A Noiva do Príncipe Dragão - Capítulo 63

63: 63. Vestido como um Tragoniano 63: 63. Vestido como um Tragoniano Neriah não tinha intenção de confrontá-lo naquela manhã, nem estava com disposição para isso. Ela simplesmente tinha entrado no banheiro, lavado o rosto e limpado os dentes, agora ela estava parada em frente a ele com a mesa de comida entre eles.

“Você lavou bem os dentes?” Ele perguntou de repente e ela o encarou com incredulidade, girando uma taça na mão. Que tipo de homem vulgar faz uma pergunta dessas a uma dama? Ela não tinha resposta para ele. Ela não tinha intenção de comer com ele e também não tinha intenção de se privar de comida por mais tempo.

“Você usou seu polidor de dentes e o creme dental?” O que havia de errado com o homem!! Que tipo de pergunta era essa? Ela escolheu ignorá-lo, se ela ia ter que lidar com ele, poderia muito bem começar a aprender como não deixar que ele a irritasse. Além disso, ela ia escapar dele mais cedo ou mais tarde. Ele não valia seu estresse.

“Por que não há criadas para servir a comida?” Ela simplesmente perguntou ao perceber que teria que servir sua própria refeição. A resposta dele à pergunta dela foi um leve encolher de ombros enquanto ele bebia de sua taça.

Ela ia ignorá-lo. Sim, ela ia. Então ela pegou seu prato e adicionou uma variedade de alimentos nele. Com a mesma graça, ela se serviu de um copo de suco de maçã fresco e balançou os quadris de volta para a cadeira de onde tinha acordado.

“Você decidiu parar seu jejum?” Ele estava zombando dela. Ela sabia que ele estava zombando, mas ela não ia ficar irritada. Claramente dava algum tipo de alegria para ele vê-la ficar irritada. Ela não ia dar a ele essa satisfação. Ela decidiu que o tempo que usava trocando palavras com ele, preferia usar planejando sua fuga. Então, silenciosamente, ela comeu sua refeição.

“Você deveria comer bastante. Embora suas bochechas ainda pareçam tão redondas como na noite em que te vi pela primeira vez, não queremos que você perca peso ainda.” Ele disse e Neriah só conseguia se perguntar por que ele estava tentando falar com ela. Ele estava realmente tentando irritá-la? Ela se recusava a estar estressada por ele naquela manhã.

“Suas coisas estão sendo carregadas no navio conforme falamos, espere—” ele fez uma pausa enquanto tomava um gole do que quer que estivesse naquela taça que ele segurava, “—tudo já deve ter sido carregado até agora.” Ele observou.

“Só falta nos despedirmos dos seus pais e voltaremos para Trago. Então, tome seu tempo com sua refeição, não há pressa. Depois da sua refeição, as criadas virão e ajudarão você com seu banho. Eu, como seu marido, teria adorado ajudar, mas como você pode ver, já estou vestido.” Suas palavras eram tão vulgares! Que tipo de príncipe falaria dessa maneira? Tudo que ele fazia sempre a lembrava de que ele era um bárbaro sem classe e sem modos. E ainda assim ela corou. De raiva, claro! Por que mais ela coraria? Ela de maneira alguma estava afetada por suas palavras. Ela apenas corou de raiva.

“Uma vez que você estiver vestida e pronta, visitaremos seus pais e prestaremos nossos respeitos como marido e mulher. Então partiremos para Trago. Será uma viagem muito longa, então me informe se você precisar de alguma coisa antes de embarcarmos no navio.” Talvez ele tivesse percebido que, não importa o que ele dissesse a ela naquela manhã, ela não ia responder, ou talvez ele já tivesse acabado de dizer tudo que tinha para dizer. Mas depois dessas palavras, ele colocou sua taça de volta na mesa, descruzou as pernas e se levantou em sua altura total.

Lentamente, ele caminhou em direção à porta, mas quando sua mão tocou na maçaneta, ele pausou e, sem olhar para ela, disse: “Trago não é tão ruim quanto você pensa. Você vai gostar de lá. Isso eu lhe garanto.” E ele saiu pela porta. O quarto estava silencioso novamente.

“Eu vou gostar?” Ela bufou, “Eu nem mesmo amo o homem com quem me casei, então como vou amar a casa dele?” As palavras dele eram apenas declarações de um tolo em seus ouvidos.

