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- A Noiva Acidental do Rei Vampiro Mascarado
- Capítulo 32 - 32 A voz estranha 32 A voz estranha Eliana
32: A voz estranha 32: A voz estranha “Eliana,”
“Eliana,”
Eliana ouviu uma voz suave. Parecia quase como se alguém estivesse respirando em seus ouvidos. A voz era tão fria e desprovida de emoções que um arrepio percorreu sua espinha.
“Pare com isso,” Eliana murmurou, querendo dormir.
“Eliana,” a voz veio novamente, e Eliana gemeu antes de abrir os olhos.
Virou a cabeça para ver se o Sr. Marino estava lá, mas, não o encontrando, sua confusão aumentou ainda mais.
O lado dele na cama estava frio. Isso significa que ele nem tinha voltado para o quarto para dormir.
“Eliana,” ela ouviu novamente.
.
Eliana olhou ao redor do quarto, sentindo-se um pouco estranha agora.
Não havia ninguém no quarto. Como ela podia estar ouvindo essa voz em sua cabeça? Que tipo de –
“Venha até mim,” A voz disse, e Eliana se encolheu ainda mais na cama, trazendo as pernas para mais perto de seu corpo.
De jeito nenhum ela agiria como aquelas heroínas inúteis dos filmes que seguem a voz apesar de saber que algo sinistro as espera no fim.
Eliana olhou ao redor por alguns segundos, e quando a voz não voltou, fechou os olhos.
É melhor esperar o Sr. Marino chegar antes de voltar a dormir. Ela colocou a cabeça nos joelhos com as mãos estendidas à frente.
“Eliana, venha até mim,” a voz veio após alguns minutos, e os olhos de Eliana se arregalaram.
Isso não pode ser apenas uma brincadeira.
“Quem é você? O que você quer de mim?” Eliana gritou, esperando que ninguém respondesse. No entanto, suas esperanças desabaram quando a voz respondeu.
“Eu sou você. Não se lembra de mim? Já nos encontramos antes também,”
“Naquele dia perto da floresta, quando sua mão começou a absorver as energias negativas daquele lago, eu estava lá para salvar você. Não estava?”
A voz disse novamente, e Eliana olhou instintivamente para sua palma. Como ela suspeitava, havia um brilho fraco no centro de sua palma.
Um brilho preto sujo. Era difícil de ver no quarto escuro, mas Eliana podia vê-lo. Ela não faz ideia de por que diabos esses brilhos em sua mão mudam de cor repetidamente.
Quanto mais o tempo passa, mais misterioso se torna.
Era engraçado como ninguém conseguia ver, ou era o que ela sabia.
É quase como se esse brilho fosse apenas para ela.
“Você se lembra agora?” A voz veio novamente, trazendo Eliana de volta aos seus pensamentos, e Eliana olhou para a frente antes de zombar.
“Só me lembro das coisas importantes. Você diz que é eu. Como isso é possível? Como posso conversar comigo mesma? Isso é absurdo,” Eliana disse, e assim que terminou suas palavras, o brilho em sua mão se espalhou por toda a mão, e parecia que sua mão estava quase queimando com alguma chama preta sem calor.
Eliana olhou para sua mão horrorizada. Seu corpo inteiro tremia de medo. Gotas de suor frio apareceram em sua testa. Isso não é verdade. Nada do que está acontecendo é real. Isso não pode acontecer. É só um sonho estranho.
Ela se convenceu a acalmar a mente. Quanto mais ela entrava em pânico, mais intensas aquelas estranhas chamas sem calor se tornavam.
Era quase como se elas se alimentassem de seu medo e ansiedade, como algum poder demoníaco dentro de si mesma que se alimentava de seu próprio ser.
Eliana engoliu em seco e olhou para a porta com esperança. Ela precisava chamar alguém. Talvez se alguém estivesse aqui com ela, isso a acalmaria. Sempre é assim em filmes, não é? Na verdade, seu brilho diminui na maioria das vezes quando alguém está por perto. Isso pode funcionar com essa estranha energia escura também.
