669: Conheça o seu lugar 669: Conheça o seu lugar Capítulo-669
“Está pronta?” Dexter perguntou a Eliana, que estava ali parada, sentindo sensações estranhas invadindo seu corpo.

Era estranho.

Desde o momento que ela entrou nessa área da pista de corrida, era quase como se tivesse estado lá muitas vezes. Como se estivesse aqui toda a sua vida e essa fosse a sua área de domínio.

No entanto, se esse fosse o caso, pelo menos uma pessoa deveria ter sido capaz de reconhecê-la mesmo que ela perdesse suas memórias. Mas julgando pela expressão perdida de todos, era claro que eles não a conheciam.

“Ei, está tudo bem? Você parece um pouco perdida,” Samantha colocou a mão no ombro de Eliana para chamar sua atenção.

Eliana olhou para sua nova amiga vampira e sorriu forçadamente.

“S-sim, estou bem. É só que me sinto um pouco estranha neste lugar,” Eliana disse e Samantha estava prestes a dizer que ela não precisava fazer isso se estivesse se sentindo desconfortável, mas antes que pudesse dizer algo, Dexter interferiu.

“Estranho? Sério? Essa é a desculpa mais fraca que você poderia dar para recuar de uma batalha ou aposta,” Ele disse e Eliana o encarou.

Ela o olhou antes de suspirar.

“Senhor, senhora, podem vir e escolher suas motos como quiserem,” O gerente se aproximou deles e Eliana olhou para Dexter, que fez um muxoxo antes de caminhar até a Garagem onde guardavam as motos.

“Como você é uma garota e está experimentando as motos aqui pela primeira vez, eu deixaria você escolher a moto primeiro,” Dexter disse e parou na entrada da Garagem.

Eliana olhou para ele pelo canto do olho, mas não disse nada em resposta.

Ela apenas sorriu e assentiu, caminhando para dentro da Garagem com um olhar observador em seu rosto.

Era quase como se ela tivesse algum tipo de scanner em seus olhos enquanto olhava as peças das motos, analisando-as de longe.

O gerente, que pensava que ela era uma novata em corridas de moto e não sabia como procurar a melhor, estava prestes a dar um passo à frente quando Eliana apontou para uma moto específica.

“Eu gostaria de pegar aquela,” Eliana disse, surpreendendo tanto Dexter quanto o gerente.

O gerente olhou para Dexter para perguntar se essa garota sabia o que estava fazendo ou se era simplesmente estúpida.

A moto que Eliana escolheu era uma das motos modificadas de melhor qualidade de toda a garagem, na verdade, diria-se que era a melhor e mais perigosa estrutura de moto, o que também a tornava uma das mais difíceis de manusear.

E se alguém não fosse realmente um profissional em lidar com todos os tipos de motos, não haveria maneira da pessoa sobreviver às colinas íngremes e curvas fechadas.

“Tem certeza de que vai conseguir lidar com ela? Não culpe a moto se você perder,” Dexter disse.

Eliana olhou para a moto que era estranhamente familiar antes de suspirar e assentir para os outros.

Ela caminhou até a moto e tocou no guidão.

‘Esta é a minha obra-prima. A Glória da Glory,’ Uma voz ecoou em sua cabeça e ela tropeçou para trás com a sensação estranha.

Era a voz dela com certeza, e quase sentiu como se fosse a sua memória, mas tinha certeza de que nunca tinha ido ao reino vampiro antes, então como era possível que essa moto das suas memórias estivesse aqui?

Eliana pressionou os lábios em uma linha fina e olhou para o gerente.

“Quem modificou esta?” Ela perguntou, querendo ver se talvez tivesse tido uma reunião ou conexão com a pessoa que desenhou esta moto e talvez essa fosse a razão pela qual sentia que tinha algum tipo de relação com esta moto.

O gerente olhou para Eliana, sua pergunta o pegando de surpresa. Por quê? Porque ele mesmo não sabia quem tinha modificado esta moto. Embora ele fosse o dono desta pista e o principal investidor e zelador, era quase como se essa moto sempre tivesse estado ali na Garagem.

Eles a importaram de algum lugar? O gerente se perguntou.

Dexter escolheu sua moto favorita que ele mesmo tinha modificado antes de sentar nela e olhar para a garota à sua frente, fazendo sinal para que ela sentasse para que pudessem ir até a pista de corrida.

Embora eles fossem os principais competidores, havia cerca de 38 pessoas a mais que iriam correr junto com eles.

Eliana não se sentou em sua moto. Em vez disso, ela olhou para o gerente e pediu para que alguém entregasse a moto no início da pista de corrida.

“Tem certeza de que não quer fazer um test-drive?” Samantha, preocupada com sua nova amiga, perguntou, e Eliana olhou para a moto antes de balançar a cabeça negativamente.

“Vai ficar tudo bem,” Ela sussurrou antes de seu olhar cair no celular.

