A Noiva do Alfa - Capítulo 37

37: Bem-vindo(a) ao lar 37: Bem-vindo(a) ao lar Damon e Talia saíram da última linha de árvores e Talia encolheu-se ao ver o gramado bem cuidado e a mansão.

Pouco a pouco, seus passos tornavam-se menores e seu rosto se enchia de relutância.

Talia entendeu que este é a casa da alcateia e coisas como uma casa de alcateia não traziam boas lembranças.

A casa da alcateia da Matilha da Lua Vermelha era um lugar onde ela só se sentia bem escondida. Na floresta, ela era feliz e não queria voltar para o sótão.

“Esta será sua casa, Talia.”, Damon anunciou e puxou sua mão para começar a andar.

‘Sua casa?’, Talia se perguntou se ouviu direito.

Ela sabia que Damon mora lá, e provavelmente Caden e Maya e qualquer outro membro de alta patente da alcateia. Mas e ela? Ela não é ninguém.

Talia se forçou a permanecer presente e observar o ambiente. Isso será útil se precisar fugir.

Em termos de tamanho, a casa da alcateia era maior do que a da Matilha da Lua Vermelha.

Eles vieram do lado, mas Damon guiou o caminho em direção à entrada principal, e Talia viu a entrada circular e o gramado que tinha plantas verdes baixas ao longo das bordas e várias árvores de topiaria cortadas em espirais.

Era simples e elegante, e ela gostava melhor do que a fachada extravagante da casa da alcateia da Matilha da Lua Vermelha que tinha arbustos coloridos e fragrantes e pequenos laguinhos.

Eles se aproximaram da porta principal, que estava aberta, quando a voz de Stephanie os alcançou.

“Se demorassem mais, mandaríamos um grupo de busca…”
Talia entrou em pânico ao perceber que segurava a mão de Damon.

Ela tentou puxar a mão, mas Damon apertou mais.

À vista de Stephanie saindo pela porta, Talia rapidamente se posicionou atrás de Damon na tentativa de esconder as mãos conectadas.

“Solta…”, Talia suplicou enquanto tentava soltar a mão.

Damon estava gostando do dilema de Talia. Seu aperto era forte o suficiente para que ela não pudesse se soltar, mas não o suficiente para causar dor.

Talia não acreditava nisso. Ele é o Alfa, e ela é ninguém. Como podem segurar as mãos? Não é adequado! Se alguém os ver assim, ela será um alvo. É isso que ele quer?

“Você disse que isso é só se eu tropeçar ou me perder.”, Talia falou num sussurro urgente. “Nós saímos da floresta e chegamos à casa da alcateia, então…”
A essa altura, Stephanie estava olhando para o casal e esperando que eles reconhecessem sua presença. Ela não viu que Damon estava segurando a mão de Talia, mas viu uma garota lutando por algo atrás das costas de Damon e não sabia o que pensar sobre a cena à sua frente.

Contrariado, Damon soltou a mão de Talia.

Ele sentiu a falta do toque de Talia e fechou as mãos em punho na tentativa de impedir-se de alcançá-la novamente.

“Stephanie, esta é a garota que mencionei. Talia.”

Stephanie olhou para Talia, que ainda estava meio escondida atrás de Damon, e fez o melhor para não franzir a testa ao ver os hematomas no rosto de Talia.

“Olá, Talia. Eu sou Stephanie. Seja bem-vinda.”

“Oi”, disse Talia hesitante, e Stephanie acenou para que entrassem.

“Vamos lá. A comida está pronta. Podemos conversar dentro.”

Talia observou o interior, que estava limpo e arrumado com o toque certo de elegância. As grandes janelas permitiam muita luz, dando uma sensação de amplitude, e ela podia sentir o cheiro de Damon, da floresta e de chocolate amargo por toda parte.

Se fechasse os olhos, facilmente confundiria este lugar com uma floresta. Provavelmente por causa do aroma e todo o ar fresco.

De alguma forma, ela não imaginou que este é o lugar onde um Alfa assustador viveria.

Algumas moças espiavam-nas por trás do canto. Talia não deixou de notar os corações nos olhos delas enquanto olhavam para Damon. Talia concluiu que aquelas eram Ômegas. Se tivessem qualquer posição, se aproximariam de Damon e conversariam com ele.

A sala de jantar tinha uma mesa retangular no meio, grande o suficiente para acomodar vinte pessoas.

