todos nós!”

“Incluindo suas artimanhas para me manter preso no Reino Humano até minha morte? Você mentiu para mim que os Anciãos me convocariam para casa, mas uma Lua passou, e nada! Isso foi para mim também, pai? Você fez isso por mim?”

O Alfa deu de ombros. “Você se tornou um fardo. Você causa estragos por onde passa. Infelizmente, você está aqui agora.” Ele riu, um som desprovido de humor. “Teria sido um bom alívio.”

Por mais que Ikrus tivesse criado uma casca dura para as palavras habituais de seu Pai, essas pareciam doer de forma diferente. Elas ultrapassaram sua superfície endurecida e afundaram diretamente em seu coração. “Eu não mereço isso, eu não te fiz nada.”

O Alfa afundou em seu trono. “Você estava dividindo meu exército!”

Ikrus riu, sombriamente. “Eu não fiz tal coisa, mas ganhei o respeito deles como seu General. Você está apenas com medo de que eu possa buscar vingança e vir atrás de sua cabeça quando a fome atacar. Você será merecedor disso, depois de tudo que você fez.”

“Sh’aryk ficará desapontado em ver que você se tornou assim.”

Aquilo ultrapassou novamente sua pele endurecida e ele cerrou os punhos ao lado.

“Não mencione o nome da minha mãe, você não é digno disso. Seu assassino!”

Uma força o puxou para o chão e ele bateu a cabeça contra as pequenas escadas que levavam ao trono onde seu pai estava sentado. Sangue escorreu do corte, através de seu cabelo enquanto a ferida cicatrizava.

Foi sábio da parte da Luna e de Oana não interferirem. Os horrores que caíram sobre elas quando tentaram isso no passado as mantiveram na linha. Ikrus odiaria que seu pai as jogasse na masmorra novamente por sua causa.

Ele se levantou, a dor em seu rosto do ataque com as garras ainda o machucava. O corte levaria algum tempo para curar.

O Alfa jogou uma adaga de prata escada abaixo e Ikrus franziu o cenho ao ver a lâmina parar aos seus pés.

Aqui vinha seu castigo.

“Em uma Lua, o terror que ruge na Fronteira Norte surgirá novamente. Você irá sozinho e o enfrentará.”

“Meu amor!” A Luna não podia mais ficar em silêncio.

O Terror do Norte?! Ninguém sabia o que estava perturbando a Fronteira Norte em horários específicos durante cada ciclo. O que era sabido, no entanto, era que ninguém voltava vivo da Fronteira Norte.

Isso era uma sentença de morte!

“Por favor, não faça isso—”

“Cale-se, Fêmea!” Ele a silenciou e ela tremeu, abaixando a cabeça. “Você irá sozinho. Se não voltar vivo, a fêmea e a criaturinha serão executadas, mas se viver e retornar, então terá restaurado sua honra e conquistado o direito de viver junto com suas abominações.”

“Não—” Oaba correu para frente e caiu de joelhos. “Pai, por favor! Ninguém volta vivo da Fronteira Norte!”

“Agora fique quieta, Querida. Deixe isso para os homens.” Ele disse docilmente e ela chorou ainda mais.

“Não!” Ela rastejou e implorou aos pés de seu pai, chorando. “Você está mandando-o para a morte!” Ela se virou para Ikrus. “Diga que sente muito, irmão. Implore a ele! Podemos devolver a humana e seu filho em segurança—” um soluço, “—e encontrar uma parceira adequada para você, como a filha do Beta. Implore por perdão—”

Ikrus pegou a lâmina num piscar de olhos e cortou sua palma com ela. Isso silenciou Oana. Ela e a Luna assistiram com choque.

Ikrus manteve seu olhar em seu pai.

Havia ódio nos olhos de seu pai e Ikrus sentia em seus ossos que ele havia olhado para sua mãe daquela maneira quando a matou, com nada além de puro ódio.

A ideia de que aquela poderia ter sido a última coisa que sua mãe viu o enfurecia. Embora Ikrus mal pudesse se lembrar de sua infância, não havia dúvida de que seu pai odiava sua mãe. Se ele a tivesse amado, não a teria matado.

Se ele tivesse a amado por um momento que fosse, não estaria sentado naquele trono, passando ordens que basicamente significavam morte para ele.

Não havia amor naqueles olhos, apenas ódio, e ele não sentia nada por seu pai além de raiva.

Seu sangue caiu no chão. “Em uma Lua será.” Um brilho azul apareceu em torno do corte, ligando-o às suas palavras enquanto selava a ferida.

Oana fugiu da sala, chorando.

Ela não aguentava mais. Sua mãe a seguiu.

O Alfa não estava nem um pouco incomodado, em vez disso, estalou os dedos e prostitutas com jarras douradas de vinho dançaram na sala.

Ikrus não se demorou para assistir, pela Lua ele odiava esse lobo, e um dia, ele o mataria.

Um dia.

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Aniya acordou lentamente. Seu corpo doía como se mil cavalos tivessem galopado sobre ela e suas pálpebras pareciam muito pesadas para que pudesse movê-las. Sua mão estendida procurava por seu filho enquanto ela murmurava seu nome sem voz.

Uma mão entrelaçou-se com a sua estendida.

Áspera.

Grande.

Aquela não era de seu filho!

Seus olhos se abriram rapidamente e o rosto ensanguentado que a fitava fez com que ela gritasse.

A mão dele cobriu sua boca imediatamente, silenciando-a enquanto ele pairava sobre ela.

A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 371