49: Quadros dela 49: Quadros dela Dexter olhou para a pintura antes de coçar a parte de trás da cabeça de forma constrangida.

“Eu desenhei você. Eu costumava conversar com as suas pinturas quando você não estava aqui comigo. Isso me trazia uma sensação de calma. No entanto, acho que isso não será mais necessário. Peguei o nome da sua universidade. Agora, você só espera e verá, meu amor. Descobrirei tudo sobre você,” Dexter sorriu, e Eliana riu da malícia nos olhos dele, enquanto Daniel fechava a cara para a conversa deles.

Dexter disse que ela costumava se vestir de Preto e se cobrir da cabeça aos pés, então como ele pôde desenhá-la?

Daniel caminhou até a pintura que Eliana chamou de sua e olhou para a motociclista sentada em um modelo enferrujado.

Ele reconheceu imediatamente o modelo e olhou para ela com as sobrancelhas erguidas.

“Você… Você sempre soube que esse era o melhor modelo da garagem?” Daniel perguntou, e Alcinder e Samantha se aproximaram da pintura, olhando para ela também com sobrancelhas levantadas.

Samantha olhou para a pintura com inveja antes de olhar para a garota sorridente.

As aparências realmente podem enganar.

“Bem, esse sempre foi o meu modelo favorito. Fui eu quem sugeriu aquelas modificações ao técnico. Nós podemos ter motos feitas sob medida pagando um extra. Então eu usei o dinheiro de uma das minhas vitórias,” Eliana tocou a pintura encantada.

“Eu gostaria de poder ficar com ela. Você fez um bom trabalho,” Eliana disse, e Dexter sorriu.

“Bem, você pode escolher,” Dexter disse, e Eliana olhou para ele, confusa.

“Escolher?”

“Você acha que eu só fiz uma delas? Um ano é realmente muito tempo,” Dexter sorriu antes de fazer um sinal para que o seguissem para outro quarto.

“Este é o meu estúdio onde eu desenho o que me vem à mente,” Dexter abriu a porta do quarto, e Eliana e os outros ficaram chocados ao ver o interior.

O número de belas pinturas nas paredes e no chão era suficiente para tirar o fôlego. Parecia nada menos que uma galeria de arte.

Havia pinturas de paisagens, algumas de arte moderna e pinturas contemporâneas. Eliana olhou para as poses que ele a desenhou e sorriu.

“Você é realmente meu fã,” Eliana riu.

“Sua misteriosidade sempre me atraiu para você,” Dexter confessou sem vergonha.

“A melhor piloto na arena. A única que ninguém realmente conhece,” Dexter murmurou, e os outros olharam para a garota.

Por que a vida dela é tão interessante e misteriosa? Ela nunca deixa de surpreender eles, não é?

Eliana caminhou até uma foto ampliada em particular e a tocou, seu olhar vacilante por um instante.

“Esta foto,” Eliana começou, e Dexter caminhou até lá antes de cantarolar
“Foi quando eu te vi pela primeira vez. Você parecia um demônio disfarçado de preto. Eu na verdade te achei estranha no início até você começar a ganhar corridas. Você não se lembra daquele dia quando eu fui falar com você?” Dexter disse, e Eliana olhou para o jeito estranho como ela estava parada.

Ela se lembra desse dia. Como poderia esquecer um dia como esse?

Esse foi o mesmo dia em que ela estava tão farta da vida que realmente queria fugir do Reino real e nunca mais voltar.

Ela tinha 15 anos e acabava de entrar na nova seção com Madeline, Addison e Georgia por causa de suas notas altas.

Os garotos na escola sempre estiveram apaixonados por ela, então, quando a viram na nova seção com eles, queriam se tornar seus amigos.

Porém, isso não foi bem recebido por Madeline, que não queria nada além de uma vida patética para ela.

Eliana lembrou do monitor da turma a convidando para uma festa na casa dele. Ela queria se enturmar e sentia que fazer novos amigos a ajudaria com sua solidão.

Era estranho que Madeline não tivesse dito nada sobre o assunto antes. Eliana deveria ter percebido que algo estava definitivamente errado quando Madeline estava agindo de forma excessivamente solidária.

