A Noiva do Diabo - Capítulo 139

139: Vendo O Rei E A Rainha Pela Primeira Vez 139: Vendo O Rei E A Rainha Pela Primeira Vez Oriana estava servindo chá para o príncipe dentro de seu escritório quando bateram à porta, informando Arlan sobre a chegada de Lucas.

“Sua Alteza, recebemos uma carta do Rei de Megaris sobre seus planos para a cimeira.”

“A carta veio de Othinia?”

“Foi enviada de Abetha. Seus planos de viagem foram atrasados devido à Rainha de Megaris.”

Com estas palavras, os ouvidos de Oriana se tornaram alertas quando palavras familiares chamaram sua atenção – a Rainha de Megaris, o Reino de Othinia e a cimeira. O primeiro estava relacionado a Celia Voss, o segundo a potencial fonte de beladona preta e o terceiro o prazo que Arlan lhe deu para retornar ao palácio. Ela se perguntava se algo útil sairia dessa conversa entre o príncipe e seu assistente.

Arlan aceitou um pergaminho de Lucas e pensou: ‘Por que Dray enviou uma mensagem assim em vez de teleportar como de costume e discutir as coisas pessoalmente? Ou ele está ficando preguiçoso ou está se apegando cada vez mais à sua esposa. Tenho certeza de que é a última opção.’ Ele suspirou internamente. ‘Por que estou até surpreso com aquele escravo da esposa?’
Ele leu e devolveu a Lucas. “A delegação partirá após uma semana, conforme nossos planos iniciais.”

“Sim, Sua Alteza. Os preparativos estão em andamento, com a corte real no meio da escolha dos oficiais ideais para atuar como seu conselheiro”, informou Lucas. “Além disso, sobre o que conversamos na última vez em relação à beladona preta…”
Mais uma palavra para Oriana prestar atenção.

“… nossos espiões descobriram uma das rotas de contrabando que Thevailes usa e parece que a rota corre ao longo das fronteiras de Abetha para o sul. Eles negociam em quantidades muito maiores do que o que encontramos de Selve. Isso significa que a possibilidade de existir uma plantação em Othinia é alta.”

“Alex se moveu?”

“Sim, Sua Alteza. O Senhor Alex já enviou seus homens para rastrear a fonte. Uma vez que você chegue em Othinia, as coisas serão mais fáceis com as informações coletadas para sua análise.”

Infelizmente, Oriana não podia mais ouvir a conversa deles. Ela já havia terminado de servir o chá e deixou o escritório do príncipe.

Algum tempo depois, Arlan partiu do Palácio de Cardo. Oriana estava livre para ir até seu mestre, mas antes disso, ela tinha algo importante a fazer.

“Senhor Roman, Sua Alteza me pediu para falar com você sobre meus planos de visitar a família.”

O mordomo concordou.

“Orian, Sua Alteza aprovou sua semana de folga apesar de você estar a serviço dele por apenas uma semana. Lembre-se de mostrar corretamente sua gratidão”, disse o homem como um idoso gentil. “Eu coordenei sua partida e retorno com o Escritório do Camareiro Real. Amanhã de manhã, vá para a segunda entrada do palácio central. Você sairá como parte da comitiva de um oficial que vai se encontrar com o Duque de Wimark.”

“Obrigada, Senhor Roman.”

Com o mordomo destacando a gentileza de Arlan, Oriana percebeu que de fato havia se aproveitado muito do príncipe. Surgiu uma dúvida em sua mente. Arlan poderia ser irritante e irracional às vezes, mas não era um mau mestre. O plano de nunca voltar de Wimark e correr para outro reino com seu avô parecia menos atraente para ela agora, especialmente porque havia muitos benefícios em permanecer como uma serva real.

Oriana permaneceu confusa até chegar ao Palácio de Oak.

Dentro da sala de trabalho, ela viu Adam colocando várias garrafinhas dentro de uma maleta junto com um conjunto de ferramentas e instrumentos de prata que Oriana não conseguiu reconhecer.

