650: O Sacrifício 650: O Sacrifício “Eliana!” Rei Eros e Azura imediatamente se colocaram na frente de sua filha para protegê-la.

Eliana também colocou as mãos à frente de si mesma para criar um escudo que pudesse protegê-los do ataque de Azrael.

Tudo ficou parado por alguns segundos.

Os espectadores e as pessoas que participavam da guerra ficaram lá, observando o que acontecia no lado oeste enquanto uma grande luz brilhava de onde Azrael atacou Eliana.

Senhor Ahriman se levantou de seu lugar para ver o que acontecia mais claramente.

Azura e Rei Eros, que também estenderam as mãos à frente para fortalecer o escudo criado por Eliana, tornando-o impenetrável, respiraram aliviados ao verem os poderes de Eliana juntamente com os deles, contrariando o ataque de Azrael.

A Magna de seus poderes se entrelaçava um no outro como duas cobras se enrolando para vencer. Os poderes mais fortes estavam destinados a ganhar, mas pelo menos esse contra-ataque dissolveria uma boa parte da intensidade do ataque e não machucaria tanto Eliana.

Azura olhou para os cinco poderes elementais e acenou para eles, uma indicação clara de que precisavam estar prontos para o pior e defendê-los caso seu contra-ataque falhasse.

“Não se preocupe, querida, nós venceremos. Ela não será capaz de fazer nada contra nós. Nós contemos isso muito bem,” Rei Eros confortou Eliana, que continuou olhando para frente.

Ela não disse nada. Não havia expressão no rosto dela.

Por quê? Porque algo estava errado.

Se este era realmente o ataque final de Azrael e o ataque supremo sobre o qual as cinco bruxas elementais estavam falando, ela não estaria tão calma observando seus poderes lutarem. Ela teria adicionado seus poderes para tornar o ataque ainda mais poderoso.

Apesar do fato de que ela precisava economizar sua Magna se quisesse trazer seu amado de volta e usar seus poderes de reencarnação da Sereia, Azrael teria feito alguma coisa.

No entanto, ela não estava. A bruxa apenas ficou parada observando tudo como se aquilo a intrigasse, mas ao mesmo tempo não a interessasse.

E Eliana não era a única com os mesmos pensamentos.

Natanael também olhou atentamente para a máquina. As cinco bruxas elementais disseram que foi ele quem desenvolveu a máquina, não foi? E por mais que o modelo da máquina parecesse o mesmo, ao mesmo tempo não se sentia igual.

Ele poderia ter acreditado que Arizona poderia ter feito algumas alterações na máquina para torná-la mais mortal, mas ela tinha pouquíssima ou nenhuma ideia de como ela foi formada.

Ele usou muitos feitiços negros que eram proibidos para uma bruxa da luz como ela, e nenhuma bruxa negra teria sido capaz de ajudá-la também devido à diferença de nível.

Será que Azrael apenas usou uma réplica daquela suposta máquina e fez uma máquina exatamente igual para pegá-los de surpresa? Para que ela pudesse usar as energias deles em um ataque diferente e quando estivesse executando seu ataque final, ninguém interferisse com ela?

Assim que o pensamento lhe ocorreu, ele olhou para Eliana, que já estava olhando para ele.

Ambos tinham o mesmo olhar de compreensão em seus olhos. Rei Eros e Azura, que não tinham ideia de como a máquina parecia, mas viram a expressão no rosto de Natanael, entenderam imediatamente que era apenas um ataque falso.

Mas se este era um ataque falso e tinha esse tipo de intensidade onde sua magna estava lutando com a esfera de energia e ainda não era capaz de vencer, que tipo de energia essa máquina realmente armazenava?

O coração de Azura tremia só de pensar e ela se virou para seu marido, que tinha os mesmos pensamentos que ela.

“Vamos proteger nossa filha com nossa vida. Não importa o que aconteça. Falhamos como seus pais e não a protegemos quando ela mais precisou de nós, mas não vamos fugir da responsabilidade desta vez, certo?” Rei Eros perguntou a Azura, a indicação clara em seus olhos.