Como ele havia lhe dito, depois de algum tempo, algumas criadas entraram no quarto. Ela não tinha desejo de enfrentá-las também. Então ela tomou banho e elas trouxeram seu vestido para o dia. Era um vestido estrangeiro. Ela nunca tinha visto aquele estilo ou padrão de vestido antes. Não era o usual vestido de gala de princesa ao qual estava acostumada. Ao ver a cor laranja, ela pôde dizer que seu querido marido tinha providenciado para ela.

Ela o odiava. E embora fosse bonito à sua maneira, ela odiava o vestido porque ele a lembrava dele. Mas ela ainda assim o vestia.

Depois que as criadas a ajudaram a vestir o vestido, ela ficou diante do espelho olhando seu reflexo. Ela não podia negar, e odiava esse fato. Mas o vestido era bonito. Tinha um design simples e ao mesmo tempo complicado. Ela nunca tinha usado um vestido sem mangas antes. Exceto suas camisolas. Então era um pouco desconfortável, mas além disso, era bonito.

O estilo no pescoço do vestido era um que ela nunca tinha visto antes. As criadas lhe disseram que era chamado de decote drapeado. O corpete do vestido não tinha espartilho e ainda assim ajustava-se ao corpo, e isso tornava a respiração muito mais fácil. Abaixo da cintura era plissado como um leque de senhora aberto em toda sua capacidade, ainda caindo numa onda bonita. O que era mais fascinante sobre o vestido era como ele permanecia ajustado aos seus quadris, só para cair num padrão da letra maiúscula A a partir de suas coxas até os pés. A começar do centro de suas costas abaixo de seus quadris havia uma longa extensão que parecia a cauda de um periquito.

E como se isso não fosse suficiente, o vestido ainda era mais embelezado por fios verdes de miçangas caindo com o decote drapeado e pequenos pedaços de pedras verdes começando de suas coxas até o final da cauda do vestido.

Com certeza era bonito. Talvez porque ela nunca tinha visto algo assim, mas certamente era o vestido mais lindo que ela já tinha visto. Mas também ela nunca tinha odiado tanto um vestido. Porque ela tinha certeza de que era dele. As criadas confirmaram isso também.

Como ele sabia seu tamanho? Ele o tinha preparado em sua cidade natal? Como é que o vestido se ajustava perfeitamente a ela? Ela nunca perguntaria.

O que era mais irritante eram suas tatuagens que ela tinha graças a ele estarem completamente visíveis. Não havia como esconder isso com esse tipo de vestido. Na verdade, as tatuagens pareciam combinar com o vestido. Como se fosse um padrão anexado ao vestido. E era bonito. Tão bonito que ela desejava arrancá-lo de sua pele.

Seu cabelo estava penteado num lindo coque em forma de rosa com enfeites verdes entrelaçados. Neriah bufou ao seu reflexo no espelho. Como ela estava mais bonita hoje do que no dia do seu próprio casamento? Agora ela estava parecendo uma noiva, enquanto no dia do seu casamento, um dia que deveria ser único em uma vida, em tão dia especial, ela parecia pior que uma mendiga.

Senhores, ela odiava sua vida. E por todos os deuses, ela escaparia dessa vida. Ela não podia viver assim por toda a eternidade.

…

Paciente, Barak esperava ser notificado de que ela estava pronta. Ele estava entre seus homens repassando os últimos detalhes antes de partirem, mas sua mente realmente não estava com eles.

Ele imaginava como ela ficaria com vestimentas Tragonianas. Ele havia conjurado a imagem em sua cabeça, e usou seus poderes de fogo para criar uma pequena figura do que havia imaginado. E mesmo em sua imaginação, ela estava deslumbrante. Será que ela gostaria do vestido? Ele não tinha ideia, mas esperava que sim. Ele esperava que ela aceitasse e não lutasse para usar algo diferente.

Ele queria desesperadamente vê-la no vestido. “Vossa Alteza,” um dos cavaleiros o chamou. “Sua Alteza está pronta.” Ele anunciou e Barak lutou contra um sorriso que puxava seus lábios enquanto ele instantaneamente deixava seus homens e ia em direção ao quarto onde ela estava.

Será que ela ainda se recusaria a falar comigo? Barak se perguntava enquanto alcançava a porta do quarto. Bem, mesmo que ela recuse falar comigo, ela é minha esposa agora. Esse fato não vai mudar.

Com um suspiro profundo, ele abriu a porta e entrou no quarto…

“Querido Senhor Narciso,” Ele murmurou ao seu deus enquanto olhava para as costas dela viradas para ele. “Eu morreria e ainda assim não permitiria que ela caísse nos braços de outro.”

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Ei pessoal, desçam até a seção de comentários para dar uma olhada no vestido da Neriah…