A Noiva do Diabo - Capítulo 104

104: Inspecção de Corpo e Bolsa 104: Inspecção de Corpo e Bolsa 3 capítulos
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O mesmo homem que os escoltou até o escritório entrou, enquanto as três mulheres do grupo eram levadas para uma sala diferente por uma oficial feminina.

“Venham comigo”, disse o servo real, olhando para os três novos homens, sendo Oriana um deles.

Seguiram o servo para fora do escritório até outra sala.

Embora a expressão calma e educada de Oriana fosse impecável, ela estava em pânico por dentro.

‘Como posso escapar dessa situação? Não apenas essa erva e minha adaga, mas também serei exposta como uma mulher. Com certeza irão me prender por fraude, sem mencionar o crime de enganar um nobre e uma casa real. E se me acusarem de ser uma espiã? Podem me torturar antes de me matar—’
Na sala ao lado, havia dois servos masculinos à espera deles.

“Coloquem suas malas nesta mesa e tirem todas as suas roupas.”

‘Estou morta. Estou realmente morta — e ainda por cima sem todas as minhas roupas. Que morte embaraçosa! Seria melhor ser comida por um animal selvagem na floresta do que ser punida como uma criminosa no palácio…”
Enquanto soltava um gemido de frustração,  ela percebeu que seus companheiros já haviam começado a se despir. Ela desviou o olhar deles.

‘Eu realmente não quero ver homens nus. Falar de ver corpos nus de homens antes de morrer. Deuses, espíritos, quem quer que esteja me ouvindo, por favor me salve.’
“Rapaz, por que você não está se desfazendo?” um servo a chamava.

“Desculpas…” Sua mente começou a imaginar diferentes tramas. ‘Se eu disser que não estou mais interessada em trabalhar como serva real, eles me deixarão ir embora? Não, eles se tornarão ainda mais suspeitos porque não quero me submeter à inspeção. E se chamarem os guardas? Mesmo que eu corra … acho que só consigo vencer eles com a minha magia, mas se eu fizer isso, serei acusada de agressão junto com outros crimes. Mesmo que eu conseguiu escapar do palácio com a ajuda da minha magia, vou me tornar uma criminosa.’
Imagens dela fugindo passavam pela sua mente, e a conclusão era que ela seria capturada por uma tropa de soldados. Não só seria decapitada, possivelmente até Luke que estava se passando por seu irmão e Ken que deveria ser seu primo seria arrastado para a bagunça.

‘Não, eu não posso deixar isso acontecer!’
Ela estava em um beco sem saída. ‘Parece que tenho que dizer-lhes a verdade de que sou uma mulher. Se reconhecer a culpa por conta própria, posso reduzir a penalidade por fraude.’
Assim que Oriana decidiu, ouviu-se uma batida na porta. Era Jade, o Mordomo Chefe, e o acompanhava um homem de cabelos pretos com aparência de erudito em seus trinta e poucos anos. Embora usasse o mesmo uniforme que Jade, esse homem que parecia ser um cavalheiro de sorriso amável usava uma gravata branca e um alfinete de lapela de um carvalho prateado e um cardo branco.

“O mordomo do Palácio de Cardo está aqui”, disse Jade.

“Este é o servo designado para o Palácio de Cardo?” o homem de cabelos pretos perguntou enquanto olhava Oriana.

A jovem mulher observou seu novo superior. Uma aparência suave para um nobre, que faria qualquer pessoa pensar que ele era uma pessoa submissa por natureza, mas por algum motivo estranho, esse homem sorridente irradiava uma aura mais assustadora do que o mordomo chefe Jade.

“Sim, Mordomo Chadwicke. Estávamos prestes a enviá-lo para você depois de medirmos para o seu uniforme e realizarmos também uma inspeção primária.”

“Eu vou cuidar disso”, eles ouviram Roman dizer, ao qual Jade não se recusou.

O servo encarregado de Oriana olhou para ela. “Pode sair.”

Roman saiu da sala, suas mãos atrás das costas, sua caminhada lenta mas digna, e Oriana seguiu silenciosamente atrás dele com sua mala.

‘Então este é o mordomo sob o qual eu vou trabalhar? Mas … eu ainda estarei em apuros se ele verificar minha bolsa ou tirar minhas medidas para meu uniforme… O que eu faço?’
Oriana continuou profundamente perturbada mesmo depois que Roman lhe pediu para se juntar a ele em sua carruagem.

O Escritório do Camareiro Real estava na região mais externa do complexo do palácio, enquanto o Palácio do Cardo ficava na região interna, e a distância entre os edifícios lembrava Oriana a vasta propriedade Wimark no campo, onde um único jardim se estendia por cerca de um acre de terra.   Se eles fossem andar, provavelmente demorariam uma hora para chegar ao seu destino.

No meio do caminho, ela viu centenas de criados, sem mencionar os guardas reais todos eles trabalhando em diferentes jardins, edifícios e residências. Nobres podiam ser vistos em grupos, a maioria deles funcionários de vários ministérios, enquanto outros subordinados estavam correndo para fazer recados. Havia também cavaleiros reais, seja em posição de guarda, em patrulha ou em treinamento.

Cada funcionário do palácio e cavaleiro era um senhor de um território ou um membro destacado de uma casa nobre. Em algum ponto, Oriana viu homens vestidos de maneira diferente, provavelmente enviados de reinos estrangeiros, bem como cavaleiras, das quais se dizia existirem apenas algumas.

Para Oriana, que havia sido recentemente apresentada aos ricos e poderosos, o fato de uma plebeia como ela ter pisado em seu mundo … parecia surreal.

Foi uma grande revelação para um pobre caipira.

“Orian, estou correto?” a voz gentil do mordomo de aparência erudita chegou aos seus ouvidos.

“S-Sim, Senhor Chadwicke!”

“Você pode me chamar de Roman.”

“Sim, Senhor Roman.”

“Não há necessidade de você estar nervosa.”

Oriana duvidava se isso seria possível, mas concordou na superfície e conversou casualmente com ele. Ela fez uma introdução vaga sobre si mesma, junto com seu conjunto atual de habilidades. Ela lhe contou sobre ter sido uma governanta e valete antes de entrar no palácio real, ela não ousou admitir que teve apenas cinco dias de experiência de trabalho.