A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 281

281: Capítulo 9 – Um Convidado Não Convidado 281: Capítulo 9 – Um Convidado Não Convidado O guarda estava nervoso ao girar a chave na algema dela, e foi então que Belladona soube que algo estava errado.

O capuz estava transbordando e o guarda parecia… diferente.

Espera, isso não era um guarda.

Essa era uma das mulheres que a haviam vestido como sacrifício na última vez em que estivera ali.

Se lembrava bem, essa era a irmã de Tanatou, ou talvez uma delas.

Belladona lembrava dela dizendo que sentia pena dela, e sendo repreendida por isso por sua mãe.

O que ela estava fazendo aqui?

“Desculpa,” sua voz tímida soou enquanto se ajoelhava diante de Belladona, seu olhar largo e inocente encontrando o desconfiado de Belladona. O olhar da Tanis se moveu para sua cabeça então, e culpa invadiu seus olhos. “Desculpa. Você cheira a traição novamente.”

Isso confirmou. Ela era a pessoa.

A Tanis parecia ter provavelmente 16 anos, mas ela não tinha certeza de como eles envelheciam aqui. Além disso, seus cabelos flutuantes faziam o capuz parecer estranho.

A Tanis balançou a cabeça, murmurando algo para si mesma e lançando a Belladona um sorriso trêmulo.

Parecia sincero e lágrimas brotaram nos olhos de Belladona por razões que ela nem mesmo entendia.

A missão da Tanis era clara.

Ela estava ali para tirá-los daquela situação e mandá-los de volta pelo portal pelo qual os guardas que os haviam capturado haviam passado. O portal não era deles, na verdade, eles não tinham poder para criar portais entre reinos, mas tinham sorte ao encontrar aquele.

Belladona tinha certeza de que o portal a que ela se referia era de Alaris.

Se fossem escapar dali, teriam que passar por aquele portal, isso se Alaris não o tivesse fechado até então.

“O portal estará guardado,” Eli a interrompeu para afirmar aquele fato. “Eu irei distrair—”
“Já planejei tudo,” Kya disse, o movimento de sua boca não combinando com as palavras que eles conseguiam ouvir. “A esta altura, eles devem estar tão distraídos quanto o resto.”

O som do metal caindo no chão ecoou pelo ambiente e logo eles estavam fora do espaço confinado.

Não havia guardas na porta. Algo que Belladona tinha certeza que Kya era responsável.

Kya liderou e eles seguiram.

“Estamos chegando perto.” Ela os assegurou enquanto manobravam pelo corredor silencioso. Belladona desejava ter roupas melhores para esse tipo de aventura de fuga, mas sorte não era algo que ela teve ultimamente. Então ela estava presa com uma toalha no lugar.

Aquelis Tanis estúpidas não tinham modos.

Deveriam ter capturado ela depois que estivesse vestida!

Eli tinha tentado oferecer-lhe sua camisa, mas ela estava rasgada em tantos lugares que não seria de nenhuma ajuda, além disso, ela não queria que ele a tocasse.

Kya disse que estavam perto de onde estava o portal e Belladona começou a ter esperanças de que eles pudessem realmente conseguir chegar a tempo, mas os guerreiros esqueléticos horrivelmente altos emergiram detrás e os cercaram num piscar de olhos, e mais uma vez, eles foram capturados.

Desta vez, eles não foram levados para o quarto, mas para a sala do trono.

Era exatamente como ela se lembrava, o rio vermelho suspenso acima dele, tomando o lugar do céu e o brilho vermelho que a luz emitia.

Tanatou sentava-se em seu trono de ossos, sua coroa em seu cabelo flamejante. Ele se levantou para uma altura aterrorizante e moveu-se em direção a eles com fluidez sobrenatural.

Como se estivesse flutuando no ar.

Eli soltou um baixo suspiro de onde ele estava na frente de Belladona.

Nunca tinha visto uma criatura como essa antes.

Tanatou jogou Eli para o lado com um movimento de sua mão, e ele tropeçou para longe, a força da batida mais do que qualquer coisa para a qual poderia ter se preparado.

“Não toque nela!” Eli gritou do lado onde agora guerreiros Tanis estavam o contendo.

Tanatou percorreu um longo e fino dedo branco em volta do pescoço dela onde seu colar de girassol deveria estar, e as chamas azuis que substituíam seus olhos pareciam ter chamejado naquele momento.

Belladona permaneceu lá, congelada.

O horror queimava em cada parte dela que ele tocava.

“Irmão, por favor, deixe-os ir! As plantas não estão crescendo porque a pedra solar está enfraquecendo, não porque precisamos fazer sacrifícios.”

Num flash, Tanatou afastou-se de Belladona. Ela podia sentir o calor do olhar de Eli sobre ela, mas algo sobre o que estava acontecendo à sua frente a impedia de desviar o olhar.

Tanatou ficou em frente à sua irmã e sua voz implorante preencheu a sala do trono lotada.

“Mesmo se os matarmos, nossos problemas permanecerão.” Tanatou segurou o rosto dela entre suas mãos e a voz dela tremeu. “N–ós pre–cisamo–s de–”
Estalo.

Puxão!

Engasgo.

A cabeça de Kya foi separada de seu corpo e Tanatou a jogou fora. Os guardas que a restringiam deixaram seu corpo sem cabeça e se contorcendo deslizar para o chão.

“Preparem o fogo,” ele lançou a ordem e alguns guardas correram para fazê-lo. “Matem aquele.”

As vozes na cabeça de Belladona ficaram estranhamente silenciosas. Algo ferveu em suas veias como um vulcão pronto para entrar em erupção, e o medo que antes não sentira invadiu seus pulmões.

Era sufocante.

Matar aquele?

Belladona odiava Eli, odiava tudo o que ele tinha feito. Ela até duvidava se algum dia havia amado o verdadeiro ele, porque tudo o que ele lhe dissera era mentira, ainda assim, o pensamento dele ser morto agora a enlouquecia.

Quando o guarda sacou sua espada para acabar com ele, assim como tinha sido feito com Colin, ele irrompeu em chamas.

Vermelho e azul colidindo.

Então outro guarda explodiu e outro, e outro.

“Tanatou!” Alaris declarou da porta, como se Tanatou fosse um amigo perdido há muito tempo que ele estava feliz em ver.

“Você. Pequeno. Ladrão.”

Excitação brilhava nos olhos reptilianos de Alaris, chamas envolviam suas mãos, do cotovelo até a ponta dos dedos.

“Tanto ódio,” Alaris respirou fundo e suspirou contente, sorrindo sarcasticamente. “Eu adoro isso!”