662: Sua nova identidade 662: Sua nova identidade “Sim, vou pedir para ele ligar para seu guardião ou alguém que conheça assim que ele acordar,” Eliana disse ao médico enquanto admitiam o rapaz em um dos quartos.

Como não havia ferimentos físicos, e era praticamente estranho para um vampiro, tão forte quanto o Filho do Duque, sentir tontura sem motivo, os médicos decidiram que era melhor fazer alguns exames nele.

Eliana olhou para o rapaz, sentindo uma emoção estranha crescendo em seu coração.

Pode ser apenas uma coincidência, mas quando o médico ergueu as mangas dele para tirar sangue, ela notou o nome gravado em sua mão, um nome que parecia ter sido gravado com algo afiado antes de ser queimado para torná-lo permanente.

No entanto, essa não era a coisa estranha.

A coisa estranha era que o nome gravado em sua mão era o nome dela.

Que coincidência estranha. Eliana suspirou antes de olhar as horas em seu celular.

Ela acabara de sair para explorar a área com Samantha. Quem diria que ela ficaria presa aqui?

Bem, ela não tinha esse tipo de tempo em suas mãos para esperar.

Ela apertou os lábios em uma linha fina antes de tirar algumas notas de dólar e colocá-las debaixo do travesseiro do homem, caso ele não tivesse dinheiro para se tratar.

Ela pegou o bloco de notas e escreveu o bilhete nele.

‘Use o dinheiro debaixo do seu travesseiro e melhore logo. Precisei sair. Fique bem.

Eli,’
Eliana escreveu o bilhete, sem querer usar seu nome completo caso este nome tivesse um significado profundo para esse cara. Ela não queria machucá-lo de forma alguma.

Com um suspiro e olhando para o rapaz pela última vez, ela deixou o hospital, pronta para voltar à Universidade, já que os alunos do programa de intercâmbio estavam morando nos dormitórios fornecidos pela própria universidade.

Assim que Eliana entrou no táxi, percebeu que era a mesma motorista que a havia levado até lá.

Já se passaram 20 minutos e a senhora ainda estava aqui?

“Você estava me esperando?” Eliana perguntou, mas a senhora apenas olhou para ela e não disse nada.

Eliana não sabia mais o que dizer. Ela não sentia vibrações ruins da senhora, mas isso não significava que seus olhares furtivos não fossem suspeitos.

Após o que pareceu uma eternidade, mas foram apenas alguns segundos, a senhora finalmente sorriu para ela.

Ela moveu suas mãos lentamente, um movimento de cada vez.

Eliana leu o movimento lentamente e finalmente percebeu que a senhora não podia falar e estava usando linguagem de sinais para se comunicar com ela.

Ela não se lembrava como e por quê, mas ela podia entender cada palavra que a senhora estava sinalizando.

Eliana olhou para as próprias mãos antes de olhar para as mãos dela. Era como uma memória muscular subconsciente. Ela não sabia que podia ler tão bem até hoje.

“Eu não encontrei outro passageiro,” a senhora disse.

Eliana assentiu, entendendo.

“Ok. Você pode me levar para a Universidade? A Universidade Internacional de Ciência e Artes,” Eliana disse, e a senhora assentiu antes de iniciar o carro, deixando a área ao mesmo tempo que o carro de Sebastião entrava no estacionamento.

Sebastião saiu do carro sem esperar por Ambrose e foi direto para dentro do hospital, sua presença imediatamente causando um alvoroço na área.

Todo mundo imediatamente abriu caminho para ele e inclinou suas cabeças para mostrar seu máximo respeito ao Rei.

“Uma garota deve ter vindo aqui alguns minutos atrás com Lucas,” Ambrose foi até o médico familiar que conhecia quase todos os homens no exército Caveira Negra de Sebastião e imediatamente assentiu.

“Sim, eu fiquei realmente chocado ao ver o Sr. Pablo. Então pensei que vocês talvez não soubessem sobre seu problema de desmaio. Eu também liguei para a linha principal do palácio da Caveira Negra, só por precaução,” O médico disse enquanto os levava para a ala VIP onde Lucas estava, inconsciente.

Sebastião olhou para seu subordinado e suspirou.

“Deixe-o descansar. Onde está a garota?” Sebastião perguntou ao médico, suas sobrancelhas se franzindo quando viu uma nota no criado-mudo.

“Senhor, eu na verdade fui verificar outros pacientes enquanto as enfermeiras cuidavam do Sr. Pablo. Não tenho ideia de onde ela foi. Devo chamar a enfermeira para perguntar?” O médico perguntou, seu olhar demorando em Ambrose para ajudá-lo a entender o que seu rei queria.

“Não é necessário. Ela foi embora,” Sebastião disse antes de pegar o dinheiro de debaixo da fronha de Lucas, seus punhos cerrando as notas de dólar em sua mão.

Então esta garota acha que o secretário do vampiro mais poderoso da Terra não tem dinheiro o suficiente para se tratar? Que garota insolente!

