43: Suspeita de Aditya 43: Suspeita de Aditya Aditya acreditava em Madeline, mas isso não significava que ele era um tolo. Por mais respeitosa que ela fosse, qualquer um poderia ver que Madeline estava mentindo para evitar a pergunta.

O jeito como ela o encarava, tentando esconder suas trilhas de mentiras, e seus dedos tamborilando em suas coxas, tudo era um sinal claro. Ela vinha agindo de forma estranha desde que ele a encontrou perto daquela floresta.

Esta não é a primeira vez que ela agiu de maneira suspeita. Desde que Eliana voltou, o comportamento dela tem sido estranhamente questionável.

Pelo que ele sabia, Eliana era quem costumava tramar contra Madeline, e Madeline tinha que estar sempre alerta ao seu redor para se proteger. Era exatamente assim que ela costumava contra-atacar as tramas de Eliana, não era?

No passado, como ele passava a maior parte do tempo aprendendo com os mais velhos e se preparando para a Universidade, ele nunca pensou nisso e sempre acreditava em Madeline porque ele via alguns padrões, como Madeline lhe havia dito.

Contudo, não parece mais que era a mesma situação que Madeline havia descrito para ele.

Aquele dia em que Eliana estava intimidando Madeline com aquele vampiro, e ele a pegou no flagra, algo estava diferente em Eliana.

Teria sido a maneira como Eliana debochou quando olhou para ele assim que ele ficou ao lado de Madeline, ou teria sido o jeito como os olhos dela, que uma vez continham apenas carinho, agora não tinham nada mais que nojo que fez isso com ele?

Era como se ela estivesse dizendo a ele através dos olhos que ele precisa abrir os olhos e ver o que estava acontecendo ao seu redor.

Depois que Eliana partiu e Madeline voltou para seus amigos, ele se deu ao trabalho de ir até aquela garota vampira que havia defendido Eliana e tentado intimidar Madeline.

Foi uma atitude louca da parte dele. Ele não fazia coisas assim, mas naquele dia, ele fez.

Quando ele chegou ao terraço onde sabia que ela estaria, ele perguntou a Arohi o que realmente havia acontecido, e, embora os vampiros sejam sempre desrespeitosos e grosseiros, a maneira como Arohi riu secamente para ele, como se estivesse zombando dele, feriu o ego dele mais do que deveria.

Arohi disse que se estivesse em seu lugar, ela teria se matado por causa de como ele estava cego. Mas, de novo, ele merecia uma garota como Madeline mesmo.

Ele não sabia se aquilo era um elogio, se ela estava zombando dele, ou se ela estava apenas brincando com ele, já que vampiros são conhecidos por isso.

Ele não conseguia tirar aquele incidente da cabeça, e depois a segunda vez, fora da cantina, a maneira como Madeline estava na defensiva contra Eliana era bastante suspeita.

Era como se ela estivesse com medo de que ele fosse até Eliana. Ela não confiava nele? Como ela poderia pensar nisso? A maneira como os olhos dela brilhavam para Eliana não era o olhar que uma vítima daria para seu agressor.

Quem ele está tentando enganar? De certa forma, ele provavelmente sempre soube que Madeline não era uma vítima.

No entanto, até alguns dias atrás, a possibilidade nunca o incomodou. Ele não se importava se Eliana era agressora ou vítima.

Ele a queria para si como amiga e, provavelmente, algo mais, mas não podia tê-la como amante por causa dos segredos de seu nascimento ilegítimo.

Por que diabos ele estava sentindo essas emoções em relação a Eliana agora? Ela ainda era uma filha ilegítima da linhagem dos caçadores.

Seria porque ela era como uma maçã proibida para ele, e ele não podia mais tê-la? Ou seria porque ele realmente esperava que Eliana deixasse aquele príncipe feio por ele? Que ela teria um caso extraconjugal com ele, mesmo sabendo que ela não é esse tipo de mulher?

Nada mais fazia sentido ao redor dele. Seus pensamentos nunca estiveram tão embaralhados. Ele sempre se orgulhava de ter uma mentalidade direta, mas desde o momento em que viu Eliana vestida de forma tão sofisticada e como verdadeira realeza naquele dia, ele não conseguiu mais se controlar.

Após alguns segundos, quando Aditya não conseguiu controlar sua curiosidade, ele olhou para a porta com um olhar peculiar antes de pegar o telefone e olhar para a mensagem de um número desconhecido.

“Não pudemos fazer o seu trabalho. Da próxima vez que quiser que façamos algo assim, faça sua própria pesquisa ou nos f*da dizendo quão poderosa é a parte contrária. Você acha que arriscaríamos nossas p*rras de vidas por esse dinheiro e posição insignificantes? Não ouse nos envolver em nada que tenha a ver com aquela garota!” A mensagem dizia, e as sobrancelhas de Aditya se franziam.

Que tipo de mensagem era essa? Estava cheia de tanta angústia e ódio. Pela forma como essa pessoa falava, ficava claro que Madeline havia pedido a ele e seu grupo para fazer algo, e ele estava insatisfeito com isso.

Em que tipo de coisa Madeline estava envolvida? Ele rapidamente colocou o telefone de volta no balcão quando ouviu a porta destrancando, fingindo não ter visto nada.

A mensagem falava algo sobre atacar aquela garota. Quem poderia ser essa garota? Eliana?

Seus pupilas se dilataram com a possibilidade.

