A Noiva do Alfa - Capítulo 41

41: Ato da Cassie 41: Ato da Cassie Nota da autora: veja a foto de Cassie nos comentários
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Cassie entrou em seu quarto (também conhecido como o quarto de hóspedes no segundo andar, onde ela geralmente fica quando visita a Matilha dos Uivadores Sombrios) e andou de um lado para o outro mordendo as unhas.

Entendeu perfeitamente que Damon queria que ela saísse daqui, mas como ela poderia ir embora? Ela acabou de chegar!

Damon nunca ficou feliz em vê-la, mas ela sempre desempenhou seu papel de cabeça de vento perfeitamente. Ela fingiria não se importar com seu mau humor e aceitaria qualquer carinho, e ele nunca lhe dizia para ir embora. O que mudou?

Cassie pegou o telefone e ligou para seu pai.

“Oi, abóbora…”, seu pai disse em um tom de voz cantado que não parecia ser de um Alfa Richard tão temível da alcateia Mordida de Aço.

“Oi, papai…”, Cassie falou em um tom de voz choroso, deixando claro que algo não estava certo.

“O que aconteceu?”

“Damon me mandou dar o fora.”

Ela bufou. “O que você fez?”

“Nada. Mesmo. Absolutamente nada. Eu cheguei e fui cumprimentá-lo, mas ele agiu como se eu tivesse uma praga ou algo do tipo. Ele usou sua pressão de Alfa para me fazer obedecer e me disse para não aparecer a menos que eu tenha um encontro marcado. Não tenho certeza do que fazer agora. Não quero ir embora. Ele acabou de voltar depois de passar dois dias com a Marcy e eu preciso descobrir até onde eles foram. Mas se eu insistir, posso irritá-lo ainda mais.”

“Relaxa, querida”, disse Alfa Richard.

“Como posso relaxar?”

“Nada aconteceu com a Marcy. Eu falei com o Alfa Edward e ele disse que as coisas estão indo bem, mas ele também não disse que eles fecharam o acordo. Não importa o quanto ele avançou com a Marcy ou com qualquer outra mulher, contanto que ele não concorde com a Cerimônia da Luna.”

“Mas se ele não se apaixonou pela Marcy, por que ele me evitou?”

Alfa Richard pensou por algum tempo antes de responder. “Parece-me que ele está sob estresse.”

Cassie bufou. “Se está estressado por causa de alguma coisa aleatória, ele não precisa descontar em mim.”

“Você não quer ser a Luna dele?”

“Sim, sim!”, confirmou Cassie entusiasmada.

“Então, você precisa aprender a entender o humor dele. O trabalho de um Alfa não é fácil. Além de gerenciar a alcateia, Damon precisa lidar com relacionamentos com outras alcateias. É um trabalho que nunca acaba. Quando as coisas estão indo bem, é fácil. Mas quando ele enfrenta problemas, como a Luna dele, você precisa observar e ouvir, ajudá-lo se puder, e se não puder, então não o atrapalhe.”

Cassie fez beicinho ao pensar nas palavras de seu pai. “Mas… como posso observar e ouvir se ele não me deixa chegar perto?”

“Ele provavelmente estava irritadiço, e você apareceu de repente. Eu sei que você é uma bola de energia, mas precisa fazer isso aos poucos para que ele não perceba você chegando. Tudo depende da abordagem certa.”

Cassie sorriu. “Obrigada, papai. Você sempre sabe o que dizer.”

“Claro, abóbora. Dê a ele algum tempo para se acalmar e tente novamente, mas seja mais sutil. Se tudo falhar, seja vulnerável. Homens de verdade adoram ajudar uma mulher em perigo. E não se esqueça de fingir que você não sabe de nada. Se ele suspeitar que você está representando, ele realmente vai expulsá-la.”

“Entendi, papai.”

Cassie mandou um beijo no ar para o telefone antes de encerrar a ligação.

Ela se jogou na cama e encarou o teto.

Isso mesmo. Ela precisa dar tempo para Damon se acalmar e depois tentará se aproximar dele de novo. Mais tarde.

Mas o que ela deve fazer até mais tarde?

…
No escritório…

Damon ainda estava lendo seus e-mails quando Caden entrou depois de uma breve batida na porta.

“Peguei isso para você verificar e assinar.”, disse Caden, colocando uma pilha de papéis na mesa de Damon.

Damon franziu a testa para os presentes de Caden. “A Cassie já foi embora?”

“Não que eu saiba, e não pretendo ir ao quarto dela para verificar.”

A expressão de Damon se aprofundou. “Aquele não é o quarto dela.”

Caden riu. “Você sabe que ela sempre fica naquele quarto, e ninguém mais o usa, então… é da Cassie.”

Damon esfregou a testa e Caden o observou curiosamente. “O que deu em você?”

“Ela é irritante.”

Caden concordou. “Cassie sempre foi irritante. Mas o que eu não sei é o que mudou em você para de repente dizer a ela que não pode vir sem um encontro marcado. Você usou seu poder de Alfa nela.”

Damon hesitou. Como ele deveria responder a isso? “Cassie está agindo como se fosse dona do lugar, dando ordens aos Omegas e chateando Steph.”

Caden assentiu em câmera lenta. “Cassie sempre fez isso, mas você nunca ligou. Quando eu perguntava por que estávamos permitindo que Cassie ficasse, você sempre me dava um meio sorriso e dizia que ela tinha sua utilidade. A buceta dela ficou ruim ou algo assim?”

