A Noiva do Diabo - Capítulo 150

150: Eu Vou Esperar Por Você 150: Eu Vou Esperar Por Você Um par de olhos escuros olhou na direção de Oriana, mas junto com Luke, os outros presentes olharam quando a voz dela ecoou no cômodo. Para sua surpresa, ela reconheceu que eram os mesmos quatro idiotas que a assediavam e que levaram uma surra de Luke.

Sentindo os olhares sobre ela, Luke voltou sua atenção para o grupo de homens, e no momento seguinte, todos eles obedeceram e desviaram o olhar, ocupando-se como se não a tivessem visto em primeiro lugar.

“Como você tem estado?”

Com o rosto radiante, ela circulava ao redor do homem sentado, aparentemente admirando seu trabalho, quando na verdade, estava apreciando o próprio rapaz. Era sua imaginação, ou Luke parecia ter se tornado mais bonito e mais viril na sua ausência?  Havia um doce sorriso em seus lábios que mostrava o quanto ela estava feliz em vê-lo.

“Bem,” foi tudo o que ele respondeu e retomou o trabalho, forçando-se a parar de encarar o rosto dela. Seria sua imaginação, ou Orian parecia mais encantador desde a última vez que ele o viu? Parecia que a vida no palácio se adequava bem ao rapaz.

Ela não se importava com a resposta monossilábica, ele sempre foi assim.

“Você recebeu a carta que enviei para você? Acabei de voltar para a capital, de Wimark.”

“Recebi.”

“Você não vai perguntar como foi a viagem e como está sua família?”

“Tenho certeza de que você me diria de qualquer maneira.”

“É verdade. Então…” Ela sentou-se ao lado dele, atualizando-o sobre sua família e vila. “….Sua mãe me pediu para trazer alguns lanchinhos para você.” Ela tirou uma pequena caixa de sua bolsa e entregou para ele. Luke simplesmente colocou de lado. “Você não vai ver o que é?”

“Deve ser bolo de mel e nozes secas.”

“Você realmente conhece bem sua mãe”, ela riu. “Também queria te dizer que vou ficar fora por mais um mês.”

Ele parou de trabalhar e olhou para ela, seu olhar perguntando, “Para onde você está indo?”

“Othinia.”

“Reino de Othinia?”

“Sim.” Ela então explicou como foi designada para trabalhar para um membro da realeza e que precisaria acompanhá-lo como sua atendente.

Luke definitivamente não gostou da ideia. “Você não disse uma vez que, quando encontrasse seu mestre boticário, voltaria?”

Ela olhou para ele, “Como você está fazendo tantas perguntas hoje?”

“Não mude de assunto.”

“Bem, existe uma certa erva que só posso conseguir em Othinia, então tenho que ir lá. Uma vez que irei de qualquer maneira, achei que seria mais confortável viajar como parte de uma comitiva real. Quando voltar para Karlin, vou deixar o trabalho no palácio e voltar para a vila. Deixar o palácio real não é fácil. Mas, você me conhece. Eu vou descobrir um plano quando chegar a hora.”

Luke  não disse nada, o olhar dele fez o sorriso no rosto de Oriana engessar.

“Você não vai dizer nada?” ela insistiu.

“Isso mudaria algo?”

“Não, eu ainda vou.”

“Então, não há nada a ser falado.”

A resposta dele fez Oriana rir. Era estranho, mas a atitude de Luke de certa forma ajudou a aliviar seus medos em relação ao futuro. Luke era sua rocha constante – não importava o quão problemáticas suas circunstâncias se tornassem, ele permaneceria imutável.

Depois de passar algum tempo com ele, ela achou que era hora de partir. Luke a acompanhou até a carruagem para se despedir. Ela sentou na carruagem e olhou para ele através da janela aberta.

“Eu acho que, nos vemos daqui a um mês então?” ela disse com um suspiro.

Luke a encarou em pesado silêncio, como se ela fosse para algum lugar muito longe e ele não a veria novamente. Sem que ele percebesse, palavras deixaram sua boca.

“Volte logo. Eu vou…” Ele parou, percebendo como estava sendo bobo, o resto da frase só poderia ser dito em sua mente. ‘…esperar por você.’
“Hã?” Ela piscou em confusão. “O que você disse?”

“Cuide-se,” ele disse simplesmente.

Um sorriso bonito floresceu em seu rosto. “Vou sentir sua falta, Luke.”

Isso o fez congelar no lugar, seus olhos escuros incapazes de deixar a carruagem até que desaparecesse de vista.

——
No dia seguinte, todo o Palácio de Cardo estava ativo antes do amanhecer. Na verdade, os servos do palácio e os cavaleiros reais que não faziam parte da comitiva do Príncipe Herdeiro não dormiram durante a noite, pois estavam fazendo os arranjos de última hora para a viagem.

Oriana acordou cedo, mas não fez suas tarefas matinais naquele dia – ela foi ordenada a levar sua bagagem para as carruagens, antes de tomar uma refeição matinal nos quarteirões dos servos – assim, os atendentes que não viajavam foram designados para ajudar Arlan.

Quando o sol estava no céu, a comitiva real do príncipe estava pronta para partir.

Carruagens luxuosas com cavalos de raça pura, cocheiros e atendentes em uniformes impecáveis, a Ordem do Cardo em suas armaduras oficiais,  metade dos cavaleiros a cavalo na frente enquanto a outra metade guardava a retaguarda das carruagens.

Arlan sentou-se na maior e mais proeminente carruagem, enquanto Oriana sentou-se em outra carruagem junto com Neil e Damien.

“Estamos saindo da capital agora?” Oriana perguntou, um pouco nervosa, mas ao mesmo tempo excitada.

“Não, ainda não”, disse Neil enquanto ajustava os punhos de seu uniforme. “Nós vamos primeiro para o Palácio Central. Você está com sorte, Orian. Hoje, vamos ver a família real inteira em um só lugar.”

“Verdade,” Damien concordou. “É raro para os servos de outros edifícios verem até mesmo um membro da realeza, muito menos o Rei e a Rainha.”

“Mesmo para um atendente de príncipe como nós?” ela perguntou com curiosidade.

“Especialmente para atendentes como nós,” Neil corrigiu. “Sua Alteza raramente está no palácio real. Ele vive perambulando pelo reino, e como nós o seguimos, raramente temos essa oportunidade.”

Oriana ouviu-os conversar, especialmente Neil, que costumava ser o assistente principal de Arlan.

‘Bem, já que ele é o príncipe mais novo, imagino que ele sempre é enviado para fazer os trabalhos mais tediosos para um real.’
“Orian, deve ser a primeira vez que você vê o Rei e a Rainha de Griven.”

Ela concordou, jogando junto. A saúde do Rei era uma questão confidencial, e, portanto, o fato de ela estar ajudando no tratamento do Rei Ailwin era segredo também. Ela não pôde admitir que já havia visto o casal real na Câmara do Rei.