“Irmão Sênior, cheguei”, ela cumprimentou o homem de cabelos encaracolados. “Você está indo ver Sua Majestade?”

“Sim. Estou apenas esperando pelo Mestre. Ele trocou de roupa porque manchou a anterior ao fazer medicina.”

O velho médico aconteceu de voltar naquele momento, com uma carranca no rosto. “Adam!”

“Saudações, Mestre”, disse Oriana enquanto se curvava.

Erich a ignorou e ordenou a Adam, “Encontre o Principal Médico Real. Eu pedi os registros do plano de medicação do Rei de cinco anos atrás, mas eles me enviaram o documento errado.Imbecis. Vá, vá, pegue agora. Por que está enrolando?”

“Sim, Mestre!”

Somente depois que Adam se moveu, o velho olhou para a jovem mulher. “Orian, você traz essa maleta. Acompanhe-me para ver meu paciente.”

Isso a surpreendeu. “E-Eu?”

“Sim, você. Existe mais alguém aqui chamado Orian? Mova-se!”

Ela prontamente reuniu as coisas que Adam deveria carregar, sem ter certeza do motivo de seu nervosismo.

Enquanto eles caminhavam para a residência real do Rei, vendo os luxuosos corredores alinhados com cavaleiros reais, só então a realização a atingiu.

Foi porque seu mestre estava levando-a para ver seu paciente, que era ninguém menos que Sua Majestade o Rei de Griven. Seria a primeira vez dela encontrando o supremo governante da terra!

Embora ela nunca se importasse muito com o status das pessoas, dessa vez era diferente. Ela estava indo conhecer alguém muito grande e precisava ter cuidado com seu comportamento.

Estar com o indiferente Erich a deixou mais corajosa, mas suas palmas estavam um pouco suadas.

Quando chegaram à porta da câmara do Rei, eles foram autorizados a entrar após obterem permissão.

Oriana silenciosamente seguiu seu mestre, apenas para ouvir uma conversa leve daqueles que estavam dentro. Haviam três pessoas sentadas na área de estar e uma delas tinha um rosto familiar.

O belo príncipe de olhos azuis levantou a cabeça ao mesmo tempo, seu olhar encontrou o dela, e ela viu um calor neles, aquele que se tem quando se está entre entes queridos.

Um belo casal de meia-idade estava sentado no luxuoso sofá em frente ao príncipe.

Oriana os reconheceu porque já os tinha visto entre as pinturas no corredor.

O homem parecia ser a réplica de Arlan – não, deveria ser o contrário. O príncipe era a réplica do seu pai, só que o príncipe era mais jovem. Da cor castanho-acinzentada de seu cabelo, aos lindos olhos azuis oceânicos, até o rosto aristocrático e a arrogância inata em seus ossos, Arlan herdou suas belas características do Rei de Griven.

A única diferença entre eles era devido à idade. O Rei tinha cabelo curto, ralo, e havia rugas visíveis em seu rosto pálido. A expressão do Rei era mais suave, cheia de sabedoria, enquanto Arlan tinha aquele teimosia comum entre os jovens.

Por outro lado, a Rainha de Griven parecia mais adorável do que bonita, com um rosto de formato doce emoldurado por cabelos dourados e um riso cintilante que inevitavelmente fazia as pessoas sorrirem. Ela transmitia uma impressão calorosa e materna, a de quem provavelmente brincaria com crianças o dia todo se tivesse a chance.

Nem o Rei nem a Rainha estavam usando suas coroas, mas apenas por suas aparências incomparáveis, Oriana conseguia dizer que eram pessoas de Autoridade. Não era por suas roupas, mas pela forma como se portavam. O homem transmitia a inviolável dignidade de um governante apesar de seu sorriso amigável, enquanto a dama se movia com tal graça natural, seu ato de servir chá para o marido transbordava elegância.

Oriana não pôde deixar de olhar para eles, esquecendo que não deveria levantar o olhar.

‘Estranho. Eles parecem acessíveis, mas ao mesmo tempo não.’