Não. Não seria Eliana. Mesmo que Madeline aja por angústia às vezes, não há como ela seria tola o suficiente para fazer algo assim quando sabe que Eliana agora é a princesa do reino vampiro.

Esse casamento era a base da paz entre as duas comunidades. Madeline nunca faria algo assim e arriscaria tudo.

“Ei? Onde você se perdeu? Como eu estou?” Madeline perguntou, e Aditya olhou para ela antes de acenar com a cabeça.

“Parece -” Ele não completou a frase porque no momento seguinte seu olhar caiu sobre o espelho ao lado de Madeline, e sua respiração engatou levemente.

Eliana estava perto do manequim, vestida com shorts de comprimento até o joelho e um top sobre uma jaqueta.

“Você tem certeza que essas roupas são as que você gosta?”

Aditya ouviu outra voz, e seu olhar imediatamente se voltou para Alcinder, que se aproximou e examinou ela, pegando uma mecha do cabelo dela em sua mão como se ela fosse a namorada dele.

“Não fica bom em mim?” Eliana girou diante do espelho, e Aditya suspirou.

Essa garota pode vestir qualquer coisa, e vai parecer a melhor roupa do mundo, sem dúvida.

“Não é sobre ficar bom ou não. É só que… Talvez eu esteja acostumado a te ver de vestido?” As palavras de Alcinder foram altas e claras.

“Você só me viu por dois dias. Além disso, por que não estou surpreso? Você sempre acha um problema com qualquer coisa que eu faço, não é? Por que você me desgosta tanto?” Eliana franziu a testa, e Aditya olhou para Alcinder.

Ele a desgosta? E ainda assim está comprando um conjunto de roupas para ela? Por que ela veio fazer compras no meio do horário da faculdade, afinal?

“Fica bom. Vamos comprar,” Aditya sorriu para Madeline antes de lhe entregar um vestido aleatório da sessão.

“Experimente este,” Aditya sorriu para Madeline, que retribuiu o sorriso antes de pegar o vestido e correr para o provador.

Embora a beleza de Madeline fosse de certa forma equiparável à de Eliana, para Aditya, Madeline parecia tão mediana perto de Eliana que ele não podia deixar de pensar como seria ótimo se Eliana fosse a filha legítima.

Ele se sentou novamente no sofá, observando a bela garota pelo reflexo.

Ele se recostou e olhou para Alcinder, que estava encarando Eliana.

Um sorriso surgiu no rosto de Aditya quando ele a viu posando fofamente com os dois dedinhos em frente aos olhos.

Ela sorriu e girou novamente e ele não pôde evitar um suspiro.

Seu olhar voltou para Alcinder. De jeito nenhum esse era um olhar de ódio ou antipatia.

Alcinder quase parecia que estava se controlando para não apertar as bochechas dela.

“Ei! Vocês dois! Como podem me deixar sozinho? Eu saí do provador, e não tinha ninguém para me dizer como eu estava nesta camisa e casaco,” a voz de Daniel veio em seguida, e ele olhou para a garota com olhos arregalados.

“Nossa,” ele segurou os ombros de Eliana e a obrigou a olhá-lo.

“Você não está parecendo dois anos mais nova nessa roupa?” Daniel refletiu.

Aditya notou como esses vampiros estavam tratando ela como se ela fosse uma boa amiga deles e se perguntou se sabiam que ela era a noiva do rumorejado príncipe mascarado.

“Você está bonita,” Eliana assentiu para a camisa azul escura de Daniel e caminhou para a seção masculina.

Ela mordeu o lábio inferior, lembrando-se de quão bonito Sr. Marino parecia em seu terno de três peças com sobretudo. Mesmo ele sempre usando máscara, Eliana sempre o acha de tirar o fôlego.

A autoridade que Sr. Marino exerce e a confiança que ele emana como ela nunca viu antes, ela deseja que um dia, ela consiga exibir isso e ficar orgulhosamente ao lado dele.

Ela queria ser uma boa esposa para ele.

Seu olhar se demorou no manequim, e ela tocou no tecido da camisa preta.

Suas bochechas se tingiram de vermelho com o pensamento de ver os músculos definidos do Sr. Marino nessa camisa preta, e ela olhou para baixo envergonhadamente.

Aditya caminhou para ver onde ela estava, e quando a viu perto da seção masculina, olhando para uma camisa preta, seu coração se encheu de ciúmes.

Não havia dúvidas para quem ela estava olhando aquela camisa.

Ele virou e voltou para o sofá no mesmo instante em que Madeline saiu.

“Você está fabulosa. Vamos levar estas e ir embora. De repente, me lembrei de algo urgente,” Aditya disse, e embora Madeline quisesse ficar com ele por mais tempo, ela não reclamou.

Eles caminharam para a seção de pagamento para pagar pelos vestidos, e Aditya olhou para as vendedoras que fofocavam.

“Pois é, né? Aquela garota chegou literalmente enlameada. Quem diria que ela era tão bonita? Eu não vejo por que esses homens bonitos não deveriam estar ao redor dela,”
“Sim, mas o que poderia ter acontecido para ela ficar tão suja? Você notou aquela marca no pescoço dela? Sinto como se ela tivesse sido intimidada,” as garotas falaram e imediatamente se calaram quando viram Aditya olhando para elas. Ele suspirou e balançou a cabeça para elas.

Aditya pagou pelos vestidos e saiu do showroom, seu olhar inconscientemente se movendo para a seção masculina onde Eliana estava sorrindo para algo que Daniel estava dizendo.