29: Fique Longe 29: Fique Longe “Desculpe se te ofendi,” suspirou Aditya, e Madeline olhou para ele chocada. Ela não era tola para ignorar o brilho que cintilava nos olhos de Aditya, e ela encarou Eliana.

O que havia dado nessa garota ultimamente? Não apenas a ameaçou, mas agora estava respondendo a Aditya, a pessoa por quem ela era loucamente apaixonada.

Alcinder e seus amigos caminhavam em direção à cafeteria. A pequena porção de comida que Eliana havia oferecido não fez nada para acalmar a fome deles.

“Isso me lembra. Daniel, meu pai queria convidar sua família para algum tipo de viagem. Por favor, diga a seu pai que você não pode ir. Não aguento mais uma viagem de negócios em nome de fortalecer os laços,” resmungou Alcinder para Daniel, que riu do amigo e assentiu. Quando eles viraram a esquina e estavam prestes a entrar na cafeteria, perceberam a multidão se reunindo perto da entrada.

A maioria dos humanos estava caminhando para as janelas para ver a cena que se desenrolava.

“O que está acontecendo lá?” Alex foi o primeiro a perguntar, e Alcinder deu de ombros.

“O que mais podemos esperar quando temos uma espécie dramática estudando conosco?” A resposta dele estava cheia de desdém.

Aditya era uma pessoa de reputação na Universidade por causa de sua posição, e vendo ele segurando a mão da garota nova e ela a puxando para si, as coisas imediatamente pareceram ser mais do que aparentavam.

“Ele está pedindo ela em casamento?”

“Não sei, mas a julgar pela postura dela, o que quer que seja, ela não gostou,”
“Olhe para a beleza dela. Nem todas as garotas caem por poder,”
Os alunos estavam conversando entre si, e Alcinder finalmente olhou para as pessoas que eram as protagonistas da cena.

Seu sobrolho tremeu quando viu que aquela mesma garota estranha estava sendo o centro das atenções de todos mais uma vez.

Ela realmente gosta de manter toda a atenção para si, não é?

Ele bufou e estava prestes a entrar quando viu Aditya segurando a mão dela.

Bem, essa era a primeira vez. Pela primeira vez, ele viu o cara até mesmo olhando para alguma garota além daquela humana astuta, Madeline.

Eliana olhou para a mão de Aditya e não pôde deixar de notar o quão leve era o seu aperto. Era como se ele tivesse quase medo de que seu aperto a machucasse.

“Aditya,” Eliana deu um passo à frente, sua postura anteriormente forte vacilando lentamente.

“Eliana, ainda podemos ser bons amigos, certo?” As palavras de Aditya continham esperança, e essa esperança assustou Eliana.

Eles podem ser amigos? Eles realmente podem, depois de tudo que Madeline fez ela passar apenas para mantê-la longe desse garoto em particular? Os olhos de Eliana se encheram de lágrimas, e ela continuou olhando para a mão musculosa dele, as boas lembranças ressurgindo e fazendo-a suspirar.

Aditya percebeu isso também. Ele podia ver em seus olhos que ela estava repensando o que ele disse. Talvez ainda houvesse alguma esperança, e ele deu um passo à frente, sem soltar a mão dela ainda. Ele queria segurar suas mãos, talvez entrelaçando os dedos também. Ele não sabia se era apenas ele, mas ela parecia mais bonita agora. Ou seria porque ela era como uma maçã proibida agora?

“Desculpe. Não fique brava. Pode deixar as coisas de lado e -” Aditya começou.

“Aditya, que diabos você está fazendo? Ela é a mesma garota-” Madeline começou antes que Aditya pudesse dizer alguma coisa, mas parou quando seu olhar encontrou o olhar duro de Eliana.

Então ela vai interrompê-lo de novo? Mesmo quando ele está apenas se desculpando? Eliana não pôde deixar de escarnecer da insegurança no olhar de Madeline mesmo sabendo que Eliana é casada com o príncipe vampiro.