Eliana respirou fundo antes de gritar com toda a sua força. “Sr. Marino! Senhorita Zoya!” Ela gritou o mais alto que pôde, e qualquer um em todo o palácio teria ouvido. O único problema era que nenhuma voz saía de sua boca.
Mesmo quando usava toda a sua energia e força para gritar, era como se ela tivesse ficado muda. Nenhuma palavra ou voz saía de sua boca como se as cordas vocais não estivessem lá.
O que está acontecendo? Como isso é possível? É normal para pessoas que desbloqueiam seu potencial de chakras terem essas coisas estranhas acontecendo com elas?
Aterrorizada, Eliana colocou o pé para fora da cama, seu corpo inteiro tremendo de medo. Ela apertou os olhos para impedir que as lágrimas escorressem e dessem mais poder a essa energia negativa.
Sr. Marino! Eliana queria gritar, mas não adiantava.
“Eliana, venha até mim,” A voz repetiu como um disco quebrado, e Eliana mordeu o lábio inferior em angústia e frustração.
“Que diabos você quer?! Por que você está fazendo isso comigo?!” Eliana gritou. Desta vez ela conseguiu falar.
Será que isso significa que ela só pode falar com essa voz agora? A realização assustou Eliana ainda mais.
“O que eu quero? Quem sou eu? Por que estou fazendo isso? Tudo isso será respondido se você vier até mim. Se você me aceitar,” disse a voz.
Cada pergunta será respondida se ela for com a voz. Ir para onde? Isso é obviamente uma armadilha. Uma armadilha para atraí-la e jogar o que quer que seja esse jogo doentio. Mas Eliana tinha alguma escolha contra isso?
Não parecia mais um sonho. Parecia a realidade dela. O que realmente aconteceria se ela não seguisse a voz? Ela nunca mais seria capaz de falar? Pela primeira vez na vida, ela finalmente pensou que poderia encontrar uma chance de felicidade, mas isso não parece mais o caso.
Os céus não a deixarão ser feliz, não é mesmo? Eles sempre encontram uma maneira de torturá-la de uma forma ou de outra. Apenas algumas pessoas sortudas conseguem controlar seu potencial de chakra? Ela era a sortuda?
O que diabos ela deveria fazer com esse tipo de sorte? A sorte que estava arruinando a vida dela hoje.
“Eu não sou o vilão aqui, Eliana. Eu sou o lado bom, o bom lado de você que quer que você viva a sua vida feliz e desvende seus segredos que já deveriam ter sido revelados há muito tempo. Aceite-me, Eliana,” disse a voz, e, de repente, do nada, Eliana sentiu como se alguém estivesse caminhando em sua direção.
Esse alguém não tinha forma. Era invisível, mas estava lá. Eliana podia sentir a essência disso.
Eliana fechou os olhos com força, esperando o pior.
“Não. Por favor, não me machuque. Eu quero viver. Por favor. Eu quero descobrir quem é minha mãe. Eu imploro a você,” Eliana murmurou baixinho, e a presença que ela sentiu de repente parou diante dela.
Alguns segundos se passaram, e um grito quase saiu da boca de Eliana quando ela de repente sentiu alguém segurando sua mão.
“Aaa! Vá embora! Por favor!” Eliana gritou de medo, e ela ouviu uma respiração suave.
“Eu nunca te machucarei, meu amor. Uma alma pode matar seu próprio corpo? Isso é mesmo possível? Eu só quero que você me aceite e pare de me forçar para baixo. Era para eu ser parte deste mundo há muito tempo, mas você sempre me manteve presa. Eu quero que você me liberte. Venha até mim e me aceite, Eliana,” disse a voz, e o coração de Eliana começou a bater intensamente em seu peito.
Estava batendo tão alto que ela podia ouvir o som em seus ouvidos. Um calor subiu à sua cabeça, e ela quase se sentiu tonta. O silêncio no quarto era ensurdecedor.
