A Noiva do Rei Lobisomem - Capítulo 565

565: Assustador 565: Assustador (Da Perspectiva da Blue)
“Você quer dar uma caminhada juntos?”

“Ah, eu adoraria, mas estou a caminho da torre mágica,” eu disse.

Evelyn franziu a testa. “É uma emergência?”

“Não exatamente.”

“Então, vamos. Vamos conversar um pouco e caminhar. Faz tempo que não temos um tempo juntos,” disse Evelyn.

“Tudo bem, uma pequena caminhada não vai fazer mal,” eu disse.

Evelyn era uma mulher graciosa. Ela parecia muito poderosa e confiante. Ela e sua mãe compartilhavam o mesmo cabelo vermelho; o cabelo vermelho parecia realçar sua ferocidade. Dem e ela tinham um tipo de personalidade semelhante, não em todos os aspectos, porém.

“Ver seu filhinho me faz querer ter um bebê também. Mas tanto Merrick quanto Ava são contra. Merrick acha que seria um ato egoísta, já que não poderíamos cuidar de uma criança adequadamente enquanto viajamos e Ava simplesmente não quer ter um irmão. Ela é velha o suficiente, então pedimos a opinião dela,” ela disse.

Ela cutucou a bochecha gordinha de Dion, que olhou para ela e depois olhou de volta para mim antes de esconder o rosto no meu peito.

“Oh? Ele costumava vir até mim antes,” ela disse.

Agora, Dion reconhecia as pessoas pouco a pouco e não ia para os outros tão facilmente como antes. O Doutor Dimitri disse que isso também se devia ao fato de ele ter desenvolvido o sentido do olfato, pois era parcialmente um lobisomem. Nessa idade, crianças como Dion gostam de ficar perto das pessoas que veem todo momento.

“Nossa Ava era mais sociável nesta idade. É verdade, então, como dizem, que todas as crianças são diferentes,” ela riu.

“Ele realmente não vai para muitas pessoas além de Dem, eu e alguns outros, como Perita, já que ela está sempre por perto, e Luc e Rubi. Como Luc e Rubi às vezes cuidam dele, ele fica confortável com eles,” eu disse. “Ele é um pouco relutante em ir para pessoas que ele não encontra regularmente.”

“Isso é de se esperar, eu suponho. Ele é um pouco menor do que as crianças lobisomens aos seis meses. É interessante. Eu realmente gostaria de saber o quanto ele é diferente de outras crianças lobisomens, já que ele é meio humano,” ela disse. “Não me entenda mal. Eu amo esse pequenino. Eu só tenho muito interesse nele, assim como tenho em você.”

“Em mim?”

“Você é humana e também esposa do meu irmão. Naturalmente, eu tinha interesse. Mas meu irmão é tão possessivo que é honestamente muito difícil ter a chance de me aproximar de você. Esse pé no saco nem me deixa te ver tanto quanto eu queria!”

“Sério? Você tentou antes?” Eu perguntei.

“Claro que sim!” ela exclamou.

Ela respirou fundo e ajustou sua expressão facial. “De qualquer forma, meu irmão é um merda. Não tenho ideia de como uma mulher tão doce como você consegue conviver com ele.”

“Ele não é mau, Evelyn. Ele só tem dificuldade em se abrir.”

“É mais como se ele não quisesse se abrir.”

“Isso não está errado. Ele simplesmente não gosta de se aproximar das pessoas. Há muitas pessoas assim,” eu disse. “Mas sabe, quando ele se abre, ele é realmente divertido de estar junto.”

“Só você diria isso,” ela disse. “Dito isso, eu vi uma marca nas suas costas outro dia quando você usava um vestido sem costas. É como uma cobra, não é? É uma marca temporária? Porque era realmente legal. Eu adorei.”

Evelyn era uma mulher astuta. Todos os membros da família de Dem eram assim. Alguns deles poderiam parecer inocentes, mas eram o oposto. Se Evelyn estava me perguntando, significava que ela fez bastante pesquisa e tentou descobrir o máximo possível antes de decidir me perguntar.

Bem, não era como se eu estivesse tentando esconder a marca. Não havia ponto. Era melhor mostrar eu mesma do que as pessoas descobrirem aleatoriamente por um boato.

“Não, não é temporária. É permanente,” eu disse.

“Parece familiar,” ela disse.

“Não deveria, a menos que você esteja muito interessada em um tipo particular de coisa.”

“Que tipo de coisa exatamente?”

“Você saberia melhor, Evelyn, já que a marca parece bastante familiar para você,” eu sorri.

De repente, ela tocou meu rosto com a palma da mão e trouxe seu rosto bem perto do meu. Eu fiquei verdadeiramente surpresa.

