A Noiva Escolhida do Rei Dragão - Capítulo 19

19: Capítulo 19 – Esta Fera Morde 19: Capítulo 19 – Esta Fera Morde Ao contrário da última vez, quando tinha sido levada à masmorra para receber seu “dom”, dessa vez eles andaram bastante ao redor do castelo, até um campo aberto.

Enquanto caminhavam, o Rei envolveu Belladona em conversas amigáveis e quanto mais ele falava, mais ela o relacionava com a pessoa que conheceu através dos comentários no livro que estava lendo e mais se sentia confortável com ele.

Até que finalmente chegaram ao campo aberto onde Belladona pensou que o dragão estaria, mas ele não estava.

Naquele momento, o Rei pressionou uma pequena gema vermelha, entalhada em um anel que estava ao redor do seu dedo médio esquerdo. Apenas a gema do anel podia ser vista, o restante de seu anel estava enterrado em sua luva de couro preta.

Ela estava brilhando como uma das gemas no chamado quarto proibido.

Um raio de algo como um relâmpago atravessou o anel, logo depois ela sentiu o chão vibrar por um tempo antes de o dragão irromper de um lugar aberto no chão, pousando firme no chão, sua ação levantando poeira, enquanto dava ao Rei o que parecia ser uma carranca.

Ou ela estava pensando demais? Um dragão poderia mesmo fazer isso?

Ele riu, dando um passo à frente.

“Ela odeia ser perturbada durante seu sono de beleza.”

“Ela?” Belladona perguntou de onde estava, que considerava, pelo menos, seguro.

Ela não tinha realmente se dado ao trabalho de adivinhar qual seria o gênero antes, mas de alguma forma esperava que fosse macho.

Ela não sabia por que esperava isso, no entanto.

“Sim, o nome dela é Pamela.” Ele passou a mão ao redor do dragão e um som profundo ressoou de seu peito, enquanto ela seguia o Rei com o olhar. “Algum dia teremos que encontrar um macho para ela e, eventualmente, botar ovos.”

O dragão rosnou novamente.

Isso seria mesmo seguro? Ter uma fera alada cuspidora de fogo, mal-humorada e poderosa por perto?

Pamela não parece muito amigável esta tarde. O dragão parecia ainda mais irritado que na última vez que ela o viu, e isso foi durante o Ritual de Escolha.

“Por que você está parada aí? Você vai ter que vir até aqui e apreciar a beleza.”

“Eu–”
“Por favor, não me diga que está com medo. Minha Noiva, você tem a minha proteção, aconteça o que acontecer.”

Sua voz soava tão convincente, mas a visão do dragão ainda a fazia sentir medo.

“Eu não quero um ‘aconteça o que acontecer’, eu não posso arriscar nada.”

“Dói-me que você não confie na minha capacidade de protegê-la.”

Belladona deu de ombros.

Como ela poderia ser culpada?

O dragão estava rabugento e, em tamanho, ele poderia facilmente esmagá-lo com um de seus pés.

Era um milagre que ele conseguisse ficar tão calmo perto de uma ameaça mortal como aquela.

Embora ela tenha se convencido em certa medida de que ele não era humano, ela não sabia o que ele era e se o que ele era poderia protegê-los adequadamente de um dragão.

Ela podia entender o dragão, porém; ela mataria qualquer um que perturbasse seu sono, uma vez que dificilmente conseguia algum. Mas novamente, isso era sempre o que acontecia em casa.

Casa? Não, inferno!

“Não tenha medo, o dragão é meu e está completamente sob o meu controle.” Ele levantou a mão esquerda, trazendo-a para baixo lentamente para ela ver. O dragão ao mesmo tempo abaixou a cabeça duramente ao chão, antes que ele abaixasse sua mão e ela levantasse a cabeça mais uma vez.

Controle. Poder.

Então ele foi até ela, estendeu sua mão e ela a pegou. Ela o seguiu até onde o dragão estava.

Quando o dragão grunhiu, ela cambaleou para trás, batendo nele, justo a tempo de suas mãos segurarem seus braços firmemente, enquanto ele sussurrava para ela.

“Não tema, minha Noiva. Eu estou aqui.”

Ela assentiu levemente.

Suas palavras de alguma forma lhe deram conforto.

Então, lentamente, ela deu um passo à frente e ele a soltou. Ela caminhou até o dragão, depois ao redor dele, acessando-o.

A fera baixou a cabeça, observando-a também.

Belladona estava maravilhada com esta magnífica fera. Ela tinha duas cores. De um lado, um branco prateado e do outro, vermelho sangue. Era muito mais massiva do que quando ela estava a alguns passos de distância. Ela não a tocou, não era corajosa o suficiente para dar esse salto ainda.

Finalmente, ela ficou em frente a ela e o dragão abaixou a cabeça, olhando diretamente para ela.

Então ela viu os olhos dele e imediatamente sentiu como se estivesse sob um feitiço apenas olhando para eles.

Eles eram belos, mas aterrorizantes.

Era um sentimento confuso.

Suas pupilas eram como longas linhas azuis profundas, enquanto linhas vermelhas como relâmpagos estendiam-se delas para o restante de seus olhos.

O dragão roncou mais uma vez e ela sentiu a vibração cruzando por ela.

Ela já tinha visto aquelas cores antes, só não conseguia se lembrar onde.

Onde ela tinha visto antes?

Onde poderia ser?

Onde–?

Do nada, o dragão deu um passo ameaçador à frente, rosnando baixo para ela.

Antes que ela pudesse recuar, o rei já estava puxando-a para trás dele.

Como ele chegou aqui tão rápido?

Não importa!

Os rosnados aumentaram e o dragão mostrou seus dentes.

O Rei levantou seu anel como tinha feito antes, raios de luz dançando na superfície de sua gema.

“Submeta-se.” Ele ordenou, abaixando a mão para o chão como se estivesse usando alguma força invisível para trazer a cabeça do dragão para baixo.

Ela lutou, balançando a cabeça para a esquerda e para a direita, como se algo invisível a puxasse para baixo à força.

Então finalmente, ela aterrissou com um baque, sua cabeça no chão com um grito e algo que parecia um rosnado em seus lábios.

“Retorne.” Ele ordenou novamente.

O dragão levantou a cabeça, gritou para o ar, antes de voar de volta para onde tinha vindo.

Belladona podia sentir a vibração sob os pés, até que o dragão tinha voado muito para dentro do chão.

O Rei se virou para ela, perguntando se ela estava bem.

Mas tudo em que ela podia pensar eram aqueles olhos.

Eles a incomodavam de alguma forma, ela tinha visto algo similar antes.

Então clicou.

Era a gema!

A que estava no quarto proibido!