A Noiva do Diabo - Capítulo 698
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- Capítulo 698 - 698 Lembranças Dolorosas-I 698 Lembranças Dolorosas-I Aaron
698: Lembranças Dolorosas-I 698: Lembranças Dolorosas-I Aaron entrou no saguão e olhou ao redor do lugar familiar onde passara a maior parte de sua infância, correndo e brincando. As vozes do passado ainda ecoavam no ar, e imagens daqueles dias começaram a surgir diante de seus olhos.
“Aiden, você vai apanhar, eu te digo,” uma voz de mulher chamou enquanto ela corria atrás de um garotinho que atravessava o saguão, sua expressão era de raiva.
“Mãe, desculpas. Eu não queria esconder isso de você. Eu não irei a lugar algum sem te contar,” o garoto implorou.
“O que deixou minha bela esposa tão irritada?” um homem perguntou ao entrar no saguão com seus cavaleiros.
“Pergunte ao seu filho,” ela respondeu, olhando para o garoto que estava tentando se esconder atrás do pai.
“O que você fez, jovem, e como ousa deixar minha bela esposa irritada?” Reghan, o homem, virou-se para enfrentar seu filho.
“Eu saí sozinho da propriedade,” Adrian respondeu com um pedido de desculpas.
“Você não deveria preocupá-la. Quando você for velho o suficiente, eu não te impedirei.”
“Sim, Pai.”
“Eu sei que você vai ser um bravo senhor, mas a bravura só é valiosa quando mostrada no momento certo. Senão, ela vira uma tolice. Entende?”
“Sim, Pai.”
“Falando em bravura, isso me lembra do presente que eu tenho para você,” Reghan informou.
“Presente?” Aaron exclamou animadamente.
Um cavaleiro se adiantou e abriu uma caixa longa que estava carregando. Reghan puxou a bela espada que estava dentro.
“Uma espada? Para mim, Pai?”
“Sim. Você provou suas habilidades com a espada desde tão jovem, então você merece isso,” Reghan disse, oferecendo a espada ao seu filho.
Aaron a segurou e a moveu habilmente para testar seu equilíbrio. “É tão boa. Muito obrigado, Pai.”
“Nossa, Aaron, você fica tão bem segurando essa espada,” a voz de uma jovem garota chamou enquanto ela chegava no saguão com suas duas criadas seguindo-a.
“Irmã Aaria, eu vou proteger você e a Mãe com esta espada,” o garoto disse com uma promessa resoluta. “Eu sempre vou proteger vocês duas.”
“E o que me diz do Pai?” Aaria perguntou.
“Pai é o homem mais forte do mundo. Ele não precisa da minha proteção,” o garoto respondeu, caminhando em direção à sua mãe. “Você me perdoa agora, Mãe? Eu não vou fazer isso novamente.”
Evelyn se ajoelhou na frente dele e o abraçou fortemente. “Você sabe que a Mãe se preocupa com você.”
Ele a abraçou de volta. “Eu sei, Mãe. Eu serei um bom filho e não vou te preocupar mais.”
“Eu quero um abraço também,” Aaria disse, juntando-se a eles e se tornando parte daquele abraço caloroso, enquanto Reghan os observava contente, o sorriso nos lábios revelando o quanto ele estava feliz com sua família.
Ao lembrar disso, Aaron ainda podia sentir o calor dos abraços de sua mãe e irmã. Ele desejava que não fosse apenas uma memória, mas realidade. Seus olhos ficaram úmidos, seu coração pesado, e ele achou difícil respirar enquanto tantas memórias chegavam ao mesmo tempo.
Lágrimas rolaram pelo seu rosto enquanto ele se perguntava repetidamente: Por que isso tinha que acontecer? Por que eles simplesmente não podiam viver juntos? Por que todos eles tinham ido embora, deixando-o completamente sozinho?
Suas mãos apertaram seu peito. Seu coração doía—doía terrivelmente—enquanto ele deixava sair todas as emoções reprimidas. Ele havia conseguido sua vingança, mas ainda se sentia vazio, como um grande vazio dentro dele que nada podia preencher. O som de soluços leves e fungadas enchiam o quarto enquanto ele ficava ali, chorando, sufocado, incapaz de falar.
Nathaniel e Arthur entraram no saguão e viram Aaron de costas para eles. O homem que sempre fora forte e protetor agora expunha a solidão e a dor que havia suportado nas últimas duas décadas.
Nathaniel sentiu seus próprios olhos se umedecerem, entendendo o que Aaron devia estar sentindo naquele momento.
Enquanto isso, Aaron, que tentou o seu melhor para bloquear aquele dia específico, para não vacilar em sua resolução, não podia mais evitar se lembrar—o dia mais doloroso quando ele perdeu tudo.
