A Noiva do Príncipe Dragão - Capítulo 32

32: 32. Em sua mente. 32: 32. Em sua mente. Para Barak, foi um encontro que ele não conseguia tirar da cabeça. Já haviam se passado duas noites desde que ele entrou em contato com a elfa de língua afiada e, mesmo deitado acordado em sua cama mais uma vez como nas duas últimas noites, ele simplesmente não conseguia esquecê-la.

Ele tentou. Pelos deuses, ele realmente tentou não pensar nela, mas não pensar nela era quase tão impossível quanto não respirar. Porque cada respiração que ele tomava parecia carregar uma sombra dela, e cada respiração que ele exalava o lembrava que ele a tinha deixado ir aquela noite.

Ele sabia que segurá-la não era uma opção e mesmo assim ele se arrependia de tê-la deixado ir. Ele não queria, mas não conseguia evitar o arrependimento. Foi apenas uma noite, ele continuava se dizendo. Apenas mais uma de suas muitas noites com uma estranha.

Ele se virou e deitou de lado, olhando pela janela, tentando não respirar para não ser lembrado do perfume dela e pensar nela novamente. Mas ele estava inquieto e virou-se novamente, desta vez deitando-se de costas com as mãos posicionadas como um travesseiro sob sua cabeça e as pernas esticadas sobre a cama e cruzadas.

Ele olhava sem ver para o lustre acima do pé da cama e a imagem dela veio à sua cabeça novamente. Parada naquelas roupas de criada com uma adaga em suas mãos.

Ele trouxe uma de suas mãos para frente, deu um estalo no pulso e uma pequena bola de fogo apareceu no ar. Ele girou o dedo indicador e a bola de fogo se transformou na figura de uma mulher… Aquela mulher. Seus cabelos dançando atrás dela. Ele podia recriar a figura dela com suas chamas, mas havia tantas coisas que ele não podia recriar…

O fogo em seus olhos, o desprezo em sua voz, a tic em seu pescoço quando ela gritava… Todas essas coisas ele não podia recriar com suas chamas.

“Maldita seja a feiticeira!” Ele amaldiçoou e acenou com o pulso, fazendo as chamas se dissiparem no ar.

Ela não foi a primeira estranha que ele levou para a cama, mas definitivamente foi a primeira cujo perfume e silhueta permaneceram por dias. Cujos pensamentos nublaram sua mente.

Por quê? O que havia de diferente nela? Nada… Ele tinha se dito repetidamente. Ela era como qualquer outra mulher, com as mesmas coisas que outras mulheres possuíam, então o que havia de diferente nela que a fazia assombrá-lo tanto?

Ele via uma parte dela em tudo. Nas folhas verdes e na grama ele via os olhos dela, nas chamas ardentes e brasas vermelhas ele via seu luxuriante cabelo ruivo longo, na água que ele bebia e com a qual se banhava ele via sua voluptuosa figura girando sob ele.

Era como se estivesse sob uma maldição.

O som áspero e crepitante do fogo consumindo madeira o lembrava do veneno em sua voz com raiva, e no som suave da harpa ele podia ouvir o sussuro dela, macio e terno.

Ele não conseguia evitar. Estava enlouquecendo, tudo por uma mulher! Uma elfa, por sinal. Por que ela estava em sua mente? Por que parecia que quanto mais ele tentava esquecê-la, mais ele podia sentir o calor de seu tapa, tão fresco em sua bochecha, e a calor de seus dentes vingativos em volta de sua orelha? Por quê?

Ele tinha enviado alguém para perguntar sobre ela. Ele não conseguia conter sua curiosidade. Pelo que ele sabia, ela poderia estar mentindo sobre seu nome e quem ela era. Mas então ele obteve informações de que realmente existia uma elfa chamada Ria que era a criada pessoal da princesa.

Aria… Disseram-lhe, era seu nome completo. Aria, um nome belo. Mas parecia um pouco suave demais para alguém felino como ela.

Ele tinha dito o nome repetidamente em sua cabeça e ainda não estava cansado de dizê-lo. Será que ela tinha lançado um feitiço nele?

Qual era o motivo de ele não conseguir tirá-la da cabeça? Era um sentimento de culpa? Porque ele realmente havia cobiçado o corpo dela desde o início e, como ela tinha dito, ele a manteve esperando que ela cedesse, o que ela fez.

Era culpa que fazia os olhos verdes penetrantes dela assombrá-lo? Porque ele de alguma forma a havia induzido a fazer algo que ela não queria? Era realmente culpa? Se fosse, então como diabos ele deveria livrar-se disso? O que ele tinha que fazer? Quanto mais ele pensava sobre isso, mais difícil se tornava para ele organizar seus pensamentos.

Como ele iria lavar a culpa? “Assumindo a responsabilidade por ela.” Parecia que uma pequena fada sussurrava essas palavras em seu ouvido e Barak instantaneamente sentou-se reto na cama enquanto as palavras ecoavam em sua cabeça novamente. Assumindo a responsabilidade…

“Mas como eu faço isso?”

…

Em uma sala, um homem estava sentado atrás de uma enorme mesa de madeira. Alguns pedaços de papel estavam espalhados pelo comprimento da mesa. Uma pena repousava entre seus dedos. Seus longos cabelos negros tinham pequenos fios grisalhos aparecendo, evidência de anos bem vividos. Uma pequena cicatriz corria de sua sobrancelha esquerda até sua orelha, e mais algumas cicatrizes em seus ombros e braços, evidência de guerras lutadas.

Rei Bashan Der Drache levantou a cabeça de sua carga de trabalho ao ouvir a porta de sua câmara sendo aberta. Havia apenas algumas pessoas que teriam a audácia de fazer tal coisa. Sua querida rainha que ele deixara para trás no reino de Trago para supervisionar as coisas enquanto ele estava ausente e seus filhos. Então ele não precisava pensar muito para saber quem era. Ele trouxe apenas um de seus filhos com ele.