A Noiva Contratada do Alfa Noturno - Capítulo 380
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Capítulo 380: Chapter 380: Distraída Demais
O sangue já havia começado a se acumular sob seu corpo enquanto Adam corria com Ana ao seu lado.
“O que aconteceu?” Adam perguntou urgentemente enquanto se agachava ao seu lado, os guardas chamando a equipe médica ao fundo,
O batedor respirou de forma irregular e então, com olhos selvagens, conseguiu balbuciar:
“Derwell se foi,” Ele ofegou brevemente, depois falou novamente, sua voz rouca enquanto continuava. “A cidade foi arrasada. Não sobrou nada além de gritos e cinzas.”
Ana acenou para os curandeiros avançarem quando eles apareceram nos degraus e correram para atendê-lo, mas as expressões em seus rostos lhe disseram que não eram boas notícias.
“E quanto aos sobreviventes?” Adam disse, “Preciso enviar uma equipe de resgate?”
Mas o homem apenas soluçou.
“Nenhum. Nenhum sobrevivente. Eu… Eu fui o único que restou.”
O rosto de Adam ficou muito imóvel e Ana o puxou para trás para dar espaço aos curandeiros.
Ele desabou nos braços do curandeiro, desmaiando em seguida.
O pátio se encheu de suspiros e murmúrios. Lobos sussurravam juramentos sob suas respirações. Nobres ficaram pálidos, alguns recuando em vez de assistir. Licanos ficaram rígidos, seu silêncio tingido de vergonha.
“Eu vou matá-lo. Eu vou rasgar Ely em pedaços com minhas próprias mãos.” Adam rosnou de repente.
Ana entrou em seu espaço antes que a raiva o dominasse e colocou suas mãos sobre os punhos dele, ignorando o sangue em suas mãos vindo do batedor.
“Adam. Olhe para mim.”
Seus olhos queimavam dourado derretido, o lobo arranhando perto da superfície e por um instante ela pensou que ele não a ouviria. Então, o olhar dele encontrou o dela.
“Toda vez que parece que demos um passo à frente e estamos começando a chegar em algum lugar, Ele destrói algo.” ele disse, roucamente, “Eu não posso ficar aqui e segurar a linha para sempre, Ana. Eu não posso, eu preciso levar os homens e encontrá-lo no campo e fazê-lo responder por seus crimes.”
A respiração de Adam saiu rasgada, seu peito arfando e seu lobo pressionando forte contra o vínculo, desesperado para atacar, dilacerar, matar.
A voz de Maeve cortou através do crânio de Ana, afiada e ansiosa.
“Já passou da hora, Ana. Chega de esperar. Rasgue Ely em pedaços antes que ele nos reduza a nada além de ossos entre as ruínas.”
“Nós vamos matá-lo, Adam, mas temos que fazer isso quando isso o destruir, não a nós.”
O maxilar de Adam travou. Suas mãos tremiam sob as dela, e ele não disse nada, simplesmente puxou as mãos de volta e virou-se, antes de subir os degraus do palácio e sumir de vista.
Ana suspirou e observou os curandeiros trabalharem, depois diminuíram o ritmo, pararam e se recostaram balançando a cabeça.
“Nenhum sobrevivente, Ana,” Maeve rosnou enquanto um poço frio e gelado se abria dentro dela e ameaçava engoli-la inteira, “Nem um único. Se você não agir agora, vou arrancar o controle de você e ordenar o desdobramento eu mesma.”
“Veja que ele tenha um enterro de herói.” Ana disse suavemente ao curandeiro mais próximo, e ela inclinou a cabeça respeitosamente enquanto Ana se virava e voltava ao palácio, sua cabeça e coração pesados.
Ela podia ouvir os sussurros enquanto passava. Os nobres, os refugiados, todos eles.
“Eles dizem que ela está quebrando sob a tensão de tudo isso.”