“Você pode ter um pouco mais de consciência da sua imagem? Todo mundo está falando de vocês. Você quer dizer a eles que está se aproximando dela? Você sabe que isso também vai dificultar as coisas para ela, certo? Você quer isso?” Madeline jogou com as palavras, e elas tiraram Aditya de seu transe. Ele olhou para sua mão, segurando a de Eliana novamente, um pouco de remorso cruzando seus olhos.

Ele estava prestes a soltar sua mão quando viu mais alguém se intrometendo.

“Como você pode me deixar depois de dizer tais palavras atrozes? Você acha que estamos falidos?” Uma voz veio por trás de Aditya, e antes que ele pudesse perceber o que estava acontecendo, Daniel pegou a mão de Eliana.

Eliana, que ainda contemplava como sair dessa situação e desses sentimentos, olhou para Daniel um pouco confusa.

“Hmm?” Eliana murmurou, sua mente ainda em caos, e Daniel revirou os olhos.

Sério? Ele estava aqui tentando salvá-la de qualquer conversa sem sentido que estava acontecendo entre eles porque ela parecia tão desconfortável, e o melhor que ela pôde vir com foi ‘Hmm?’
Aditya percebeu a confusão de Eliana e estava claro que ela não tinha nada a ver com Daniel. Isso só significava uma coisa.

Este vampiro estava deliberadamente mexendo com ela. E como ele poderia suportar isso?

“Daniel, só porque você é o filho do prefeito, isso não te dá o direito de assediar outros humanos,” a postura de Aditya deu uma guinada de 180°, e como um verdadeiro representante do filho do chefe do conselho, seus olhos e voz tornaram-se frios enquanto ele tentava se adiantar para proteger Eliana.

“E você tem o direito de segurar a mão dela porque é humano e o filho do chefe do conselho?” A pergunta de Daniel fez Aditya ranger os dentes enquanto Eliana olhava para a sua mão que agora estava sendo agarrada por dois rapazes.

Blue, que observava a cena com a ajuda de seus binóculos do alto de outro prédio, suspirou. Ela sabia que a princesa estaria em apuros quando viu o filho do chefe do conselho e o prefeito falando com ela.

Ela era uma humana, pelo amor de Deus, e uma humana cuja identidade era estritamente confidencial. As coisas estavam fadadas a ficar complicadas.

“Isso não é a mesma coisa comigo. Estou segurando a mão dela como um amigo que -” Aditya parou quando Madeline segurou a mão dele dolorosamente.

“Eu acho que o Daniel está certo, Aditya. Você deve soltar a mão dela se não quer fazer parte de qualquer controvérsia,” as palavras de Madeline não eram apenas uma sugestão, mas um aviso, e Aditya imediatamente soltou a mão de Eliana, fazendo-a suspirar aliviada.

O olhar dela se voltou para Madeline, que estava encarando-a com um olhar penetrante. Eliana não queria recuar. Ela já tinha tido o suficiente em seu reino anterior. Desta vez, ela estava certa de que não permitiria que Madeline passasse por cima –
“O milk shake de chocolate, você não quer mais?” As palavras de Daniel tiraram Eliana de seus pensamentos, e ela finalmente olhou para ele.

“Mas eu estava indo encontrar o -” Eliana não conseguiu completar as suas palavras pois Daniel já a estava puxando para longe da multidão, chocando a todos, inclusive a ele mesmo, porque isso não era nada característico dele.

Ele nunca se mete nos negócios dos humanos. E veja só ele agora, ajudando-a já pela segunda vez.

Aditya viu Daniel levando Eliana embora, claramente desconfortável e confusa, e cerrou os dentes. Ele queria ir atrás deles e ver o que estava acontecendo.

