A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 258
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258: Capítulo 258 – Ela Estourou 258: Capítulo 258 – Ela Estourou ((Aviso de gatilho – violência, abuso físico e sexual))
Já faziam dois dias desde que chegaram a Tikivah, e uma noite desde a tentativa de suicídio de Taria.
Na noite anterior, seu pai estivera ocupado discutindo uma proposta com o Cabeça Zeppus, que ele não chegou a verificar como ela estava.
Ela esperava que esta noite fosse a mesma. Ela passou o dia inteiro sozinha neste quarto de hóspedes que lhe fora destinado, e desejava passar a noite da mesma forma.
Exceto que ela nunca estivera realmente sozinha, não depois daquela noite com o guerreiro intrometido.
Ela até havia esquecido como ele se chamava, mas se lembrava claramente de suas palavras.
Na verdade, eles estavam assombrando-a desde que ela os ouviu, e quanto mais pensava sobre isso, mais sua mente entretinha a possibilidade de ela matar seu pai.
Talvez fosse por como ele a olhava quando ele disse isso, como se ele a considerasse capaz de apagar seus problemas se ela quisesse. Como se tudo que ela tivesse que fazer era estalar os dedos e tudo desapareceria.
Ele a olhava como se ela não fosse apenas uma mulher.
Era diferente da maneira como os outros em Aniktaki a olhavam. Era diferente do nojo ou da pena que lhe davam lá. Diferente dos olhares julgadores que lhe davam aqui.
Uma brisa fresca e suave varreu o quarto, através da janela, e a chama das velas que mantinham o quarto iluminado, balançou com o movimento do ar, antes de se tornar mais estável. Seus dedos passaram pelos cabelos enquanto ela brincava com a faca de mesa na outra mão.
Era cega.
Não poderia causar dano fatal a ninguém. Apesar de saber disso, ela imaginou golpeá-la bem no pescoço do pai, e o pensamento disso lhe deu muito mais paz do que o pensamento de tirar a própria vida.
Parecia mais justo que as coisas acontecessem dessa forma. Justiça para seu Sufi, para si mesma, para cada mulher em Aniktaki e sua mãe que nem sabia que precisava disso.
Era satisfatório.
Tão satisfatório que a assustou. Ela jogou a faca pelo quarto em um sobressalto e deu um salto dos pés, o coração batendo tantas vezes, seus pensamentos se chocando.
Aquilo era assassinato!
Pelas barbas de Ignas, ela não podia ser capaz de tirar a vida de alguém.
Ela era uma mulher.
Isso já era motivo suficiente para que ela se conformasse com o sistema, ou se retirasse dele tirando sua própria vida.
O que mais uma mulher poderia fazer?
O guerreiro intrometido pareceu acreditar que havia mais que ela pudesse fazer, mas seria estúpido dar relevância ao discurso dele.
Ele não era um Cabeça da Vila, nem herdeiro de um Cabeça da Vila, ele não era nada.
Um ninguém.
Assim como Moti.
Além disso, o que um homem poderia entender sobre os problemas de uma mulher?
Nada.
A porta se moveu devagar conforme seu pai entrou. Rapidamente ela se levantou, seus olhos negros dançando de medo, quanto mais perto seu pai se aproximava.
Ela contou os passos.
Ele havia dado três e só precisaria de mais três para chegar até ela.
“Filha do meu coração, você ainda está acordada”. Ele gesticulou para ela, seus braços abertos para um abraço, enquanto sorria largamente, revelando seu perfeito conjunto de dentes brancos.
O corpo de Taria se tensionou quando os braços dele a envolveram, ele aspirou uma respiração profunda, atirando um elogio para ela antes de soltá-la.
“Pai”, ela respondeu com uma vozinha, tentando escapar dele, mas seus calcanhares bateram na cama e ela soube que estava encurralada.
Não de novo.
Não isso de novo.
“Zeppus e eu acabamos de concluir um ótimo acordo”, ele sorriu, seus olhos brilhando de excitação. Ele se sentou na beira da cama e a puxou gentilmente para sentar-se ao lado dele. Ignorando descaradamente os sinais de nervosismo dela, para que seu humor não fosse arruinado.