“Ela não consegue lidar com nobres, Licanos, refugiados e guerra ao mesmo tempo…”
“Ela é jovem demais para isso. Muito distraída. Muito…”
Ana não se incomodou em parar com eles, as pessoas sempre sussurraram; especialmente os nobres porque era seu esporte favorito. Mas o tom em suas vozes havia mudado.
Agora não era mais fofoca ociosa e sim como se quisessem que ela falhasse. Outros queriam que Adam intervisse e assumisse o controle da coroa, como se isso apagasse sua presença por completo. Eles já trabalhavam como uma equipe, mas ela tinha a palavra final nas decisões.
Ela continuou andando de cabeça baixa, ignorando os sussurros, até ouvir o som distante da risada de Coral vindo por uma das portas abertas da ala da creche.
Desesperada por algo que a distraísse do peso em seu coração, ela seguiu o som.
Brad estava lá também, sentado em um banco perto da janela com seu filho pequeno equilibrado em seu colo. O menino segurava a trança de Coral com punhos gordos, babando alegremente enquanto ela fazia caretas exageradas até ele guinchar de prazer.
Coral segurou o bebê sob os braços e o levantou alto, girando uma vez antes de acomodá-lo contra seu ombro e o menino borbulhou, pressionando o rosto em seu pescoço como se a conhecesse a vida inteira.
Brad assistia com uma suavidade que Ana não via nele há muito tempo. Não desde que ele chegara ao palácio com a criança nos braços, com os olhos fundos e cansado. Sua habitual tensão defensiva tinha desaparecido. Por um momento, ele era apenas um homem olhando seu filho seguro nas mãos de outra pessoa.
Ana ficou perto da porta, despercebida, e deixou-se sorrir. Não era apenas a alegria do bebê. Era a expressão de Brad, surpreendido pela facilidade entre Coral e seu filho, e algo mais profundo se acendendo na maneira como seu olhar se demorava nela.
“Oh, veja, amor de filhote,” Maeve bocejou. “Você vai se intrometer, não vai? Mesmo com a guerra iminente e o pobre batedor morto no pátio…”
“Eu não vou me intrometer,” Ana murmurou para si mesma. “Incentivo seria um termo melhor. Não pode haver apenas morte e miséria ao nosso redor. Maeve, caso contrário, para que estamos lutando? São esses momentos que nos unem e, agora, é disso que todos nós precisamos.”
Ana ficou junto à porta e observou, um leve sorriso surgindo em seu rosto enquanto fazia isso.
“Ok,” Coral disse ao bebê em tom de brincadeira sério. “Agora vamos tentar o grande tour. Janela. Planta. A barba terrível do papai. Você está pronto?”
O menino deu um tapinha na bochecha dela e guinchou do jeito que os bebês fazem, completamente alheio aos horrores que estão acontecendo do lado de fora das paredes do palácio.
Coral sorriu e o balançou suavemente.
“Veja, ele aprova. E antes que você pergunte, sim, eu lavei minhas mãos. Duas vezes.”
Brad deu uma risadinha.
“Ele gosta de você.”
“Obviamente,” disse Coral, com ar de superioridade. “Qual é o nome dele? Você evitou me contar de propósito, como se fosse confidencial.”
Brad hesitou, então cedeu. “Devante.”
“Devante,” repetiu Coral, testando suavemente no ouvido do garoto. Devante virou a cabeça em direção ao som e fez um barulhinho. “Nome forte. Ele tem cara de Devante.”
Brad pareceu meio bobo por um segundo, como se seu peito não soubesse o que fazer com tanto alívio. “Obrigado.”
“Mamadeira?” perguntou Coral, olhando para o cesto pequeno perto dos pés de Brad.
“Está ali,” ele disse, já estendendo a mão. “O timing é tentativa e erro. Ele come, depois chora, depois dorme, depois chora. Achava que bebês vinham com manuais.”
“Eles vêm,” disse Coral. “São chamadas de mulheres que mantiveram todos vivos há séculos. Observe.” Ela pegou a mamadeira, testou a temperatura no pulso e acomodou Devante no braço.
