A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 278

278: Capítulo 6 – Com Grandes Poderes, Vêm Maiores Problemas. 278: Capítulo 6 – Com Grandes Poderes, Vêm Maiores Problemas. A sensação de tocar a gema era algo familiar, sentia como se tivesse sido lançada por diferentes reinos e arrancada deles, antes mesmo de realmente estar lá para ver alguma coisa.

A única coisa que ela não sentiu dessa vez foi a dor.

Aquela que fazia sua cabeça parecer que estava prestes a rachar e rasgar ao longo das linhas da tatuagem de Tanis em seu couro cabeludo.

Não era uma sensação assim de jeito nenhum, ao contrário, era quase reconfortante.

Ela viu os soldados de Thanatou marchando para dentro de Me’k, o muro desaparecido. Ela ouviu a voz da mulher cujo rosto nunca conseguiu ver, mas cuja presença sempre lhe trazia pavor, sua voz ecoando, soando como uma triste canção.

Então ela foi arrancada disso novamente, sem fôlego.

Alaris estava afastado dela, seus olhos reptilianos desapareceram, agora substituídos por um azul e outro vermelho.

“Eu sabia,” a excitação entremeava sua voz e ele sorria de orelha a orelha.

Belladona não conseguia compartilhar sua felicidade, era impossível sem saber o motivo dela.

Era impossível quando ela acabara de ver os soldados de Thanatou invadirem Me’k e ela era a única coisa roubada que sabia que Thanatou havia perdido.

Calor a cobriu como um cobertor e seu coração acelerou, cada batida martelando em seu peito com medo.

Eles estavam realmente vindo atrás dela?

O casamento não aconteceu, mas ela ainda tinha terminado as coisas verbalmente com Eli, isso deveria impedi-la de ser o que eles queriam.

Certo?

“Apenas dois dragões nasceram com essas gemas,” ele começou a explicar, mas ela estava dando apenas metade de sua atenção. “Isso significa que somos agraciados com a magia da vida e da morte. Eu tenho a morte, ouvi dizer que o que tem a vida está morto.”

Belladona deu uma risada apesar de si mesma, um humor reluzindo em seus olhos.

Que irônico.

Ela estava apenas aliviada por sua cabeça não estar lacerando com dor de cabeça.

“Eu preciso voltar ao meu Reino e reivindicar meu lugar no trono. Eu preciso de um exército contra os traidores que mataram meus pais,” Ele estava ao lado de sua cama novamente, sentado ao lado dela e segurando suas mãos, “e eu preciso de sua ajuda. Você tem uma conexão com o dono da Gema da Vida e você pode me ajudar a encontrá-la.”

Então era isso.

Ele a salvou porque sabia que ela tinha alguma conexão que ele poderia explorar.

Certamente foi depois que ele ficou em seu corpo e sentiu que ela tinha esse tipo de poder.

Por Ignas, quão repugnante isso poderia ficar?!

Ele estava pedindo para ela ajudar voluntariamente ou ele tinha planos de forçá-la se ela se recusasse?

Até que ponto Alaris iria para conseguir essa gema da vida que ele procurava?

“Eles estão vindo atrás de mim. Eu vi os soldados de Thanatou invadirem Me’k.”

As sobrancelhas de Alaris se ergueram em confusão.

“Você viu isso?” Ele perguntou devagar.

“Sim.”

Ele murmurou, como se estivesse muito pensativo.

“Deve ser a Lua, causando um desequilíbrio e fazendo diferentes Reinos colidirem.”

“O que devo fazer?”

Ele estava se acomodando na cadeira de se vestir novamente, colocando a gema na mesa e olhando diretamente para ela com uma expressão que não parecia preocupada de jeito nenhum.

“Você não tem nada com que se preocupar. Eles não podem chegar aqui–”
“Você disse que Thanatou nunca perdeu nada antes,” ela começou a contradizer, “porque seus soldados geralmente os caçam e—”
Alaris deu uma risada, balançando a cabeça.

“Eles não podem chegar aqui. Eles não vão conseguir sobreviver à transição. Não se esqueça que ambos escapamos de Thanatou. Não estou preocupado, você não deveria estar.”

Belladona suspirou.

Ela não estava prestes a confiar nisso, não depois de sua experiência.

Ela permaneceria preocupada, enquanto tentava descobrir mais sobre isso.

Seu foco disparou para a gema e Alaris acompanhou sua linha de visão.

