741: Tenha a Dignidade de um Senhor 741: Tenha a Dignidade de um Senhor Quando a refeição terminou e todos estavam se preparando para sair, Erin falou. “Aaron, gostaria de dar um passeio comigo?”

O cômodo ficou em silêncio. Aaron olhou para Erin, depois para seu irmão, sentindo-se dividido entre os dois. Se ele recusasse o convite de Erin, isso a envergonharia na frente de todos, especialmente porque ela acreditava que eles estavam destinados a se casar. No entanto, se ele aceitasse, isso poderia machucar seu irmão.

Ainda assim, se seu irmão fosse realmente um homem, ele não deixaria sua mulher se sentir ofendida. E Aaron não tinha intenção de humilhar uma dama.

Com um aceno sutil, Aaron se levantou, e Erin fez o mesmo.

“Seu tornozelo ainda está machucado,” Luciano apontou.

Erin lançou-lhe um olhar cortante. “Aaron está comigo. É o lugar dele se preocupar, não o seu,” ela disse secamente. “Pare de ser meu guarda-costas e tenha a dignidade de um Senhor.”

Todos trocaram olhares, sem palavras. Erin nunca foi de se conter, e estava claro que Luciano enfrentaria um momento difícil.

Luciano, no entanto, permaneceu calmo. “Se eu não tivesse mantido a dignidade de um Senhor, você não estaria sentada ao lado do meu irmão.”

Rowan recostou-se na cadeira, servindo-se de uma nova xícara de chá. “Por favor, continuem. Estou bastante divertido com isso.”

Erin deu ao irmão um olhar de reprovação antes de se virar para Aaron. Ela passou o braço pelo dele, como uma dama apropriada. “Vamos?”

Aaron assentiu e pôde sentir o olhar penetrante de seu irmão em seu braço. Aaron olhou para ele, seu olhar significando- ‘Não me olhe assim. É sua culpa por ainda não ter dito nada para ela.’
“Posso juntar-me a vocês?” Rina perguntou docemente.

Aaron apenas assentiu, e os três saíram juntos.

O grupo restante recostou-se, sua atenção mudando para Luciano, que observava Erin com uma expressão sombria ao vê-la ainda agarrada ao braço de Aaron.

“Você deve ter feito algo para aborrecê-la mais cedo,” comentou Nathaniel.

Luciano exalou, frustrado. “Eu só estava tentando evitar que ela se machucasse.”

Rowan riu. “Não duvido. Quando Erin está com raiva, ela pode ser imprudente. É bom saber no que você está se metendo—ela não é fácil de lidar.”

“Talvez seja por isso que eu gosto dela,” murmurou Luciano.

“Bem, estou ansioso para ver como ela vai mexer com você,” disse Rowan com um sorriso. “Esta viagem valeu a pena só pelo entretenimento. Eu nunca esperava que fosse tão interessante.”

“Pare de achar divertida a dor de nossa irmã,” repreendeu Rafal, depois virando-se para Luciano. “Você sequer contou para ela que você nunca a rejeitou? Que foi apenas um mal-entendido?”

Luciano balançou a cabeça.

“Luciano, você deveria dizer a ela agora, para que ela não fique com raiva de você,” sugeriu Arthur.

“Não, ele não pode,” Rowan interrompeu, voltando-se para Luciano com um sorriso malicioso. “Se você realmente ama minha irmã, desafio você a fazer com que ela se apaixone por você novamente—e aceita você—sem revelar a verdade para ela. Se você conseguir, só então darei minha bênção para que se casem. Caso contrário, ficarei perfeitamente contente vendo ela casar com seu irmão e criar uma família com muitos filhos.”

O olhar de Luciano escureceu ao pensar em Erin começando uma família com outra pessoa. Seu maxilar se apertou. “Não se preocupe. Você faria uma ótima babá para ela e meus filhos.”

“Com prazer,” disse Rowan, sorvendo seu chá com um sorriso irônico.

Enquanto Erin, Aaron e Rina caminhavam lá fora, os outros se dirigiram para a sala de estar após terminarem seu chá recém-preparado.