Aqui mesmo, neste mesmo saguão onde Aaron tinha suas memórias mais queridas, ele também guardava suas mais dolorosas. As memórias de sua família sendo morta bem neste lugar onde ele agora estava, incapaz de impedi-lo.
Seu pai ferido estava cercado por inimigos enquanto Luis ria dele. “Reghan Rainier, bom vê-lo assim, de joelhos.”
Seu pai, a quem Aaron sempre viu como o homem mais forte, aquele em quem confiava para protegê-los, estava ajoelhado, machucado e coberto de sangue. A força estava o deixando, tornando-o incapaz de falar, mas sua mão se recusava a soltar a espada que segurava.
“Luis… Mortimer… vocês vão se arrepender deste dia…” Reghan disse, tossindo sangue, seus olhos injetados ainda cheios de resolução e raiva enquanto ele encarava Luis.
“Você vai quebrar, mas não vai se dobrar, huh? Isso foi o que te trouxe até aqui hoje, essa sua arrogância,” Luis zombou dele. “Mas eu tenho um jeito de te fazer dobrar, e toda essa sua arrogância vai desaparecer.”
Dois homens com armadura de soldado arrastaram uma mulher para o saguão. “Não ouse tocar em mim,” ela rosnou para eles, mas eles a arrastaram mesmo assim e a jogaram no chão, fazendo-a pousar na frente do Reghan ajoelhado.
“Reghan?” ela murmurou, angustiada ao ver seu marido ferido.
“Evelyn,” ele tossiu, estendendo uma mão para ela, mas ela foi arrancada por seu cabelo, apreendido em um par de mãos fortes, fazendo-a contorcer-se de dor.
Um homem alto e corpulento—o líder do exército de Luis e seu parceiro em todos os crimes, Elrod—arrastou Evelyn para longe de Reghan, “Eu estava esperando para colocar minhas mãos nessa mulher desde o primeiro dia que a vi,” sua voz zombeteira ecoou na câmara enquanto seu olhar maligno demorava no []](rosto agora manchado de sangue de Evelyn, lindo e marcado por lágrimas. “Parece que hoje meu desejo vai se realizar. Você vê, não resta nada do seu marido.”
Em resposta, Evelyn, furiosa e enojada pelo homem, cuspiu em seu rosto, seu olhar afiado como uma adaga, pronta para despedaçá-lo.
Em retaliação, ele a esbofeteou com força, fazendo-a cair no chão, sangue escorrendo de sua boca.
Reghan, ajoelhado com quase nenhuma força restante, segurou sua espada e se levantou, convocando cada grama de energia que lhe restava. Seus olhos se fixaram em Elrod enquanto ele marchava em sua direção, mas…
“Ugh…”
“Reghan?” Evelyn gritou ao ver a espada de Elrod perfurar o estômago de seu marido. Elrod sorriu para ela. “Isso é pelo cuspe no meu rosto e por me desrespeitar, eu, seu novo senhor a partir de agora.”
Evelyn só conseguiu chorar, incapaz de encontrar palavras. Elrod retirou a espada, e Reghan desmoronou de volta aos seus joelhos. Elrod então lhe deu um chute no ombro, mandando-o ao chão.
Ela chamou seu nome entre seus choros e soluços, “Re…gha..n.” Ela desesperadamente queria ir até ele, mas outro soldado, ao sinal de Elrod, segurou-a. Ela foi deixada para assistir impotente enquanto Reghan jazia morrendo naquele mesmo chão, seus olhos nunca deixando de ver sua esposa, mesmo enquanto a vida []](ia dela.
“Re…ghan…” seus soluços altos ecoaram no saguão.
Elrod estava prestes a se mover em direção a Evelyn, mas Luis o impediu. “Elrod, ela costumava ser a dama desta propriedade. Mostre algum respeito.”
“Depois de destruir sua família, agora você quer que eu a respeite, você ouve você mesmo? Elrod zombou. “Respeito? Eu vou mostrar quando ela estiver na minha cama como uma serva obediente.”
“Você quer levá-la? Tudo bem, mas deixe ela decidir,” Luis disse, caminhando até Evelyn e oferecendo-lhe uma adaga. “A escolha é sua.”
“O que você está fazendo, Luis?” Elrod rosnou, enfurecido. “Ela é minha.”
Antes que ele pudesse impedi-la, Evelyn rapidamente pegou a adaga da mão de Luis e, sem hesitar, esfaqueou-se no estômago com toda sua força, cravando-a o mais fundo que pôde. Ela escolheu a morte ao invés da humilhação.
Ela jazia no chão, seus olhos cheios de lágrimas e dor enquanto olhava para seu marido, seus olhares trancados em angústia mútua enquanto a vida escapava de ambos.