A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 266
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266: Capítulo 266 – Puxando a Lua 266: Capítulo 266 – Puxando a Lua Aviso de gatilho – Não posso nem dizer que é sangrento, mas fica… ah, bem.
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As portas da masmorra foram abertas e os prisioneiros infelizes, escolhidos.
Entre eles estava um bebê recém-saído do ventre de sua mãe, ainda banhado em sangue, seus gritos de recém-nascido preenchendo a noite morta e a masmorra fedorenta.
Fraca e forçada a suportar as dores do pós-parto, sua mãe implorou para que a bruxa do Rei a levasse no lugar.
Seus olhos prateados cegos enviaram arrepios pela espinha da nova mãe, a luz vermelha ligeiramente brilhante em sua testa, aterrorizante. A bruxa pairava sobre ela e, se não fosse pelo valor que dava à vida de seu bebê mais do que à sua própria, teria se rendido à derrota, fugindo apesar da dor que sentia.
Seus longos dedos deslizavam pela lateral de seu rosto, suas unhas vermelhas e polidas cavando levemente contra sua pele suja, suada e manchada de lágrimas, enquanto ela lhe dava um sorriso cegante.
“Salve-o se puder.”
Os olhos da mãe brilharam para o seu bebê nas mãos da bruxa.
Ela nem sequer teve a oportunidade de segurar seu bebê.
Ela tentou se aproximar, mas dois guardas a seguraram, e suas lutas tornaram-se frenéticas, até que a fraqueza em seu corpo a forçou a parar.
Ela estava sangrando ainda mais agora.
Fraca.
Tão fraca.
Quando tudo o que ela conseguia produzir era sua respiração ofegante, Kestra falou novamente, provocando-a.
“Não consegue?” Ela se levantou, ignorando o bebê cujo choro agudo ainda cortava através da escuridão das paredes da masmorra. “Uma pena.”
Seus saltos clicaram contra o chão enquanto ela se afastava. Conhecendo a implicação disso, a mãe deu tudo de si na luta.
Ela gritou. Ela chorou. Ela lamentou.
Tudo em vão.
Os vinte e um prisioneiros escolhidos foram levados também, a mãe do recém-nascido completamente contida, enquanto Kestra levava seu bebê embora, sorrindo com contentamento pela pureza de seu sacrifício.
A aura de um bebê era forte, limpa, e a conexão? Poderosa.
Era tudo.
Era pura sorte e não havia sacrifício melhor.
Os gritos do bebê, no entanto, eram irritantes, algo no fundo dela o detestava.
Havia lugares diferentes no Castelo. Este era um salão subterrâneo com um teto especial que tinha uma visão clara da Lua brilhante.
As luzes de vela eram poucas e a escuridão parecia preencher o espaço mais do que qualquer outra coisa presente.
Os guardas que entraram se moviam como seres sem mente, o Alterador que tinham sobre eles os impedia de questionar isso, desviando suas mentes até mesmo de pensar sobre isso.
Eles seguiam instruções, cegamente.
Os prisioneiros foram forçados a ficar de joelhos ao redor de um pódio em que Kestra estava de pé, suas mãos e pernas acorrentadas juntas. Kestra havia demorado para gravar alguns símbolos em suas testas com uma lâmina afiada, assim como havia se certificado de que todos os prisioneiros escolhidos não eram da Capital.
O fato era que, como todos da Capital tinham uma mente alterada como resultado do Alterador sobre eles, sempre era um risco usá-los para qualquer sacrifício, já que às vezes eles se mostravam inadequados.
Essa foi uma lição que ela aprendeu ao preparar as almas de uma das noivas que haviam levado da Capital.
Mariyan? Não. Marikita?
Sim, esse era o nome dela.
Ela quase teve azar com aquela, e quando tirou sua vida, sentiu como se um rasgo tivesse sido criado onde ela estava armazenando as almas das Noivas.
Kestra estava certa de que não tinha nada com que se preocupar, as três correntes ao redor de seus pescoços manteriam seus sacrifícios intactos.
Uma garantiria que sempre parecessem felizes, caso fossem sonhados.
Uma garantia que permanecessem presos como suas Almas Preparadas, sem escapatória.
A última, que fora dada a eles primeiro, era para mantê-los longe do Ladrão de Noivas.
Kestra anotou as últimas palavras em tom de zombaria.
O ladrão realmente.
Sua infeliz cobertura.
A terceira corrente era inútil, mas seria um incômodo começar a tirá-las de seus pescoços. Ela tinha coisas melhores para usar seu tempo.
A empolgação corria por suas veias. Ela nunca tinha feito isso antes, mas mal podia esperar para finalmente trazer a Lua de Sangue para cá.