Eles estavam prontos para abraçar a morte desta vez.

As cinco bruxas elementais viram a resolução em seus olhos e sabiam o que estava por vir.

Todo mundo podia sentir a mudança de emoções na equipe de repente. Até a princesa, que usualmente estava cheia de motivação, estava lá com lágrimas à beira dos olhos.

Sebastião e sua equipe, que lutavam continuamente porque não queriam que os humanos e vampiros renegados ajudassem as bruxas e machucassem a equipe da bruxa também, pausaram momentaneamente quando viram que sua magna venceu.

Os poderes de Eliana, juntamente com a magna de Rei Eros e Rainha Azura, venceram contra aquela maldita máquina.

“Senhor, eles conseguiram!” Lucas olhou para seu chefe com uma expressão radiante.

“Ambrose, você viu isso, nós conseguimos!” Harry também imitou a expressão de Lucas, e eles estavam prestes a soltar gargalhadas e felicidade quando olharam para seu chefe, e seus sorrisos vacilaram imediatamente.

Sebastião não sorriu, nem havia felicidade em seus olhos.

Por quê? Porque mesmo após terem vencido, por alguma razão, ele podia ver a decepção nos olhos de Eliana.

O que estava acontecendo? Não era essa a vitória final deles? A máquina sobre a qual Azrael estava falando? Sebastião olhou ao redor para descobrir se estavam perdendo alguma coisa. No entanto, ele não conseguiu identificar nada.

Azrael olhou para os olhos derrotados mas resolutos de Eliana, a motivação para levar qualquer golpe que fosse destinado a ela, clara em seus olhos.

Ela debochou.

Essas pessoas realmente subestimam ela demais, não é? Eles realmente acham que serão capazes de salvar o alvo que ela pretendia com esse ataque?

“Eu te avisei,” Azrael sussurrou para Eliana, calculando a distância entre todos que aceitariam levar esse golpe uns pelos outros antes de levantar a mão, e assim que fez isso, uma máquina ainda maior que sempre esteve presente no campo, mas escondida atrás do véu da invisibilidade, apareceu bem na frente de todos.

O círculo de energia se formou na área de lançamento da máquina e Azrael levantou a mão antes de apontá-la para onde Ari estava.

Eliana, que havia prometido a Ari que a protegeria com sua vida se ela os ajudasse e usasse seus poderes demoníacos quando necessário, olhou para Ari com os olhos arregalados.

Os olhos de Ari se arregalaram ao ver que o ataque era destinado a ela. Isso significa que ela morreria antes de salvar sua mãe? Seu coração começou a palpitar enquanto ela virava a cabeça e olhava instintivamente para Eliana.

O medo da morte estava claro nos olhos da menina e Eliana fechou e abriu as mãos. Não havia outra opção.

Sem perder um segundo sequer, Eliana usou sua teletransporte e apareceu bem à frente de Ari.

Isso era o mínimo que podia fazer por uma mulher que a manteve viva por 18 anos. Ela estaria retribuindo Arizona por tudo com esse sacrifício.

Embora sua vida não fosse só flores, ela estava contente por estar viva. Pelo menos, graças à rainha bruxa, ela conseguiu encontrar seu pai e sua mãe nesta vida, mas mais do que isso, ela pôde conhecer um homem amoroso como o Senhor Marino que a protegeu e a amou como o melhor marido do mundo.

Ele lhe deu 18 anos de amor nesses 5 meses, e isso foi mais do que suficiente para ela morrer em paz.

“Eliana!”

“Eliana!”

“Eliana!”

Os sons coletivos ecoaram enquanto a viam de pé diante de Ari para tomar o golpe que estava destinado a despedaçá-la.

Não havia mais salvação para ela.

‘De qualquer maneira, eu estava predestinada a partir daqui a um mês,’ Eliana sorriu enquanto fechava os olhos.