A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 21
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21: Capítulo 21 – Sonhos para o Cabeça Sonolenta 21: Capítulo 21 – Sonhos para o Cabeça Sonolenta Havia árvores atrás dela e na sombra escura estava a estrutura vaga de um homem.
Antes que ela pudesse sequer perceber quem ele era, imediatamente o sonho começou a desmoronar diante dos seus olhos. Ela sentiu uma dor de cabeça terrível invadir sua cabeça e caiu no chão, mas em vez de cair na areia fria e macia da praia, era como se ela caísse através dela, em um abismo escuro.
Ela gritou em seu sonho durante a queda sem peso.
Gritos longos e penetrantes vindos do fundo de sua garganta.
Então ela acordou bruscamente.
Seus olhos se abriram, piscando para se ajustar à escuridão enquanto seu peito subia e descia, sua camisola grudada ao corpo, úmida de suor.
Ela ainda podia sentir quase a dor persistente em sua cabeça.
Quase.
“Apenas um sonho.” Ela murmurou sem fôlego para si mesma. “Não é real. Apenas um sonho.”
Ela disse repetidamente antes de se deitar novamente na cama, mas não conseguia voltar a dormir imediatamente.
Continuava pensando no que havia acontecido no sonho.
O homem tinha dito que era quem ela desejasse.
Quem era que ela sentia tanta falta a ponto de sonhar com ele?
Ela já tinha aprendido que, se alguém deseja algo intensamente, muitas vezes acaba sonhando com isso.
Poderia ser Lytio?
Seu coração doía apenas de lembrá-lo. Não era tão doloroso quanto há dois meses, mas ainda doía um pouco.
Poderia ser Aniya?
Por mais que ela se mantivesse distraída, tinha exigido tudo dela para afastar Aniya de sua mente a esse ponto. Uma parte do seu coração ainda doía de dor, uma parte do seu coração que ela lutava para deixar para trás, uma parte do seu coração que tinha amado e usualmente sentia falta de sua irmã.
Mas Aniya não era um homem.
Ela tentou pensar em outra pessoa, mas a voz do homem em seu sonho não se encaixava com ninguém que ela conhecesse.
Ou poderia ser… o Rei?
Assim que o pensamento cruzou sua mente, ela o baniu.
Ela não tinha tais desejos pelo Rei!
Para ela, ele apenas parecia um estranho que estava lentamente se tornando um amigo.
“Absurdo! Não é nada além de um sonho. Um sonho inútil! Não desejo ver ninguém tão desesperadamente!”
Ela puxou o cobertor agressivamente sobre si, como se estivesse irritada por ter tido o sonho para começar.
Quando ela fechou seus olhos dessa vez, tendo se confirmado que era nada além de um sonho bobo, ela adormeceu.
***
Quando acordou, foi imediatamente se arrumar. Não esperou o convite habitual do Rei, ela sabia que ele estaria à sua espera.
Havia alguém na porta como de costume, mas em vez de duas pessoas entrarem, havia apenas uma.
“Bom dia, minha Senhora.”
“Onde está Raquel?”
“Ainda em seu tratamento.” Ele disse, seu rosto tão calmo e seu comportamento tão colecionado.
Assim como não conseguia imaginá-lo em outra coisa além de seu uniforme azul profundo, era difícil para Belladonna imaginar Colin com outra expressão além dessa.
“Ela está melhorando?” Ela perguntou, um pouco preocupada.
Ele cruzou os braços atrás dele.
“Sim, minha Senhora.”
Ela assentiu, dando-lhe um sorriso leve.
Justamente quando ela se virou em direção ao espelho para se arrumar sozinha, Lady Kestra entrou repentinamente.
“Pamela é a pior! Você está se sentindo bem esta manhã?” Ela perguntou, sua voz carregada de preocupação. Isso fez Belladonna perceber um leve sotaque na voz dela que não tinha ouvido antes.
Ela não conseguia identificar que tribo em Ignas tinha aquele sotaque.
Ela estava usando um dos seus vestidos vermelhos sem manga, como de costume, e o clique de seus saltos estava abafado pelo tapete vermelho sangue.