“Você não é tão inocente quanto antes, não é, minha querida cunhada?”

Eu a afastei pelos ombros e dei um passo para trás. “Eu nunca fui inocente, Evelyn. Só um pouco assustada no início, mas acho que essa parte de mim não está mais aqui,” eu sorri.

Sim, eu ainda estava um pouco assustada. Eu não poderia mudar todo o meu ser. Também não tinha intenção de fazê-lo. Eu não queria esquecer quem eu tinha sido e quem eu realmente era.

‘Com medo de quê?’ uma voz perguntou.

‘De tudo. Amor. Traição. Família. Perda. Tudo, apenas tudo.’
“Eu descobrirei isso, Blue, mais cedo ou mais tarde.”

“Boa sorte com isso,” eu dei a ela outro sorriso.

“Nós, os Eastons, somos bastante persistentes, você sabe disso? Você deveria saber, já que está com um Easton. Eu adoro descobrir sobre algo, Blue. Há algo sobre mistérios que me fascina.”

“Isso é uma coisa boa, no entanto, devo informar que não é nenhum segredo. Esta minha marca não tem nenhuma história relacionada a ela que eu preferiria manter oculta. Se quisesse, teria coberto com maquiagem ou apenas usado algo que não a revelasse. Teria te contado se você apenas tivesse me perguntado, Evelyn. Mas provocar você parece muito mais divertido,” eu disse.

“Brincalhona, não é?” ela riu.

“Bastante. Tem que ter um lado brincalhão,” eu disse. “Bem, foi um tempo divertido com você. Acho que agora devo ir para a torre mágica.”

Ela assentiu. Eu virei minhas costas para ela e dei apenas dois passos quando ela disse, “Mãe está viva.”

“Está?” eu perguntei.

Não havia motivo para agir surpresa. Ela não teria me dito isso se não soubesse que eu estava ciente disso.

“Eu a vi no meu sonho.”

“Evelyn, um sonho não é realidade.”

“Claro que não. Talvez seja por isso que ela estava lá mesmo quando eu acordei,” ela disse. “Eu não gosto de mentiras, Blue.”

“O que você está insinuando?”

“Nada,” ela disse. “Demetrius sabe?”

“Sabe de quê?” eu perguntei, agora virando para ela.

“De tudo.”

“Pergunte a ele mesmo. Ele é seu irmão,” eu disse e virei minhas costas para ela. Ela não disse mais nada, mas eu poderia jurar que ouvi um suspiro prolongado.

“O que há com ela? Ela parece assustadora,” disse Perita. “Mas a ex-rainha está realmente viva?”

“Não faça perguntas, Perita,” eu disse. Minha cabeça estava cheia de pensamentos. Por um segundo, pensei em voltar para o palácio. Mas no momento seguinte, pensei que seria um desperdício, já que eu tinha vindo até aqui.

‘Haa, eu deveria ter apenas me teletransportado do meu quarto para a torre mágica desde o início.’
Se eu me teletransportasse, não teria que encontrá-la. Mas, então, pensei que seria uma boa chance de dar uma caminhada. Eu precisava me movimentar um pouco.

Não muitas pessoas poderiam se teleportar para a torre mágica, pois a barreira mágica impedia isso. Os magos que tinham um tipo especial de artefato que Luc criou poderiam fazer isso. E eu poderia fazer isso porque meu poder poderia romper a maioria das barreiras.

Quando mostrei a Rubi e Luc o primeiro dente de Dion, o pensamento do encontro estranho com Evelyn saiu da minha mente. Eu estava muito empolgada para mostrar o primeiro dente de Dion.

“Aww, nosso pequeno Dion cresceu tanto! Agora, ele até tem um dente! Nossa!” Rubi exclamou.

Dion adorava Luc e Rubi. Eles eram suas segundas pessoas favoritas. Ele também gostava de Perita, mas certamente não tanto quanto eles, pois Perita fazia muito barulho que Dion não gostava.

Luc fez cócegas na barriga de Dion e ele riu. Eu estava feliz em ver Luc finalmente carregando-o do jeito certo. Ele costumava carregar Dion de uma maneira estranha, mas segura. Rubi deve ter ensinado a ele como carregar uma criança corretamente.

“Oh, você ainda não tirou essa pulseira. Vai ficar aí o tempo todo?” Luc perguntou, tocando a pulseira no pulso de Dion.

“Evan deu isso a ele. É linda, não é? Eu também tenho uma,” eu disse, mostrando uma pulseira parcialmente similar no meu pulso. Eu a usava desde o momento que ele me deu. Dem me disse para tirá-la, mas eu prometi a Evan que a usaria. Talvez eu tenha levado a amizade um pouco mais a sério do que a maioria das pessoas, mas provavelmente não era uma coisa ruim.