Primeiro, ela pegou os brincos que ele estava olhando, depois sabotou sua chamada reunião arranjada com aquela garota Gloria, chamando-o de nomes e agora ela indiretamente o chamou de pobre.

Ha! Sebastião trancou sua mandíbula antes de olhar para seu subordinado.

“Assim que ele estiver bem e acordado, envie-o para treinar entre tigres na selva. Ele teve coragem de fazer seu chefe de bobo na frente de alguma bruxa insolente adolescente que provavelmente nem viu o mundo,” Sebastião disse a Ambrose, que assentiu com a cabeça, sem se atrever a dizer nada ao seu chefe, que saiu irritado.

Assim que seu rei saiu, tanto Ambrose quanto o médico suspiraram aliviados.

“Senhor, está tudo bem? Nunca vi nosso Rei agindo assim,” O médico disse.

Ambrose não respondeu à pergunta do médico.

Não era apenas sobre o médico, mesmo que ele não tivesse visto seu chefe tão perturbado. Poderia-se dizer que viram a maior expressão cruzando o rosto de seu chefe neste único dia em comparação com o ano inteiro.

Normalmente, ele nem teria se importado em falar tanto e apenas mandaria seus homens capturar a garota que ousou insultá-lo.

Ambrose suspirou antes de olhar para Lucas, que tinha uma expressão de dor no rosto mesmo quando seus olhos estavam fechados e ele estava inconsciente.

O que exatamente estava acontecendo? Ambrose balançou a cabeça antes de seguir o médico para fora.

Após algum tempo, Eliana, que chegou à Universidade, desceu do táxi e olhou para a motorista antes de sorrir.

“Aqui, dirija com segurança,” ela sussurrou antes de virar e sair, sem notar o olhar suave no rosto da motorista.

A senhora não sabia o que era. Ela sabia que nunca tinha visto essa garota antes, mas por algum motivo, quase sentia que estava em dívida com ela e deveria fazer tudo o que essa garota quisesse dela. Havia esse sentimento estranho e inexplicável em seu coração.

Assim que Eliana entrou na Universidade, em vez de ir assistir a algumas aulas, ela foi direto para o refeitório, querendo comer algo por causa de seu humor arruinado.

Ela se sentou em um canto com seus sanduíches de queijo e estava prestes a dar a primeira mordida quando suas pupilas se dilataram.

Ela viu uma mão se aproximando de sua bandeja e antes que pudesse reagir, alguém pegou o segundo sanduíche do seu prato, fazendo-a virar a cabeça em direção ao ladrão.

“Você!” Eliana apontou o dedo para o rapaz com uma expressão de indignação.

“Sim, eu. E daí? Você não sabe que compartilhar é cuidar?” O rapaz perguntou com um sorriso malicioso.

“Que se dane o cuidado. Quem quer cuidar de você? Devolva meu sanduíche,” Eliana disse, observando horrorizada enquanto o rapaz mordia o sanduíche.

“Samantha! Controle seu homem ou eu vou dar uma surra nele com certeza. Não me importo se ele é o futuro chefe do conselho ou o próprio deus. Ninguém mexe com minha comida. Especialmente ele, eu não gosto dele,” Eliana lançou um olhar furioso para Alcinder, que mostrou a língua para ela, deixando-a ainda mais irritada.

Samantha olhou para seu noivo e sua nova amiga com emoções mistas. Ela não sabia se chorava, ria ou apenas se sentia divertida.

Essa foi a primeira vez que ela viu Alcinder tão vivo e abertamente intimidando uma pessoa, ainda mais uma garota.

Ela olhou para a garota, que parecia nada menos que um coelho furioso tentando ser intimidador, e não pôde deixar de rir.

“Pare com isso, Alcinder. Ela é realmente algo. Você não sabe o que ela fez hoje,” Samantha disse enquanto comprava uma nova porção do que Eliana estava comendo e colocava na frente da garota para acalmar sua raiva explodindo.

Daniel, Tina, Melony e Drake, que também se juntaram à mesa, olhavam para a pequena bruxa que recentemente se tornou amiga deles por causa de Samantha e como ela estava engolindo a comida sem vergonha e cuidado no mundo.

“O que ela fez?” Alcinder perguntou, tentando estender a mão em direção ao prato dela, fazendo Eliana afastar sua mão.

“Eu não sei qual é o grande problema. Eu apenas conheci o primo dela,” Eliana disse.

“Primo?” Alcinder perguntou a Samantha enquanto todos começavam a comer seu almoço.

Samantha assentiu e estava prestes a responder qual primo quando Eliana a interrompeu.

“Aquele que come vampiros,” Eliana disse casualmente, e todos engasgaram com sua comida, tossindo violentamente.

Eliana olhou para cima de sua comida e pensou que essas pessoas estavam realmente exagerando.

No entanto, o que ela não sabia era que, por mais surpreendentes que fossem suas palavras, eles não estavam tossindo porque ela as tinha dito, mas porque a pessoa sobre a qual ela tinha falado estava bem atrás dela e a ouviu claramente.

“Então essa é minha identidade permanente agora?” Sebastião perguntou, e Eliana congelou no lugar.