Os móveis eram de cor cinza claro e as cadeiras estofadas em vermelho escuro, mas a atenção de Talia estava na comida que cheirava divinamente. Havia frutas e waffles e várias pastas diferentes.

“Vou buscar café fresco…”, disse Stephanie e desapareceu pela porta à esquerda.

Damon foi para o seu lugar habitual, na cabeceira da mesa, e fez um gesto para Talia sentar-se à sua esquerda.

“Você quer suco de laranja, leite ou café?”, Damon ofereceu a Talia.

Ela escolheu o suco de laranja e Damon lhe serviu um copo.

Caden e Maya juntaram-se a eles à mesa.

Stephanie entrou na sala de jantar com uma chaleira prateada que soltava vapor pela parte superior.

Ela colocou a bebida quente no copo de Damon, e o aroma do café preto fresco chegou ao nariz de Talia. Combinava bem com o cheiro do chocolate amargo de Damon.

“Você veio aqui para tomar o segundo café da manhã?”, Stephanie perguntou a Caden e Maya.

“Como posso permitir que meu Alfa coma sozinho?”, disse Caden com o rosto sério e acenou com a xícara vazia para Stephanie, indicando que ele também queria café.

“Bem, ele não está sozinho…”, disse Maya e os três olharam para Damon, que estava colocando um waffle no prato de Talia.

Damon sentiu os olhares sobre ele e resmungou. “A mão de Talia está machucada e eu estou ajudando. Parem de olhar como se um circo estivesse na cidade.”

Talia baixou a cabeça envergonhada. Ela disse a Damon que poderia se virar sozinha, mas ele insistiu e agora todos estavam olhando para eles.

“Ignore-os.”, disse Damon. “Você quer uma geleia ou calda com isso?”

“Não tenho certeza.”, Talia respondeu sinceramente.

Fazia muito tempo desde que ela comia waffles frescos e coisas como geleias e caldas eram itens de luxo.

Outra coisa estranha era que ela estava sentada à mesa, na sala de jantar, com pessoas.

Muitas coisas novas para processar.

Talia notou a ausência de ômegas. Na Matilha da Lua Vermelha, os ômegas sempre estavam por perto, prontos para servir Alfa, Beta e seus convidados. Não que Talia quisesse que alguém a servisse, mas Stephanie indo buscar café e todos pegando comida por conta própria era incomum.

Depois que Stephanie serviu café para todos que quiseram, ela também se juntou a eles à mesa e pegou um punhado de uvas para beliscar.

Sem que Talia escolhesse as coberturas para o waffle, Damon colocou alguns morangos ao lado do waffle e um montículo de chantilly, e em seguida, derramou calda sobre metade do waffle e passou geleia de ameixa na outra metade.

Talia rejeitou a oferta de Damon para alimentá-la. “Você já preparou tudo. Por favor, não…”
Ela parou de falar quando Damon começou a cortar o waffle em pedaços pequenos.

“Talia…”, Damon chamou, e ela olhou para ele que estava totalmente concentrado em cortar o waffle. “Estes são Caden e Maya, Betas da Matilha dos Uivadores Sombrios. E esta é Stephanie. Ela cuida da casa da alcateia. Se precisar de algo, pode perguntar a eles. Eles podem ser intrometidos, mas os três estão aqui para me ajudar a comandar esta alcateia e estão fazendo um ótimo trabalho. Nenhum deles vai zombar ou intimidar você, mas se eles a deixarem desconfortável, você deve avisá-los. Com o tempo, você vai se acostumar com o senso de humor deles.”

Damon empurrou o prato com o waffle cortado na frente de Talia e lhe entregou um garfo. “Agora, coma.”

O tom de Damon não permitia objeções. Não que Talia tivesse alguma. Ela estava feliz que ele não a alimentou como fez no hotel. Isso seria extremamente constrangedor.

Ela murmurou um agradecimento e começou a examinar a comida no prato, decidindo silenciosamente por onde começar.

Maya e Caden trocaram olhares sabedores, mas não disseram nada, nem mesmo através da ligação mental, porque não queriam arriscar que Damon os ouvisse (de novo).

A expressão de Damon era séria, e ele soava autoritário, como de costume, mas era indiscutível que ele estava dando atenção extra a Talia. Foi algo que nenhuma outra garota recebeu até então.

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