Na época, ela achou que talvez Madeline tivesse mudado de coração e estava permitindo que ela desfrutasse da vida pela primeira vez, mas ela estava tão enganada.

~~~~~Três anos atrás na festa do monitor da turma~~~~
“Ei, estou tão feliz que você conseguiu vir,” disse o monitor da turma, e Eliana sorriu suavemente.

“Obrigada pelo convite. Você tem uma casa bonita,” Eliana entrou.

Ela não tinha muitos vestidos. A maioria dos seus vestidos eram retalhos rejeitados de Madeline ou um presente do seu pai.

Marla deu a ela um vestido, já que ela iria para uma festa e arruinaria o nome do reino real dos caçadores, pois todos sabiam que ela era a meia-irmã de Madeline.

Não parecia tão bonito quanto aos de Madeline. No entanto, sua beleza inocente a fazia parecer etérea.

“Obrigada pelo elogio. Vamos?” O monitor olhou em seus olhos com os dele, castanhos suaves, e Eliana sorriu feliz.

Ela entrou na casa e viu as várias pessoas dançando ao ritmo da música alta.

“Você gostaria de beber alguma coisa?” O rapaz perguntou a Eliana, e ela se virou para ele.

“Desculpe, mas eu ainda não peguei seu nome,” ela murmurou, e o rapaz arregalou os olhos.

“Você é séria? Não sei se devo me sentir ofendido já que a garota que me interessa nem mesmo sabe o meu nome ou se na verdade deveria ficar impressionado com a sua desatenção,” O rapaz disse antes de respirar fundo e estender a mão para ela.

“É Brad,” ele sorriu, e Eliana apertou sua mão suavemente.

“Prazer em te conhecer, Brad,” Eliana estava feliz, mas não sabia que seus sorrisos estavam atraindo muitos olhares invejosos das garotas ao redor, o mais proeminente sendo de Addison, que estava louca por Brad há algum tempo.

“Madeline, por que você não faz alguma coisa sobre a sua irmã? Eu não posso acreditar que aquela v*dia está tentando seduzir o Brad,” as palavras de Addison foram altas o suficiente para todos ouvirem, e o sorriso no rosto de Eliana congelou.

“O que você quer que eu faça? O que posso dizer a ela? Acho que está no sangue. A mãe vadia dela seduziu o meu pai, e agora ela está tentando seduzir o monitor da turma,” Madeline zombou, e Eliana olhou para ela pelo canto do olho.

Ela não gostou do jeito como Madeline estava falando sobre o monitor da turma. A forma como ela já os categorizava fez com que Eliana se sentisse patética. Eliana estava apenas esperando criar uma nova amizade e nada mais.

“Ei, Brad, podemos ir para outro lugar em vez disso?” Eliana perguntou, e Brad imediatamente concordou com ela.

“Sim. Eu não acho que este lugar seja adequado para pessoas positivas como nós. Está cheio de negatividade e de pessoas de mente estreita,” Brad disse, encarando Addison com animosidade e ódio, fazendo a última arregalar os olhos ao olhar para Madeline.

“Você viu isso? É o que essa v*dia faz. O Brad nem a conhece direito. Olha para ele, já todo encantado por ela,”
Eliana ficou feliz por, uma vez, alguém estar ao seu lado e não ao lado deles.

Quando eles começaram a caminhar em direção ao outro lado da sala para sair na área da piscina, alguém esticou a perna, e Eliana caiu para frente, ofegante de choque quando alguém derramou suas bebidas em cima dela.

Ela virou-se para olhar para a garota que derramou as bebidas, e a última apenas sorriu para ela em um falso pedido de desculpas e culpa.

“Ops, desculpe. Eu fiquei assustada com você caindo aos meus pés de repente. É um hábito? Esfregar o nariz nos sapatos das pessoas para conseguir o que quer? Ou é assim que você consegue obter tudo o que deseja? Ficando de joelhos?” A garota perguntou, fazendo todos rirem ao redor, e Eliana apertou os lábios, lágrimas turvando seus olhos.

“Cai fora, Lola. Você agindo assim só te faz parecer patética. Largue essa atuação antes que eu te expulse desta casa por causa das suas roupas vadias,” Brad cuspiu na garota que fez Eliana cair.

“Eliana, você está bem? A gente devia se afastar daqui. Eu não consigo acreditar na quantidade de gente tóxica ao meu redor. Como eles podem te tratar assim? Você não fez nada de errado para eles. Eles estão entediados com as próprias vidas e acham que intimidar alguém é divertido,” Brad correu para o lado dela, e Eliana se levantou com a ajuda dele.

Se Eliana pensou que sair do salão em direção à piscina a salvaria do constrangimento, ela estava enganada. Este era apenas o começo do horror que estava prestes a recebê-la lá fora.

Seu vestido estava encharcado. Isso a fazia se sentir pegajosa e suja por causa do suco, vinho ou qualquer coisa que estivesse no copo de Lola. Eliana queria virar as costas e ir embora para casa em vez disso. Brad era um bom menino, e ele não merecia nada disso por causa dela. Se ele continuasse a defendê-la, as pessoas também se voltariam contra ele, e isso era a última coisa que ela queria depois de quão gentil ele havia sido com ela.

Ela queria fazer amigos, não arruinar a vida de alguém. Se ser sua amiga trouxesse miséria à vida de alguém, ela deveria se afastar de pessoas boas como Brad, não é?

À medida que ela continuava caminhando, percebeu que Brad não estava mais seguindo-a e virou-se. Ela olhou para ele com uma sobrancelha erguida enquanto ele parou casualmente, perdido em pensamentos.

“Brad?” Ela perguntou suavemente, confusa.

“Eliana, por que você não espera por mim aqui? Acho que você precisa de algo para cobrir seu corpo. Eu não tenho exatamente um vestido em casa, mas com certeza tenho muitos casacos longos,” Brad sorriu para ela suavemente, e Eliana sorriu de volta antes de concordar com a cabeça.

“Eu vou te esperar naquele banco,” Eliana apontou para o banco e foi se sentar lá.

No entanto, assim que ela se sentou, alguém colocou a mão em sua boca, abafando seus gritos, e ela foi levantada no ar. Seus olhos se arregalaram ao perceber que esta pessoa estava levando-a para a floresta.