Capítulo 758: Apenas Para Nós Dois

A carruagem estava pronta, sem guarda ou cavaleiro para acompanhá-los. Lucian ofereceu sua mão a Erin e ajudou-a a sentar na carruagem antes de segui-la para dentro.

Ao sinal, o cocheiro partiu. Dentro da carruagem, Erin e Lucian estavam sentados um de frente para o outro. Enquanto Erin ainda estava confusa com a conversa que teve com seu irmão, Lucian pegou o cobertor e colocou sobre ela.

Ela observava-o atentamente, sua expressão séria enquanto cuidava dela. ‘Cuidado? Ele cuida de todos.’

Assim que ele colocou o cobertor ao redor dela, seu olhar encontrou o dela. Ele podia sentir que o olhar dela não era de uma mulher feliz, mas um pouco triste, com algo mais nele, como se ela quisesse lhe fazer várias perguntas.

“Você quer falar sobre algo?” ele perguntou.

Pega de surpresa, ela balançou a cabeça. ‘Talvez eu esteja apenas sendo precipitada. Devo esperar pelo dia. Ele está me levando embora; talvez ele expressará seus sentimentos quando estivermos a sós.’

A carruagem continuou a se mover em direção ao destino deles. Vendo-a quieta, Lucian perguntou, “Você está sentindo frio?”

Erin balançou a cabeça. “Não.” Ela desviou o olhar para fora da janela.

Lucian simplesmente olhava para ela, claramente sentindo a tristeza por trás de sua calma. Ele se levantou do seu lugar e sentou ao lado dela. Erin foi pega de surpresa e olhou para ele.

“Assim posso explicar o território à medida que passamos,” ele disse e olhou para fora da janela, “Ao longo do caminho, você verá diferentes partes da propriedade.

‘Talvez ele esteja apenas tentando ficar mais à vontade comigo. Ter uma boa conversa já é o suficiente.’ Um leve sorriso pintou seus lábios enquanto ela olhava para fora. “O que é aquilo daquele lado?” ela perguntou, olhando para as árvores altas. “Floresta?”

Ele murmurou e adicionou, “No inverno, aquela parte não é acessível. Quando o inverno passar e toda a neve derreter, te levarei lá.”

“Então vai demorar. O inverno é longo aqui,” ela comentou.

“Mais três meses até a primavera chegar,” ele acrescentou.

“Você também é novo no Nordeste, então deve ter estudado este lugar para conhecê-lo bem?” ela perguntou.

Ele assentiu. “Uma vez que fui velho o suficiente para entender as coisas, Mãe e Pai me contaram sobre meus pais e o que aconteceu aqui. Eles sempre falavam sobre que tipo de lugar é o Nordeste. Mesmo sem vê-lo pessoalmente, eu quase podia imaginar, como se a essência deste lugar corresse em meu sangue.”

“Sentiu como se fosse seu lar quando voltou aqui?” ela perguntou, curiosa para conhecer seus pensamentos.

“Talvez. Eu estava apenas tentando encontrar vestígios de familiaridade, traços dos meus pais. Mas o pensamento de que este lugar costumava ser meu lar, e que eu nasci aqui, era suficiente para me fazer sentir que é meu lar,” ele respondeu, como se estivesse pronto para abrir seu coração para ela.

“Dizem que onde quer que uma pessoa vá, ela permanece ligada às suas raízes,” ela comentou. “Esse é o caso para você.”

Lucian murmurou.

“Você está feliz por estar de volta aqui?”

Ele murmurou novamente e disse, “Estou feliz que posso dar uma boa vida àqueles que se sacrificaram para me proteger. Talvez isso seja o que eu mais desejava, além de apenas vingar meus pais.”

Erin sabia que Paul, Gwen e Rina eram realmente muito importantes para ele, e ela sabia que era o certo a fazer. Se não fosse por eles, não haveria Lucian. Ela tinha certeza de que eram boas pessoas, e resolveu tratá-los como se fossem dela, com o respeito que já tinha por eles em seu coração. Pois aqui, embora não pelo sangue, eles eram os verdadeiros pais de Lucian.

Erin olhou para fora e perguntou, “O que exatamente é o lugar para onde estamos indo agora?”

“O lugar que é destinado apenas para nós dois,” Lucian respondeu.

Erin olhou para ele, sentindo-se confusa. ‘Apenas os dois deles?’

Ele olhou de volta para o rosto lindamente confuso dela, absorvendo sua aparência tão de perto que ele nunca queria parar de olhar para ela.

“Há um lugar lindo que dizem ter sido construído por meus pais antes do meu nascimento, como um presente para mim. Já que é especialmente para mim, esse lugar significará ser para você também. Então, é só para nós dois,” ele explicou, seus olhos nunca deixando os dela.

Ela não sabia por que, mas de repente, ela se sentiu nervosa e baixou o olhar, sem saber o que dizer ou como reagir. Apenas para os dois deles? Soava meio íntimo para ela, e a maneira como ele a olhava era… diferente.

Ela olhou de volta para fora da janela e disse, “Bem… é bom ter um lugar assim…”

Eles continuaram a andar em silêncio por um tempo antes de Lucian falar. “Esta propriedade é enorme, e provavelmente levará um mês para eu te mostrar tudo. Depois que o inverno acabar, faremos isso.”

“Isso soa bom,” ela respondeu, mantendo sua calma.

“Você está com frio?” ele perguntou, preocupado com o silêncio dela.

Erin balançou a cabeça. “Na verdade, não. Este cobertor é quente o suficiente.” Ela olhou para ele, percebendo que ele estava sentado sem se cobrir com um cobertor. “Você está com frio?”

“É suportável,” ele respondeu.

Erin não sabia como dizer a ele para entrar no cobertor. Ela olhou ao redor. “Só tem um cobertor aqui?”

Ele assentiu. “Não se preocupe comigo. Estou acostumado com o frio.”

Erin suspirou internamente. ‘Será que o mataria agir um pouco menos durão e admitir que está com frio, para que eu possa oferecer para compartilhar o cobertor sem que isso tenha outro significado? Esse homem é realmente insensível. Eu só não quero que ele fique doente.’

Desistindo de sua natureza obtusa, Erin finalmente estendeu o canto do cobertor para ele. “O cobertor é grande o bastante.”

Lucian olhou para ela e aceitou. Ele se moveu um pouco mais para perto dela, permitindo que o cobertor o alcançasse sem perturbar a maneira confortável como ela estava embrulhada nele.

No momento em que ele se aproximou, o coração dela deu um salto. Apesar do frio, ela podia sentir o calor persistente dele. Conforme a carruagem se movia, o lado do corpo dela ocasionalmente esbarrava no dele.

Ela estava claramente afetada, enquanto ele se sentava como de costume, inalterado.

‘Talvez seja bom que ele não sinta nada, para que eu possa permanecer calma.’