A Noiva do Diabo - Capítulo 34

34: Usando Seu Poder 34: Usando Seu Poder Oriana não sabia o que dizer e ouviu-o falar mais, seus olhos fitando-a como se tentassem ver através de sua alma.

“Não me importaria se passássemos mais algumas noites juntos assim. Garantirei que você seja bem compensada.”

‘Pervertido! Eu estava certa. Um porco pervertido que gosta de garotos bonitos!’
Arlan desfrutava daquela expressão de pânico em seu rosto, pois era exatamente o que ele queria ver.

‘Como você ousa questionar minha…’ ele suspirou. ‘Já que você acha que gosto de garotos bonitos, que seja. Vamos ver por quanto tempo você consegue aguentar.’ Seu olhar desafiava-a silenciosamente.

“J-Jovem Mestre, muito obrigada por isso. Eu… eu preciso ir agora.” Ela estava tremendo tanto que parecia que poderia fugir assim que ele acenasse com a cabeça.

“Tão cedo? Como você chegou cedo, pensei que gostaria de passar a tarde comigo. Que tal me acompanhar para uma caça na floresta e talvez gostaria de passar outra noite comigo. Eu poderia te pagar em ouro desta vez—”
‘Outra noite?’ ela engoliu em seco e começou a pensar em uma desculpa, “Ah, Jovem Mestre, acabei de lembrar que tenho que me encontrar com um comerciante na cidade. Por favor, me desculpe hoje. Tenha certeza de que virei visitá-lo em outro dia.”

“Em outro dia? Você ousa rejeitar um nobre por causa de um pequeno comerciante?”

“Por favor, me perdoe, Jovem Mestre! Espero que seu coração generoso entenda. É realmente importante para o meu negócio. Por favor, me permita ir…”

A expressão dela tornou-se lamentável, como se a qualquer segundo, lágrimas escorressem de seus olhos.

“Tudo bem. Não comece a chorar aqui. Vá embora.”

“Obrigada, Jovem Mestre!”

Oriana virou-se imediatamente e, no momento em que fez isso, o canto de seus lábios se ergueu em um sorriso triunfante. Ela não sabia que o homem que olhava para ela enquanto se afastava estava bem ciente de que ela estava mentindo.

Arlan sorriu. ‘Que boa atriz.’
Oriana deixou o jardim pelo portão lateral, onde o cavalo que ela havia montado mais cedo estava esperando. No entanto, desta vez não havia Rafal para guiá-la. Ela suspirou.

‘Acho que isso significa que eu deveria caminhar…’
Depois de alguns passos, ela parou.

‘… mas vai levar uma hora para sair daqui a pé. E se esse pervertido mudar de ideia e me chamar de volta?’
Ela decidiu montar o cavalo. Seria fácil para ela copiar Rafal de antes.

No entanto, suas pernas curtas lutavam para subir naquele cavalo alto. Se fosse uma árvore firme, Oriana não teria problemas para escalar, mas um cavalo era um animal vivo. Mais ainda, era um garanhão de raça rara, por isso se movia arrogantemente ao sentir que seu cavaleiro era um iniciante, relinchando de irritação quando ela acidentalmente puxava sua crina com muita força.

Arlan continuou a observar suas lutas com um sorriso leve. Era divertido ver essa garota astuta e corajosa agir de maneira tão impotente.

“Ahh—”
O cavalo irritado deu um coice, fazendo Oriana, que estava pela metade no processo de montar na sela, cair para trás com o pé emaranhado no estribo. Se ela caísse de cabeça, uma concussão seria o menor de seus problemas — pior, ela poderia ficar incapacitada para sempre.

“—aah?”

As rédeas do cavalo que iam escorregar de sua mão apertaram, e alguma força envolveu sua mão e seu corpo. Tudo aconteceu tão rápido que, quando ela se livrou do choque, já estava sentada corretamente na sela do cavalo.

‘Foi minha ilusão ou…? Deve ter sido uma ilusão. Segurei as rédeas antes de cair. Agradeço aos espíritos por ter bons instintos.’
O cavalo sob ela relinchou alegremente, confirmando sua suposição, e mesmo sem seus estímulos, lentamente começou a caminhar na direção das portas principais da propriedade.

‘Droga!’
Com o olhar na Oriana se afastando, Arlan estendeu a mão, as finas escamas de ouro brilhando proeminentemente no dorso de sua mão antes de desaparecerem completamente. Seus olhos azuis tinham um misto de ouro e vermelho que pararam quando retornaram à sua cor original. Ele inevitavelmente usou seus poderes para salvar a vida daquela mulher ignorante.

‘Essa idiota desajeitada fez eu usá-los’, Arlan franziu a testa enquanto apertava sua mão.

Imbert viu isso e não reagiu, pois não era a primeira vez que ele via isso. Como cavaleiro guardião do príncipe herdeiro, ele estava ciente das habilidades secretas que o príncipe possuía e que este nunca gostava de usar.

Por outro lado, sem saber o que havia causado, e como havia saído sem saber que alguém a havia salvo agora, Oriana estava calmamente montando o cavalo, enquanto agia com cuidado e capturava a beleza deste lugar em sua mente.

‘Esta é provavelmente a primeira e última vez que vejo este lugar. bem, é melhor assim. Eu não gostaria de vir para este lugar de qualquer maneira. Vir para cá significa enfrentar aquele pervertido.’ Oriana acenou com determinação, mas então pensou, ‘Se ele fosse um homem bom como era com sua sobrinha, certamente mereceria a atenção de todas as garotas deste mundo, mas ele é como um diabo disfarçado de anjo. Além disso, ele gosta de garotos bonitos. Tsk! Tão infeliz para todas aquelas damas nobres ao seu redor.’
Oriana chegou ao portão exterior. Com muito esforço, ela desmontou do garanhão, entregou-o aos guardas no portão e deixou a propriedade Wimark. Ela novamente atravessou a floresta dos Wimarks para voltar para casa e se preparar para partir para a Ilha Azures no dia seguinte.

‘Aquela erva, assim que eu conseguir e tratar meu avô, sairei deste reino com ele e nunca mais voltarei aqui. Meu avô e eu viveremos uma vida feliz em algum lugar distante em outro reino’, um sorriso agradável pintou em seus lábios, ‘Adeus, Griven.’