“Quando estamos indo para Wynters e Rainiers?” perguntou Rowan.

“Esta tarde,” respondeu Luciano, tomando a responsabilidade na ausência de Aaron.

“Ótimo. Espero que você seja tão bom anfitrião quanto Nathaniel foi,” comentou Rowan.

“Isso é para Aaron responder, já que vocês ficarão em Wynters,” Luciano respondeu secamente.

Rowan arqueou a sobrancelha. “Você não disse que minha irmã ficaria em sua residência, não na de Aaron?”

“Ela ficará. Apenas ela—não seus irmãos,” disse Luciano secamente.

Rowan riu. “O que você pensa que somos?” Ele se virou para Rafal. “Você não vai dizer nada?”

“Estou bem em ficar em Wynters,” disse Rafal indiferentemente.

“Você é absolutamente inútil,” Rowan murmurou, exasperado, antes de enfrentar Luciano novamente. “E qual é a verdadeira razão por trás disso tudo?”

“Aaron gostaria de ter convidados em sua residência,” Luciano disse com um encolher de ombros. “Além disso, não quero ninguém se intrometendo entre mim e Erin, especialmente seu segundo irmão.”

Rowan suspirou dramaticamente. “Tudo bem, mas se você magoar minha irmã enquanto ela estiver em sua casa, eu juro que a farei casar com Aaron no dia seguinte.”

“Veremos,” Luciano respondeu, desinteressado.

Justo então, um mordomo entrou no cômodo, fazendo uma pequena reverência. “Senhor Luciano, um dos criados notou manchas de sangue em sua camisa. Você está ferido?”

“Ferido?” A voz de Rina soou quando ela correu em direção ao irmão, tendo retornado do passeio no frio. “Onde você está machucado?”

Aaron seguiu de perto, sua expressão aguda com preocupação. “O que aconteceu?”

“É apenas um pequeno arranhão. Nada sério.”

“Me mostre onde você está machucado, irmão,” Rina insistiu ansiosa.

“Não é nada, Rina,” Luciano a tranquilizou com um sorriso calmo
Nathaniel olhou para o mordomo, que acrescentou, “A mancha de sangue no ombro era bastante grande. Não parece uma pequena ferida.”

Erin, de pé à distância, rapidamente percebeu o que poderia ser a ferida. Ela tinha mordido Luciano com força suficiente para tirar sangue. Ele é um homem forte; ele não vai morrer por isso, ela disse a si mesma com uma carranca. Ele me provocou e mereceu. É tudo culpa dele. Não preciso me sentir culpada por um canalha.

“Por que você está aí parada? Entre,” Rowan chamou sua irmã. Ele notou as expressões de sua irmã como as de uma pecadora.

Com um suspiro, Erin obedeceu e entrou no cômodo.

Rina, ainda preocupada, se aproximou de Luciano. “Me mostre,” ela insistiu, puxando seu casaco de inverno. “Deixe-me ver a ferida.”

Luciano segurou gentilmente a mão de Rina para impedi-la de puxar suas roupas, sua voz calma. “Embora eu seja seu irmão, não é muito educado, Rina. Sei que você está preocupada, mas você precisa confiar que eu estou bem.”

“Você é sempre assim!” Rina fez beicinho. “Você se machuca e nunca conta pra ninguém. Você não sabe o quanto você preocupa Gwen. Eu vou contar para ela de novo—e desta vez, vou fazer com que ela te dê uma bronca!”

“Rina, você não pode contar para ela,” Luciano disse firmemente. Rina bufou e afundou em uma cadeira vazia, cruzando os braços e se recusando a falar mais.

“Oh, você irritou minha pequena mulher,” comentou Rowan, e acariciou a cabeça de Rina, “Minha Senhora, ignore-o. Você pode se preocupar comigo, se quiser.”

Rina assentiu, enquanto olhava furiosa para seu irmão e então voltava a olhar para Rowan. “Quando você se machucar, me avise. Eu vou cuidar de você.”

“Claro.”