Ele queria protegê-la desses vampiros, mas sabia que não podia fazer algo assim porque isso poderia acender uma controvérsia entre vampiros e humanos, e isso é a última coisa que querem quando têm se esforçado tanto para consertar as coisas entre eles. Não foi por isso que Eliana foi sacrificada?

“Eu… ” Eliana não sabia o que dizer. Ela podia ver claramente que Daniel não a estava levando para a cafeteria, mas para o jardim onde ela almoçava.

Uma vez que Daniel a levou para longe o suficiente de todos, ele olhou para a garota com uma carranca.

“Qual é o seu problema?” Ele perguntou alto, e Eliana estremeceu levemente, ainda mais confusa agora.

Daniel percebeu isso e imediatamente se sentiu culpado por isso.

‘Qual era o problema dela?’ O que diabos estava errado com esse cara? Ela estava lidando com tudo muito bem.

Pela primeira vez na vida, ela finalmente fez o que sempre quis fazer e se defendeu. Ela ameaçou Madeline e mostrou a Aditya que ele não tinha vantagem sobre ela porque ela gostava dele. Por que Daniel tinha que estragar o momento dela? Eliana olhou para ele como se tivesse sido prejudicada, e Daniel não sabia o que dizer.

“O que eu fiz com você, Sr. Daniel? Isso é porque eu pedi sua ajuda e fiz você me mostrar o departamento? É por isso que você está me tratando assim?” A voz de Eliana era calma, mas suas palavras exibiam suas emoções exaltadas.

“Olha, eu não quis -”
“Peço desculpas pela manhã. Obrigada por me salvar mais uma vez, e se houver uma maneira de retribuir sua dívida, farei, mas espero que não nos encontremos até então. Eu sei que posso parecer um alvo fácil para você porque não tenho amigos, mas espero que você possa se divertir com algum outro humano,” Eliana acenou com a cabeça para ele respeitosamente antes de se virar e caminhar para a floresta.

Ela queria encontrar o reitor, mas não estava com ânimo para isso. Já que sua aula estava vaga, era melhor que ela encontrasse algum consolo.

Daniel ficou lá parado, observando-a ir embora, ainda se perguntando o que aconteceu.

“É por isso que não nos metemos nos negócios desses patéticos seres humanos. Eles nunca são gratos pela nossa ajuda e sempre encontram maneiras de nos depreciar -”
“Eu gritei com ela. Foi mais como uma explosão porque eu não conseguia entender por que acabei ajudando-a novamente. As palavras dela eram verdadeiras até certo ponto, não? Eu tenho encontrado maneiras de mexer com ela em nome da diversão. Ela apenas percebeu isso de maneira diferente,” Daniel interrompeu Greg e voltou para a cafeteria onde Alcinder e outros o aguardavam.

Quando ele entrou na cafeteria, seus olhos imediatamente se fixaram em Aditya, e ele o encarou com animosidade.

Isso tudo aconteceu por causa desse cara. Ela estava feliz até aquele confronto também. Esse cara não tem sido nada além de um enorme aborrecimento desde que chegou à universidade. Daniel cerrava os punhos e se acomodou na cadeira.

“Você não parece feliz,” Alcinder comentou enquanto bebia café para acalmar seus impulsos já que beber sangue na universidade não era permitido.

“Ele teve uma discussão unilateral com a garota. Ela disse que espera não cruzar caminhos com o Daniel porque ele está tentando mexer com ela. Em defesa dela, ele gritou com ela,” Greg explicou, e Daniel apenas olhou para o seu café com uma expressão irritada.

“É melhor se afastar dela. Esses humanos nunca são uma boa notícia. Não vamos nos meter nos negócios deles, certo? Além disso, essa garota, Eliana, eu não tenho um bom pressentimento sobre ela. Ela conseguiu capturar o olhar de quase todas as pessoas importantes de ambas as espécies, e isso é realmente um talento,” Alcinder disse, e Daniel murmurou, ainda sem conseguir se concentrar em mais nada.

Se apenas esse sentimento fosse tão fácil de entender.