Ela tinha uma chamada recebida de ninguém menos que sua tia Arizona, e suas sobrancelhas se franziram.

“Eu volto já,” Ela disse antes de se afastar para falar com a ex-rainha bruxa da luz.

Assim que ela atendeu o telefone, sua aura suave se tornou neutra e fria.

Embora ela não se lembrasse exatamente do que aconteceu antes de perder suas memórias, pelo que ela juntou até agora, esta tia sua na verdade usou o sêmen de seu pai para engravidar, traindo a própria irmã e seu marido que era inocente no ato.

“O que é?” Eliana perguntou enquanto se apoiava em uma das árvores.

“Eliana, querida, como você tem passado?” Arizona perguntou, sua voz doce e atenciosa como sempre, enchendo Eliana de uma leve culpa porque ela não conseguia se forçar a retribuir o mesmo cuidado por causa do que ouviu.

Eliana suspirou e não disse nada em troca.

Arizona, por outro lado, mordeu o lábio inferior, um pouco desconfortável antes de virar para olhar para Prakrith e Jalizana, que assentiram para ela encorajadoramente.

“Bem, na verdade, eu liguei porque nós, quero dizer, queríamos convidá-la para o reino. É… É… ” Arizona fechou as mãos em punho pois achou difícil falar.

Eliana massageou a testa enquanto olhava seus amigos vampiros olhando para ela de certa distância.

Suas sobrancelhas se franziram quando ela percebeu que eles provavelmente eram capazes de ouvir parte de sua conversa por causa de seus sentidos aguçados.

“O aniversário da Ari,” Eliana disse.

Arizona, que pensou que ninguém em sua família se importava com sua filha e sentiu remorso, sentiu seu coração se encher quando percebeu que a garota que ela traiu na verdade sabia disso.

Ela respirou fundo antes de assentir para si mesma.

“Você viria e abençoaria a comemoração do seu décimo nono aniversário?” Arizona perguntou e Eliana olhou para suas unhas.

Ela não sabia o que responder.

De um lado estava a ex-rainha das bruxas e por respeito ao trono, ela deveria ir à comemoração, mas por outro lado estava sua mãe, que embora fale com esta família normalmente, foi realmente ferida por causa da traição de sua irmã.

“Eu vou pensar nisso,” Eliana disse.

“Mãe, por favor,” Ari sussurrou, olhando para sua mãe implorando, e a ex-rainha engoliu em seco antes de assentir para sua filha.

“Pode- pode perguntar à s-sua -” Arizona nem conseguiu completar suas palavras quando o olhar de Eliana se encontrou com o de Vincenzo, que a olhava diretamente como se estivesse encontrando uma das mulheres mais bonitas do mundo.

Vendo o homem caminhando em sua direção, Eliana não teve escolha a não ser terminar a chamada rapidamente.

“Não esqueça do seu lugar,” Eliana disse, sua voz fria, vazia de emoções, congelando Arizona no lugar onde estava.

A rainha não conseguiu dizer nada.

Se fosse qualquer outra pessoa no lugar de Eliana, ela teria usado sua magia e mostrado a essa pessoa seu lugar por desrespeitá-la tão abertamente, mas como poderia dizer algo para a filha escolhida da deusa da lua, aquela que Luscious e Teresa protegiam a si mesmos, o verdadeiro poder supremo da comunidade de bruxas?

“Eu entendo,” Arizona terminou a chamada antes de respirar fundo e olhar para sua filha, que tinha lágrimas nos olhos.

“Ari-” Arizona começou, mas Ari balançou a cabeça e usou sua magia para desaparecer no ar.

Arizona olhou para suas mãos desalentada, sentindo-se desamparada.

“Não se preocupe. Você conhece Eliana melhor do que ninguém. Ela provavelmente tinha algo para fazer. Vamos falar com ela de novo. Ainda resta mais um dia antes da comemoração,” Prakrith tentou confortar a rainha bruxa, que murmurou antes de se virar e caminhar em direção ao seu quarto para se isolar mais uma vez.

Ao mesmo tempo, Eliana guardou seu celular no bolso enquanto Vincenzo se aproximava dela.

“Já nos conhecemos antes, bela dama?” Vincenzo perguntou estendendo a mão, e Eliana sorriu para seus belos olhos.

Sério, essa era uma das frases mais clichês que ele poderia usar para puxar uma conversa com ela, mas por alguma razão, em vez de se sentir ofendida como normalmente sentiria, ela realmente achou engraçado e colocou sua mão na dele.

Assim que a pele deles se tocou, Eliana sentiu outra pancada em sua cabeça.

‘Não importa o que faça, o que escolha, onde quer que esteja, eu sempre estarei com você, Glory. Eu vou tirar você deste sofrimento. É uma promessa que pretendo cumprir,’
Eliana ouviu outro conjunto de vozes e olhou para Vincenzo, que tinha uma expressão estranha no rosto também.

Era quase como se ele pudesse sentir o que ela estava sentindo também.