Damon exalou irritado. “Talvez eu esteja cansado das merdas dela”
Ele realmente não queria se explicar.

Damon sabia que Caden estava desconfiado e sabia que não poderia esconder por muito tempo que Talia era sua companheira, mas não tinha uma solução.

Antes que alguém descobrisse que Talia era sua companheira, Damon precisava preparar a si mesmo e a Talia para aqueles que viriam atrás dela para atingi-lo. Ela seria colocada em evidência, vigiada, caçada. Alguns viriam abertamente, outros agiriam nas sombras.

Damon não queria ver isso. Ele queria ver Talia cheia de energia e feliz, como ela estava na floresta, naquele dia.

A outra opção era que Damon se controlasse e convencesse a todos de que Talia era apenas uma garota sem importância. Mas como ele poderia fazer isso quando todas as mulheres que conheceu até agora eram apenas um contorno vago, enquanto ele conseguia se lembrar de cada pedacinho dourado nos olhos cor de mel de Talia?

Damon teria de ser indiferente a Talia e permitir que mulheres como Cassie se aproximassem dele.

Não lhe importava a Cassie. Ela ou qualquer outra, não fazia muita diferença para Damon, mas agora só o pensamento de ter contato com qualquer outra mulher era repugnante.

Damon se levantou abruptamente.

“Onde você vai?”, perguntou Caden.

“Preciso de um descanso. Vou tomar um banho…”, respondeu Damon sem parar.

…
Quando ele se aproximou de seu quarto, Damon parou e travou uma intensa batalha interna, tentando decidir qual porta escolher.

À sua direita estava o quarto principal, no terceiro andar.

À sua esquerda estava seu antigo quarto, e um leve aroma de frésia lhe dizia que Talia estava lá dentro.

Damon praguejou baixinho e pegou a direita. Ele precisava de um banho. Um frio.

O banho não ajudou a acalmar as emoções furiosas de Damon, e depois de se vestir, ele foi direto para o outro lado do corredor para encontrar uma cura para essa loucura recém-descoberta.

Damon encostou a orelha na porta e escutou atentamente. Nada.

Ele bateu gentilmente algumas vezes e esperou. Nada.

Damon se disse para ir embora. Basta seguir em frente. Mas a única coisa que se moveu foi sua mão direita, que segurou a maçaneta, e ele espiou o quarto através da fresta.

“Talia?”, ele chamou. Nada.

Damon abriu a porta para que sua cabeça pudesse caber, e sorriu ao ver Talia na cama.

Ele sabia que deveria ir embora. O que dirá se ela acordar e encontrá-lo no quarto dela?

‘Diz que você estava preocupado com ela, então veio ver se estava tudo bem’, seu lobo deu uma ideia, e foi o último empurrão que Damon precisava para entrar no quarto e fechar a porta atrás dele.

Ele caminhou devagar até a cama, cada passo o aproximando da garota e de seu doce aroma viciante de frésia.

Damon não fazia ideia de em qual momento chegou perto o suficiente para sentar-se na beirada da cama.

Ele estendeu a mão para pegar a mão de Talia que aparecia debaixo da coberta e inalou uma respiração trêmula naquele primeiro impulso de faíscas quando seu dedo tocou a palma da mão de Talia.

Ele nunca se cansará disso.

Um segundo depois, os dedos de Talia se fecharam em volta dos de Damon, e ele sorriu. Tecnicamente, ela estava segurando sua mão. Ele gostava disso.

Talia virou-se para o lado e a coberta escorregou, revelando seu ombro e parte do braço.

Damon prendeu a respiração quando observou que a camiseta larga se deslocava, e o seio de Talia estava quase à mostra. Quase.

Era uma visão da lateral do seio! E era um belo ângulo.

Damon encarou aquela área e murmurou silenciosamente para que Talia se mexesse só um pouquinho mais.

Ele realmente queria chupá-la ali.

Damon sentiu a pressão aumentar na área da virilha e praguejou internamente.

Ela precisa provocá-lo até mesmo dormindo?

Por acaso ela não sabe o quanto é difícil para Damon manter as mãos longe dela? Provavelmente não. Ela é inocente e linda, e toda a sujeira vem dele.

Damon praguejou novamente. Desde quando ele pensa em tocar uma mulher como algo sujo?

Uma mulher tão maravilhosa como Talia é feita para ser tocada. Por ele. Só por ele.

Se algum outro homem pensar em tocar Talia, Damon lhe garantirá uma morte espetacular.

Damon soltou um longo suspiro tentando controlar seus desejos.

Devagar, muito devagar, Damon pegou a ponta da coberta e a puxou para encobrir a fonte de tentação visual que enviava pulsos de necessidade para seu pau latejante.

Ele não confiava em si mesmo para não começar a passar a mão nela no momento em que suas frágeis restrições se quebrassem.

Damon examinou o rosto adormecido de Talia e lutou arduamente contra o impulso de se deitar ao lado dela, ciente de que a atração do vínculo estava aumentando a cada minuto, mas não podia fazer nada a respeito.

Damon segurou a mão de Talia e fechou os olhos enquanto permitia que o aroma da frésia enchesse seu sistema, e tudo desapareceu.

Não havia sons, pessoas, Caden ou Maya ou Stephanie, e definitivamente não havia Cassie. Eram apenas os dois, Damon e Talia, e parecia que este quarto proporcionava uma dimensão fechada que mantinha tudo o mais afastado, ou talvez mantivesse Damon e Talia dentro. Ele não se importava, desde que ninguém interrompesse a paz que o invadiu.

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