Belladonna forçou um sorriso, na verdade, ela já estava cansada dessa rotina pesada.
Ela não odiava Lady Kestra, nem gostava dela.
Como ela desejava que algo pudesse apenas ocupar seu tempo, para que ela, pelo menos, tivesse uma pausa dessa estilista forçada por uma vez.
Lady Kestra estalou os dedos, dispensando Colin.
Isso era incomum, mas Belladonna não disse nada sobre isso.
“Ouvi dizer que ela foi má com você. Você coitadinha.” Seus dedos longos e finos envolveram o rosto de Belladonna enquanto ela inclinava sua cabeça de um lado para o outro.
“Apenas um… pouco agressiva, isso é tudo.” Ela respondeu, desconfortável com o contato.
“Oh, doce, doce Belladona,” ela sorriu, tocando um dedo no nariz pontudo dela como uma criança. “…pronta para salvar a honra de todos, mesmo que seja apenas a de um dragão. Uma fera que respira fogo que te vê apenas como uma refeição em potencial. Você coitadinha.”
Belladonna desviou o olhar, piscando desconfortavelmente.
Por que ela sempre falava com ela dessa maneira? Era muito estranho e perturbador.
“Apenas saiba que o Rei não deixará nenhum mal cair sobre você. Eu ouvi sobre como ele te salvou e…” sua voz se animou novamente. “Vocês têm passado muito tempo juntos. Você já gosta dele?”
Belladonna se mexeu desconfortavelmente em sua cadeira novamente.
“Você não é minha mãe,” as palavras saíram de sua boca com raiva. Raiva de sua mãe verdadeira e de como, embora com ações diferentes, Lady Kestra de alguma forma a fazia lembrar. “Por que você sempre me faz relatar tudo para você.”
Ela olhou para cima bem a tempo de pegar o lampejo de dor nos olhos prateados de Lady Kestra, antes de desaparecer.
“Você acha que estou invadindo? Me desculpe muito. É só que é um castelo tão grande, parece um pouco vazio e eu pensei que seríamos ótimas amigas. Não estava tentando agir como sua mãe, nunca faria isso com você.”
Belladonna ficou surpresa com o pedido de desculpas dela. Especialmente pela última parte, porque soou pessoal. Como se Lady Kestra soubesse exatamente como era sua mãe.
Ela queria dizer algo em resposta, mas estava muito surpresa para isso.
“Olhe só! Meus olhos estão se comportando estranhamente.” Ela disse piscando rapidamente, dando passos apressados em direção à porta. “Vou ter que cuidar deles. Não acho que posso ajudar hoje. Por favor, me perdoe, Bell. Compensarei você amanhã.”
Antes que Belladonna pudesse dizer algo sobre isso, Lady Kestra já estava fora da porta.
Ela se virou para o espelho, respirando fundo.
Ela não tinha pensado que suas palavras a machucariam. Ela não tinha pensado que as machucariam de forma alguma!
Será que Lady Kestra não era o tipo de pessoa que ela pensava ser?
***
Os convites para café da manhã, almoço e jantar estavam ficando cada vez mais escassos com o tempo, conforme o Rei ficava cada vez mais ocupado.
Além disso, Raquel estava de volta. Ela estava um pouco diferente desta vez, quieta e estável. Todo aquele tremor havia desaparecido. Seus medicamentos devem estar realmente ajudando.
Quanto àquele sonho estranho, ela não teve mais nenhum por dias. Ela até tinha esquecido sobre ele enquanto se ocupava lendo seus livros.
Finalmente ela terminou de ler ‘Coração de Fogo’.
Ela apagou a lanterna, deitou na cama e seus olhos se fecharam no sono.
De repente, ela estava em uma praia, sentindo aquela areia fria escorregar entre seus dedos, o cheiro salgado das águas passando por suas narinas, o céu repleto de estrelas acima dela, enquanto a brisa fria fazia sua camisola de seda de comprimento médio grudar em seu corpo.
Ela estava de volta àquele sonho estranho novamente?
Naquele momento ela ouviu folhas farfalhando logo atrás dela, mas antes que pudesse se virar, ouviu aquela voz familiar novamente e congelou.
“Eu disse para não olhar? Por que você olhou?”