“Tudo está prestes a melhorar com Aniktaki. Especialmente com a comida”. Ele se inclinou, pressionando sua testa contra a dela, enquanto corria os dedos por seus cabelos.
Raiva brilhou em seus olhos quando ela começou a tremer, e ele se afastou um pouco, mudando o foco para o cabelo multicolorido dela.
“Você está feliz que Baba te deixa manter seu cabelo, certo?”
Era costume que, uma vez que uma mulher havia sido feita uma mulher da Torre, seu cabelo seria raspado, e um desenho significando seu status seria tatuado em seu couro cabeludo.
Seu pai havia renunciado ao costume no caso dela e as pessoas doutrinadas de Aniktaki o haviam louvado por ser leniente, apesar das dificuldades que ela lhe causara.
Taria odiava seu cabelo. Seu pai o amava e por essa razão sozinha, ela desprezava tudo sobre ele.
Ela desejava que tivessem raspado.
Segurando um punhado de seu cabelo, ele a puxou para mais perto e ela reprimiu o gemido de uma dor com a qual estava muito familiarizada. Lágrimas brotaram em seus olhos e o vazio em seu estômago se sentiu ainda mais presente do que nunca.
Havia insanidade nos olhos negros de seu pai.
“Diga que você gosta que eu me livrei daquela coisa nojenta na sua barriga.” Ele manteve sua voz equilibrada. De modo brusco, ele deslizou a mão em volta da cintura dela e a aprisionou a ele.
Por que ela não podia concordar apenas uma vez?!
Sufi era muito melhor.
Obediente.
Às vezes, como agora, ele sentia falta dela.
“Shhhhhhhh.” Ele disse quando ela começou a soluçar, deslizando sua língua pelo lado esquerdo do rosto dela, lambendo suas lágrimas.
Taria podia sentir toda a força que tinha desmoronar, sua luta fraca contra os braços fortes de seu pai. Não havia nada que ela pudesse fazer. Ele era maior que ela, mais forte que ela, mais poderoso.
“Se você se comportar muito bem esta noite e servir Baba, eu direi a eles para não te açoitarem na Torre amanhã. Além disso, se você se comportar todas as vezes que eu vier te visitar na Torre, eu vou me certificar de que eles te deixem em paz.” Ele sussurrou como se estivesse falando com uma criança. “Agora, diga que você me ama.”
Mais soluços.
Ele estava começando a perder a paciência.
“Diga.”
Seu aperto em torno da cintura dela tornou-se mais apertado.
“Diga, sua garota estúpida!” Ele a jogou duramente na cama como uma boneca esfarrapada. Suas mãos voaram para suas calças para desabotoá-las.
O coração de Taria estava martelando.
“Por que você não pode ser como Sufi uma vez?!”
As palavras a atingiram como um tijolo.
Sufi morreu por causa dele.
Como ele se atreve?!
“Seja obediente!” Ele correu até ela, segurando firme a cabeça dela, enquanto a puxava para perto, seu hálito quente em seu rosto, enquanto seus joelhos a enjaulavam embaixo dele. “Diga que você me ama, criança.”
Ela olhou para trás, os olhos cheios de raiva, a língua cheia de veneno. Ela podia sentir a amargura correr por suas veias, e uma sede de vingança secando sua garganta.
“Eu. Desejo. Que. Você. Estivesse. Morto.”
Seu desejo se tornou realidade mais rápido do que ela esperava.
Em uma fração de segundo, seu pai ficou imóvel sobre ela, seus olhos cheios de dor e terror, a ponta da faca de mesa que Taria havia jogado pelo quarto alguns momentos antes, saindo de sua maçã de Adão, pingando sangue.
Sem vida, ele caiu ao lado dela, fazendo o olhar confuso de Taria encontrar os olhares horrorizados da empregada na porta.
Elas se encararam por um segundo antes da empregada ceder a um grito e sair correndo, gritando, “UMA BRUXA!”