Ela só esperava ser poderosa o suficiente para o puxão.
Os prisioneiros formaram um círculo ao redor de Kestra, enquanto ela colocava o bebê ainda chorando na superfície plana de uma estrutura semelhante a um pilar, onde a luz da lua brilhava.
Kestra respirou fundo e trêmula, erguendo as mãos, seus olhos fixos na Lua, enquanto começava a entoar.
Sua testa brilhava vermelha, e sua voz mudava.
Poderosa.
Vozes pertencentes a muitos cujos poderes ela havia consumido.
Era ensurdecedor, antinatural e arrepiante.
Os gritos do bebê estavam diminuindo, lentamente.
Linhas vermelhas circulavam pelas paredes curvas do salão, como relâmpagos. Elas rastejavam primeiro para o bebê, envolvendo-o como uma corda e prendendo-o firmemente à superfície em que estava deitado. Então, as finas linhas vermelhas entravam nos olhos, boca e nariz do bebê. O choro cessava, enquanto luz vermelha emanava dos olhos do bebê e da boca aberta.
Os prisioneiros assistiam ao horror, tentavam correr apesar de sua fraqueza, mas a magia era mais rápida, sua tentativa de escapar fútil.
Logo, todos estavam como o bebê.
Presos pelas linhas vermelhas e emitindo luz vermelha de seus olhos e boca, seus rostos voltados para a Lua. O desenho no chão ao redor deles, iluminado pelas linhas vermelhas.
O canto de Kestra intensificava.
As vozes que ela falava, eram poderosas.
Colidindo umas com as outras com sua natureza contraditória. Como se estivessem tentando se separar, mas forçadas a se juntar novamente.
Consumida pela intensidade do poder, os olhos de Kestra foram forçados a se fechar, enquanto um vento antinatural a envolvia, cortando sua pele como uma lâmina, derramando sangue.
Assim, começou.
Ela podia ouvir os sinos em sua cabeça, enquanto corria no tempo para puxar a Lua para o momento em que estava fisicamente.
Uma hora se passou.
Duas horas.
Três.
Quatro.
Até que foi rápido demais para ela contar.
Ela estava se aproximando, a dor que sentia ao interferir na natureza desaparecendo quanto mais perto chegava de seu alvo.
Aquela Lua de Sangue.
Estava ao seu alcance.
Ela podia vê-la.
Estava tão perto.
Puxão!
Ela foi puxada de volta.
Jogada no passado. Aquele que ela havia realizado sacrifícios para se esquecer.
Aqui estava ela, revivendo-o.
Era uma noite chuvosa e ela havia vagado pela floresta, suas pernas instáveis com a dor do trabalho de parto de uma criança que ela havia feito de tudo para se livrar, até que o risco de perder a vida se interpôs.
Uma mulher a encontrou e a ajudou até sua cabana, onde ela deu à luz.
Ao primeiro choro da criança, tudo mudou, e quando ela segurou seu bebê em seus braços, ela se perguntou por que pensou em se livrar dela.
Era estúpido.
Aquelas mãozinhas segurando seu mindinho e o calor era tudo o que ela estava perdendo.
Era a vida.
Kestra nunca fora tão feliz, nem mesmo enquanto estava com Eli. Naquele momento, ela se sentiu pronta para deixar tudo e ser uma boa mãe.
Simplesmente parecia certo.
Até que tudo deu errado.
A luz desapareceu dos olhos de seu bebê, seus gritos silenciados pela morte.
As emoções de Kestra haviam sido tão avassaladoras que ela não conseguiu controlá-las e, como sua magia sempre foi treinada para tomar, ela havia tomado a vida de seu bebê e se alimentado da alma de sua felicidade.
Tudo depois disso foi um borrão. Ela havia gritado com a mulher para levar o bebê dela enquanto tremia, e perguntou se seu bebê estava vivo.
Na confirmação da morte da criança, ela havia gritado, apertando seu peito enquanto se questionava se havia algo que amava que não mataria.
Ela foi puxada de volta para o presente, seu sofrimento rolava para cima dela.
Ela caiu de joelhos e chorou, suas mãos, que estavam cheias de seu próprio sangue, apertadas contra seu peito.
Seus sacrifícios estavam ao seu redor, mal respirando.
A lua acima dela estava tingida levemente com um tom de vermelho, mas ela nem conseguia comemorar sua pequena vitória.
Muito quebrada.
Canalizando sua dor, ela continuou o ritual.
Desta vez, com mais intensidade e vento turbulento.
((Algo a mais – Você pode cuidar de quem é a nova mãe no início deste capítulo?))