“Devemos tentar treinar seus novos poderes, isso realmente ajudará a encontrar a gema.”

“Eu vi uma mulher. Ela era diferente. Você acha que ela tem alguma conexão com a gema?”

Belladona acreditava que ela poderia estar conectada à gema. Talvez ela fosse até a dona da gema que havia morrido. Deve ser o choque dos reinos como resultado da Lua de Sangue que a fez se conectar a essa mulher.

Mas então ela não podia ter certeza, porque Alaris havia se transferido para o corpo dela antes de Kestra começar a puxar a lua e os Reinos começaram a colidir.

Ela não estava prestes a contar tudo isso a Alaris, ela só precisava saber o que ele estava pensando.

Belladona desprezava a conexão. Ela queria que ela desaparecesse.

Os olhos de Alaris brilharam com interesse.

“Devemos desenvolver esses poderes para descobrir.”

Belladona deu de ombros. Poderes que foram obtidos do sacrifício de 200 almas.

Ela cruzou os braços sobre o peito, enquanto Alaris começava a tentar convencê-la sobre os benefícios de aprimorar sua magia para encontrar a gema da vida.

“Chega de todo mundo me usar.” Ela se levantou. “Você deveria encontrar alguém para usar, não vou ajudá-lo a encontrar a gema da vida e vou me livrar desta coisa.”

Ela se virou e começou a se dirigir ao banheiro, as vozes aumentando lentamente em sua cabeça, quanto mais ela se afastava de Alaris.

Um preço alto por um momento sozinha.

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Os dias que se seguiram pareciam os mais longos da vida de Belladona.

Ela tinha se afastado de Eli, e isso tinha sido fácil de fazer desde que ela o odiava agora. Era ainda mais fácil porque ele estava acorrentado naquela masmorra onde era impossível para ele vir vê-la.

A distância a drenava mentalmente, isso ela não podia negar, e suas emoções estavam constantemente em turbulência.

Um momento, ela estava desculpando o que ele tinha feito e culpando Kestra por tudo.

Compadecendo-se dele.

No momento seguinte, ela estava fazendo isso. Não aceitando desculpas. Na verdade, isso era o que ela fazia esses dias, culpando-o, odiando-o.

Apesar de tudo, ela se absteve de perguntar a Alaris o que ele queria fazer com “seu prisioneiro”.

Se ele quisesse matá-lo, então Eli mereceria.

Ele pode querer culpar tudo em Kestra, mas ele não pode negar que foi egoísta por constantemente tomar noivas e causar toda aquela dor às famílias, mesmo que ele pensasse que elas seriam trazidas de volta na Lua de Sangue.

Ele não tinha desculpa.

Por que ela estava até pensando nisso?

Ela não se importava.

O banheiro estava silencioso, exceto pelo jeito que a água ondulava quando ela se movia na banheira. O brilho azul da gema não permitia que a escuridão consumisse o espaço e ela estava grata que Alaris havia se separado de sua Gema da Alma de forma voluntária para que ela pudesse ainda se agarrar à sua sanidade, apesar de recusar ajudá-lo em sua busca.

Eles haviam chegado à descoberta de que ele não tinha que estar com ela para que as vozes em sua cabeça se acalmassem, a gema era suficiente.

Alaris também havia dito a Seb para começar a procurar uma bruxa que pudesse ajudá-la a se livrar da magia.

Isso tinha sido inesperado.

Seb ficou muito feliz em vê-la, e ele lhe fez muitas perguntas sobre como o Rei estava e se seu tempo de confinamento o ajudava a voltar a si.

Belladona respondeu positivamente.

Suas pálpebras começaram a fechar à medida que ela começava a fazer planos do que fazer assim que pudesse se livrar desse poder e deixar o Castelo.

Talvez visitar aquelas aldeias com costumes opressivos e fazer algo a respeito? Talvez salvar Taria de ser uma Mulher da Torre? Talvez, se ela contasse a Alaris, ele ajudaria apesar de quão ocupado ele estava com os planos de retomar seu trono? Talvez houvesse–
Calafrios cobriram sua pele e suas pálpebras se abriram abruptamente, um arrepio dançando por sua espinha.

Ela tinha ouvido algo.

Por Ignas, Alaris não permitiu que ela tivesse guardas na porta, apesar de seus constantes pedidos por causa de seu medo dos soldados de Thanatou. Ele havia dito que seria alimentar seu medo delirante.

Agora, seu medo não parecia tão delirante assim…

… porque eles estavam aqui por ela.