A Noiva do Diabo - Capítulo 135

135: Não Teve Um Pesadelo 135: Não Teve Um Pesadelo Conforme o acordo, Oriana atendeu às necessidades matinais do príncipe, só se livrando de seu trabalho como sua atendente principal após Arlan deixar o Palácio de Cardo por razões de trabalho.

-“Senhor Roman, posso ir ao Palácio de Oak agora?” Oriana perguntou.

Roman já estava informado sobre o novo arranjo de trabalho de Oriana, onde ela foi incumbida de ajudar o médico visitante no Palácio de Oak sob as ordens do Príncipe Herdeiro.

Ele acenou com a cabeça e ofereceu a ela um pergaminho. “O mordomo do Palácio de Oak já deve ter recebido a carta oficial da farmácia real de sua designação como aprendiz de boticário. Quando você chegar lá, mostre este pergaminho aos guardas reais. Sua Alteza escreveu isto para você para que possa entrar sem qualquer problema.”

Ela aceitou o pergaminho com um selo de cera. “Obrigada, Senhor Roman.”

“Lembre-se de voltar antes do pôr do sol.”

“Sim, Senhor Roman.”

Oriana não era nem uma nobre, nem uma convidada distinta, nem uma oficial, portanto, ela não poderia usar uma carruagem e caminhou até o seu destino. Ela chegou ao Palácio de Oak uma hora antes do meio-dia, onde mostrou o pergaminho aos guardas do portão, e ela foi conduzida para dentro sem qualquer questionamento, pois carregava uma carta do próprio Príncipe Herdeiro.

Ela estava sorrindo em seu caminho para a residência do hóspede.

“Eles não fizeram uma inspeção em mim. Então isso significa que posso trazer beladona para dentro com segurança? Isso é uma boa notícia!”

Ela chegou à residência de Erich, mas descobriu que o médico não estava presente no momento, contudo ela foi autorizada a esperar na sala de estar. O servo do dia anterior reconheceu-a como uma das pessoas do Príncipe Herdeiro.

“O Senhor Médico foi à residência de Sua Majestade. Você pode esperar aqui até que ele retorne.

“Obrigado.”

Depois de meia hora, Erich voltou para sua residência junto com um homem mais jovem. Oriana se levantou para cumprimentá-lo e o velho andou em direção a ela.

“Então, finalmente você chegou aqui.”

“Sim, Sua Alteza me permitiu ajudá-lo, Mestre.”

“Muito bem,” ele disse. “Este é o meu aprendiz, Adam. Adam, este é Orian. Ele vai trabalhar conosco a partir de agora.”

“Prazer em conhecê-lo, Senhor Adam,” ela cumprimentou. “Eu ouvi falar de você do Senhor Waye.”

O jovem com cabelos encaracolados castanhos, que parecia estar nos seus últimos vinte anos, cumprimentou-a com um sorriso.

“Você conheceu o Irmão Sênior?”

Antes que Oriana pudesse responder, Erich franziu a testa e irritado mandou-os ir embora.

“Conversem depois. Adam, comece a fazer os remédios que eu te disse mais cedo. Vá!” o velho latiu. “E você, Orian, precisamos conversar.”

“Sim, Mestre,” ambos Adam e Orian disseram em uníssono.

O aprendiz do médico foi para a sala de trabalho reformada para a criação de medicamentos.

Uma vez que ele se foi, Erich olhou para Orian. “Então, sobre o que você quer falar comigo?”

Oriana olhou ao redor, especialmente para os servos esperando do lado. Ela não ousou mencionar a existência de uma erva proibida assim ao ar livre.

Erich percebeu rapidamente sua hesitação. “Vamos para o estudo.”

Oriana imediatamente concordou. Uma vez que chegaram ao escritório, Erich foi para a área de estar onde havia cadeiras em volta da mesa de chá de madeira e sinalizou para Oriana se sentar na cadeira à sua frente.

“Agora ninguém está ouvindo.”

Ela assentiu. “Mestre, lembra daquela antiga receita de poção que você me deu antes de partir? A medicação para a demência do meu avô? Eu tenho feito a medicina sem nenhum problema até agora, até três semanas atrás. Quando tentei fazer, continuei falhando por razões desconhecidas.”

Por um momento, Erich olhou silenciosamente para ela.

Imaginar que uma criança comum conseguiu obter ervas proibidas por dois anos… foi sorte ou habilidade?

-“Você verificou cuidadosamente os ingredientes?” ele perguntou depois de um tempo.