“Ângulo lento. Pequenas pausas. Se ele engolir com pressa, pare. Se ele reclamar, tente uma inclinação menor. E mantenha um pano por perto, a menos que queira trocar de roupa.”
Brad se inclinou, focado como se ela tivesse lhe dado um mapa por um campo minado. “Você faz parecer fácil.”
“É, se você deixar ser,” disse Coral. “Você está tentando resolvê-lo como um problema. Ele não é um problema. Ele é uma pessoa que ainda não pode falar.”
Devante se acomodou, olhos pesados, boca trabalhando em volta da mamadeira com engolidas altas e decididas. Coral suavizou a voz para um baixo zumbido. “Ele gosta de notas mais graves. As mais agudas o superestimulam quando ele está cansado. Tente esse padrão.”
Ela cantarolou uma melodia simples e acenou para Brad se juntar. Ele tentou, desafinou, e se encolheu. Devante não se importou. Continuou comendo, depois suspirou e amoleceu.
“Além disso,” Coral acrescentou, “ele adora o seu batimento cardíaco. Coloque-o um pouco mais alto e você verá isso.”
Brad obedeceu, desajeitado no começo. Devante derreteu contra seu peito, uma pequena mão fechando-se na camisa de Brad. A tensão nos ombros de Brad diminuiu aos poucos.
“Você deveria ter me dito que ele gosta de música,” disse Coral. “Ele se iluminou quando eu cantarolei.”
“Eu não sabia,” admitiu Brad. “Ele chora a maioria das noites. Achei que nada ajudava.”
“Música ajuda,” disse Coral firmemente. “E atenção. Bebês sabem quando são desejados.”
A boca de Brad se apertou, culpa passando por seus olhos. Ele beijou o cabelo de Devante em vez de responder.
Coral não pressionou.
“Hora de arrotar,” ela disse, pegando Devante por um momento e acomodando-o na posição ereta. “Sua vez agora, depois você está na função de enrolá-lo.”
“Função de enrolar,” repetiu Brad como se ela tivesse pedido para ele assinar um tratado. “Eu não consigo acertar os cantos.”
“Porque você luta contra o pano,” disse Coral. “Você precisa convencê-lo. Mover-se com ele.”
“Esse é um conselho que você dá para assassinos.”
“E para pais,” disse Coral, sem mudar a expressão. “Aqui.” Ela dobrou o cobertor em três movimentos precisos, depois enrolou Devante em um pacote arrumado que parecia confortável e presunçoso. “Viu. Você não está prendendo ele. Está dando limites.”
Brad observou suas mãos como um aluno. “Faça isso de novo. Mais devagar.”
Coral fez, narrando cada dobra. Brad tentou na próxima, desajeitado mas cuidadoso. Devante olhou para ele, indiferente e contente.
“Pronto,” disse Coral. “É isso. Repita mais duas vezes e suas mãos lembrarão por você.”
Ele olhou para ela, algo caloroso rompendo a habitual contenção. “Obrigado.”
“De nada,” disse Coral. “E antes que você pergunte, sim, posso voltar depois do jantar para ajudar com o banho. Mas só se eu puder mandar em você sobre a temperatura da água como uma tirana.”
“Feito,” disse Brad, rápido demais.
O sorriso de Coral se suavizou. “Vou buscar roupas de cama novas e um cobertor de reserva antes do rush da noite. Ele vai regurgitar assim que você pensar que ele não vai.”
“Estou aprendendo,” disse Brad.
“Está,” disse Coral, satisfeita. Ela deu um leve toque no pé de Devante. “Seja bom para seu pai, pequeno lobo.”
Ela devolveu Devante, juntou os panos espalhados e dirigiu-se à creche propriamente dita. O garoto a observou partir com claro interesse. Brad também, por seus próprios motivos, e esqueceu de esconder isso.
Quando a porta se fechou atrás dela, Brad suspirou e encostou a cabeça na parede.
Ana avançou. “Sabe, você parecia quase feliz por um segundo.”