Nada do que essa voz estava dizendo fazia sentido para Eliana. Ela estava falando a língua deles, mas parecia quase estrangeira porque ela não conseguia entender o significado por trás disso.
Ela manteve a voz sob controle. Ela está a forçando para baixo. Como isso é possível?
“Você vai me libertar, Eliana?” A voz perguntou, e Eliana olhou para o seu colo, os olhos se arregalando ligeiramente e as lágrimas começando a se formar quando ela viu que a voz finalmente estava formando um rosto. Um rosto que lhe era muito familiar.
Uma lágrima rebelde rolou pelo rosto dela. A voz era nada mais que a versão criança de Eliana.
“Por favor, me liberte e me aceite. Pare de me forçar para baixo. Deixe-me ver o mundo,” disse a voz, e Eliana engoliu antes de um soluço escapar de dentro dela.
A criança dentro dela queria ser libertada. Ela queria viver o mundo, o mundo que ela deveria ter vivido na sua idade, mas não pôde por causa das restrições.
Para garantir que ela possa viver uma vida longa até encontrar sua mãe biológica, Eliana suprimiu a criança dentro dela e fechou os olhos para todos os seus desejos. Ela se tornou um robô que só obedecia às ordens dos mais velhos e fazia o que eles pediam, mesmo que isso significasse ser quase molestada.
Quando Eliana olhou nos olhos de sua versão criança, ela chorou, cobrindo o rosto com as mãos, pois estava se tornando difícil se confrontar agora. Estava se tornando insuportável para ela controlar suas emoções reprimidas.
Fazia muito tempo que ela não chorava assim, e quanto mais ela olhava para os olhos inocentes e cheios de esperança de sua versão criança, mais patética ela se sentia.
Ela era boa com todos neste mundo. Ela respeitava todos com quem cruzava porque era o que ela tinha se tornado. A única pessoa que ela prejudicou foi ela mesma.
Ela nunca se respeitou. Era sempre sobre colocar os desejos dos outros acima dos dela. Ela nunca se importou consigo mesma. Era sempre sobre atender aos outros. Eliana odiava o que tinha se tornado sob a orientação de sua madrasta.
Ela era uma marionete. Uma marionete que eles ainda estavam usando mesmo depois que ela pensou que o casamento a tinha libertado e cortado esses fios.
“Eu sinto muito. Por favor, me perdoe. Eu não consegui reconhecer você. Por todo o tempo que te tratei mal, por favor, me perdoe,” Eliana deixou escapar outro soluço, e sua versão criança se levantou do lugar e a abraçou.
Eliana abraçou a voz com toda a força que pôde. Era provavelmente apenas um sonho, mas ela queria abraçar a si mesma e dizer que estava tudo bem. Estava tudo bem em se machucar e chorar às vezes. Que a felicidade não estava mais tão distante. Que elas estavam alcançando seu destino.
“Você fez bem, Eliana. Estou orgulhosa de você. Você é uma das pessoas mais fortes que já conheci. Está na hora de você me libertar agora. Deixe-me viver e respirar,” disse a voz, e Eliana assentiu.
“Você está certa. Eu deveria. Eu aceito você, minha criança interior. Deixe-me ir até você e você vir até mim. Funda-se em mim,” Eliana disse, sentindo-se emocionada.
Entretanto, assim que ela disse isso, a voz com a qual ela vinha conversando começou a se reformar.
Eliana olhou para a sombra horrorizada enquanto ela começava a crescer cada vez mais. Quanto mais crescia, mais brilhava. Parecia quase uma grande bola de cores misturadas.
Era tão bonito e etéreo que quase assustou Eliana.
“Obrigada, minha menina. Não foi tão difícil agora, foi?” A voz imediatamente mudou para a de uma mulher mais velha, e Eliana recuou na cama.
Seu corpo tremia de medo novamente, e ela correu em direção à porta.
“Não tão rápido, meu amor,” disse a voz, e Eliana sentiu seu corpo sendo levantado no ar.
“Aaaaaaaa!” Eliana gritou, e desta vez uma voz de fato saiu de sua boca.