“Sim, Mestre. Seja a qualidade, a quantidade ou a idade dos ingredientes, eu os verifiquei todos antes de começar.”

“Até o ingrediente principal?”

“Sim, especialmente o ingrediente principal, a beladona.”

“Hmm,” o velho suspirou. “Eu não vou perguntar onde e como você conseguiu, mas se não for um problema com os ingredientes, então eu preciso saber o que aconteceu enquanto você preparava o remédio.”

Oriana começou a relatar o procedimento passo a passo, “…eu segui tudo o que você escreveu naquele papel, mas de alguma forma, sempre que eu adicionava aquela erva no último passo, em vez de ficar verde, a mistura ficava preta. Eu tentei duas vezes para ter certeza, mas o resultado foi o mesmo. Agora, eu só tenho três hastes e não quero desperdiçá-las.”

“Ficou preto?” ele perguntou. “Por quanto tempo você ferveu? As chamas estavam altas?”

“Depois de colocar a beladona, deveria ser cinco minutos. Eu coloquei em fogo baixo, o fogo quase se extinguindo, Mestre.”

“Hmm. Isso não deveria acontecer. Enquanto você seguir as instruções, nunca vai dar errado. Esta é uma medicina que eu melhorei a partir de uma receita antiga, afinal de contas.”

“O Mestre tentará prepará-lo para verificar o que deu errado?”

“Você tem essa erva com você?”

“Não está comigo agora, mas eu posso trazê-la amanhã.”

Mais uma vez, Erich deu-lhe um longo olhar.

“Tome cuidado quando você trouxer isso aqui.”

“Eu vou, Mestre.”

“Já que nossa conversa terminou, vamos voltar ao trabalho. Ajude-me a preparar o remédio para o Rei.”

“É um prazer, Mestre,” ela disse com um sorriso brilhante. No entanto, antes de se levantar, uma pergunta surgiu em sua cabeça. “Mestre, posso perguntar por que as pessoas do palácio o chamam de Médico Winfield? Você não é o Boticário Cenric?”

“Cenric é um dos meus nomes fictícios quando estou viajando. Erich Winfield é o meu verdadeiro nome. Já que você é agora minha aprendiz, me chame assim de agora em diante.”

“Eu entendo, Mestre Erich.”

Oriana trabalhou com o velho médico como seu terceiro aprendiz. Ela também aprendeu coisas novas sob a paciente explicação do seu Segundo Irmão Sênior, Adam, e voltou para o Palácio de Cardo antes do pôr do sol, como lhe foi dito.

Embora cansada, ela seguiu a mesma programação para a noite, mais uma vez colocando um príncipe adulto para dormir e se certificando de segurar sua mão no momento em que o pegou tendo um pesadelo.

Como esperado, quando Oriana acordou na manhã seguinte, todo o seu corpo doía. Arlan estava dormindo enquanto ainda segurava sua mão. Mas, lembrando o que a esperava naquele dia, um sorriso brilhante surgiu em seu rosto.

Oriana soltou a mão de Arlan e flexionou os dedos para se livrar da dormência.

-“Ele gritou pela mãe dele de novo. Toda noite, ele tem o mesmo pesadelo? A condição dele parece ser semelhante à minha. Por que ele não consegue algo que o impeça de ter pesadelos como a faca que eu tenho? Ele é um príncipe, e com uma única palavra dele, haverá inúmeros talismãs preparados para ele. Por que ele sofre assim?’
‘Ele não sabe da existência de talismãs? Possível. Mesmo eu não acreditaria neles se eu não tivesse magia. Mas os talismãs realmente funcionam, e por isso eu não sofro mais de pesadelos. Graças a Deus, o vovô me deu aquela faca.’
Ela tocou inconscientemente o lado do estômago onde guardava sua faca de marfim, mas para sua surpresa, estava vazio.

‘Huh? Como assim – espere! Devido às regras do palácio real que proíbem armas, parei de carregar aquela faca comigo e apenas a guardei debaixo do meu travesseiro no meu quarto, já que é onde eu durmo. Mas este é o meu terceiro ano dormindo nos aposentos do príncipe. Como que eu nunca tive aquele pesadelo de novo?’
Um sorriso alegre apareceu em seus lábios.

‘Será que isso significa que eu não preciso mais daquela faca para ter uma boa noite de sono?’
Oriana deixou os aposentos do príncipe, sem saber que o homem estava acordado o tempo todo.