A Noiva do Diabo - Capítulo 27

27: Onde Você Estava? 27: Onde Você Estava? Quando Oriana saiu da estalagem, ela estava sóbria o suficiente para ter controle total de seu corpo. Ela havia pedido um copo de água para um menino de recados antes de partir. Embora sofresse de uma leve dor de cabeça, ela conseguia caminhar sem nenhum problema.

Para voltar à sua vila, ela optou por fazer um desvio, preocupada que o interesse de Arlan no ‘garoto bonito’ implicasse em ter seus homens seguindo-a até em casa.

Como ainda era muito cedo pela manhã, o mercado ainda não havia se enchido. Os donos de lojas e comerciantes estavam ocupados abrindo seus negócios, e no máximo, criados estavam varrendo as frentes das lojas.

Oriana se viu diminuindo o passo quando encontrou um grupo de pessoas suspeitas rondando o beco à sua frente.

Ela estava prestes a evitá-los e contorná-los, mas mudou de ideia quando reconheceu um deles. Era um companheiro coletor de ervas cujo nome ela esqueceu, mas eles eram conhecidos de passagem. Aquele homem já a ajudou uma vez a adquirir uma erva rara de que ela precisava para as poções medicinais de seu Vovô.

‘Por que ele está com pessoas sombrias? Ele poderia estar em apuros?’
Eles estavam sussurrando entre si. Quando ela os viu se afastando, Oriana decidiu segui-los contra seu melhor julgamento. Ela disse a si mesma que chamaria por ajuda e não interviria pessoalmente se aquele coletor de ervas estivesse de fato sendo maltratado.

O grupo de homens chegou nos fundos do que parecia ser uma pequena estalagem e entrou pela porta dos fundos. Andando na ponta dos pés, Oriana se aproximou dos fundos da estalagem, procurando um nicho ou fenda que pudesse esconder sua figura esguia.

Ela encontrou um e espiou a situação lá dentro. Embora ela não pudesse ver claramente seus rostos, ouviu esses homens conversando com um homem que parecia ser o líder deles.

“É verdade que Oisin foi assassinado?”

“Sim, mestre. A facção inteira foi aniquilada. Todos, mesmo aqueles que não estavam presentes em seu esconderijo, foram mortos. Não houve testemunhas e os guardas da cidade apenas fizeram uma investigação superficial antes de encerrar o caso.”

‘Assassinato? Oisin …?’ Oriana tentou se lembrar. ‘Ele não é aquele porco assustador que está envolvido no contrabando de mercadorias? Com quem ele entrou em conflito para ser morto?’
O líder então sinalizou para outro homem ficar, enquanto dispensava o restante.

“O que devemos fazer agora, Ron?” o líder perguntou ao homem ao seu lado. Em comparação a antes, ele estava falando de forma mais formal, como se o tal Ron não fosse um subordinado, mas uma pessoa com status semelhante ao dele. “Nosso próximo comando era supostamente transferir aquele lote que Oisin traria de Selve. Sem ele, Mestre Finn não tem ninguém para coordenar a chegada de uma grande quantidade de beladona negra. Você pode encontrar um substituto adequado? Precisamos de um comerciante cujo navio pasará pela Ilha Azures em duas semanas.

O nome da erva a fez abrir os olhos. ”Beladona negra! A que eu preciso para tratar vovô?’
‘Finalmente, estou ouvindo notícias sobre isso! A razão pela qual nos mudamos para perto de Jerusha é precisamente porque o mercado negro desta cidade de fronteira está prosperando!’
Quanto mais Oriana ouvia, menos seu entusiasmo crescia.

Eles não estavam mais vendendo beladona negra!

Um cliente muito importante engoliu todas as ervas raras disponíveis nos mercados negros não apenas de Jerusha, mas de todo o reino. Como essas mercadorias já foram pagas antecipadamente por esse cliente, ela não conseguirá nem mesmo uma única haste, mesmo se oferecesse um preço mais alto que o do mercado negro.

“…Não se preocupe, Mark. Eu sairei amanhã. Chegarei lá a tempo e encontrarei um novo comerciante para coordenar”, respondeu Ron.

“Antes de partir, encontre-me aqui no mesmo horário”, instruiu Mark. “Tenho algumas coisas importantes para lhe dar que o ajudarão a concluir o trabalho com facilidade.”

‘Amanhã de manhã?’ Oriana pensou. ‘A beladona negra é colhida na ilha de Azures? Não sei onde fica, mas posso perguntar ao longo do caminho. Preciso conseguir um navio que deixe o Porto Selve antes que este homem chegue. Esta pode ser minha última chance de conseguir essa erva.

‘Primeiro, preciso descobrir quem é o vendedor. Não preciso de muito. Não me importo se não estiver mais fresco. Talvez eu possa comprar cinco ou seis hastes. Isso duraria seis meses de medicina para o Vovô.’
Oriana ouviu a conversa deles por um tempo a mais enquanto elaborava seu plano. Quando ela estava prestes a sair …

Estalo!

Ela pisou em um galho aleatório que quebrou sob seus pés.

“Quem está aí?” o homem chamado Ron gritou.

‘Droga’, ela praguejou e imediatamente fugiu de lá. Ela até usou sua magia que agitou o ar ao redor, fazendo a poeira voar.

Mark e Ron saíram da cabana, apenas para serem recebidos pelo forte vento misturado com poeira, folhas secas e pequenos galhos.

Ambos fecharam os olhos e seguraram os braços na frente de suas cabeças para se proteger.

“Parece que foi só o vento.”

“Hmm.”

Afinal, para a maioria dos humanos, conceitos como pessoas capazes de controlar o vento não passavam de uma história contada por um trovador.

Oriana voltou para sua vila. Mesmo antes de ela poder entrar na cerca de sua cabana, ela foi interrompida por uma voz séria.

“Onde você esteve a noite toda, Ori?”

Era a voz de uma pessoa que ela sempre temia, ainda mais do que seu próprio Vovô.

Colocou um sorriso no rosto e olhou para o seu bom amigo. “Bom dia, Luke. Você está por aí cortando madeira hoje—”
“Onde você estava?” ele perguntou enquanto caminhava em sua direção.