A Mordida do Alfa Entre Minhas Pernas - Capítulo 549
Capítulo 549: O Rei Anterior
Uma vez que a preparação foi concluída, Rosina ajustou seu manto preto antes de trancar a porta do escritório, indicando que não queria ser perturbada.
Então Rosina foi para o meio da sala, onde precisava de uma quantidade significativa de espaço.
“Abra,” Rosina picou a ponta do dedo enquanto o sangue pingava de sua pele, caindo no chão.
Foi quando Rosina abriu um portal que se conectava à área onde Rocco estava localizado.
Nesse momento, o sol estendia seus dedos pelo reino.
Rosina já estava escorregando pela passagem enquanto o portal se fechava.
No final, o portal se abriu, e Rosina estava a poucos metros dele então.
Rosina avistou Rocco antes que ele a notasse.
Rocco estava ajoelhado, suas mãos enterradas no solo escuro, puxando ervas daninhas teimosas entre as plantações. Sua camisa grudava nele de suor, mangas arregaçadas até os cotovelos, antebraços manchados de terra.
Não havia coroa, nem guerra, nem intriga, apenas um homem respirando em harmonia com a terra.
Os lábios de Rosina se curvaram sutilmente. “Rocco,” ela chamou. Sua voz flutuou suavemente pelo ar.
A cabeça de Rocco se ergueu imediatamente, seus olhos se estreitando contra o sol baixo. A princípio, ele não reconheceu a voz, mas ao ver a figura, soube quem era.
“Rosina…” O tom de Rocco era cauteloso, quase cansado. Suas mãos estavam paradas na raiz que estava puxando, e por um momento, ele parecia ter visto um fantasma.
Depois de alguns segundos de surpresa, Rocco se levantou, limpando as palmas nas calças, marcas de terra riscando o tecido.
“Nunca achei que a própria Rainha colocaria os pés nos meus campos,” Rocco declarou timidamente, já que sua aparência não era tão apresentável quanto a do anterior Rei do reino dos Lobisomens.
Rosina sorriu, caminhando mais perto e removendo o capuz de seu manto. “Não fique nervoso. Não quis fazer mal,” ela afirmou ao notar a tensão entre eles se formando.
Rocco forçou um sorriso. “Isso é um alívio.” Seus olhos suavizaram. “Você precisa de algo?”
Rosina sorriu, “Como você está?”
“Estou bem. Foi difícil me ajustar no início, mas estou bem agora. Muito mais tranquilo, suponho,” Rocco riu divertidamente.
Rosina anteriormente perguntou a Rocco o que ele queria quando foi forçado a se aposentar como Rei.
Rocco queria tentar uma vida mais normal como lobo, então Rosina conseguiu para ele um lugar na borda do bando Sabrecrown, onde havia poucos ou nenhum lobo vivendo, mas era perto o suficiente da cidade se ele quisesse alguns suprimentos.
Até agora, Rocco estava se saindo bem por conta própria.
“Entendo. Você trabalhou duro para ser independente após anos tendo servos ao seu redor.” Rosina olhou ao redor e notou o quão arrumado o lugar estava.
“Sim, uma loucura,” Rocco riu, penteando seu cabelo grisalho cheio de suor e sujeira.
Mesmo que ele tivesse envelhecido um pouco devido ao trabalho árduo, seus olhos ainda carregavam exatamente o peso de alguém que já usou a coroa.
Rosina inclinou a cabeça, estudando-o. “Você envelheceu de forma diferente, Rocco. Não pelo poder, mas pelo trabalho. Isso te cai melhor do que eu imaginava.”
Rocco soltou uma risada seca. Ele não sabia se aquilo era um elogio ou um insulto. “Às vezes, penso que é mais gentil do que o trono.”
O silêncio se estendeu entre eles por um momento, apenas o zumbido dos insetos e o som distante das folhas preenchendo o espaço.
“Você pode vir à minha casa por um tempo. Vou te fazer um chá, e tenho um biscoito extra que fiz ontem,” Rocco quebrou o silêncio e estava prestes a levá-la para sua casa quando Rosina falou.
“Há algo que eu queria te perguntar,” Rosina disse lentamente. “Sobre… Giselle.”
Rocco congelou. Suas mãos, que estavam limpando a sujeira de suas calças, caíram para os lados. Seu maxilar se apertou, e o nome pairou no ar, com um gosto tanto amargo quanto doce.
“Você ainda se lembra dela,” Rocco murmurou, não como uma pergunta, mas uma constatação. Seus olhos vagaram para cima, como se procurassem algo há muito tempo desaparecido.
Rosina se aproximou, sua capa roçando contra o solo. “Não é que eu me lembre dela. Quero ouvir sobre ela de você.”
As sobrancelhas de Rocco franziram em confusão. No entanto, a reminiscência do passado superou sua curiosidade. Ele inalou profundamente, esfregando a parte de trás de seu pescoço.
“Giselle… ela não era uma Rainha, nem sequer feita para ser uma, nunca foi destinada a ser. Ela era apenas uma loba comum, destinada a ser minha. Eu a amei antes de a coroa me encontrar, mas quando escolhi governar…” Sua voz vacilou. “… o protocolo não permite que um real tenha uma esposa que não seja de sangue nobre, mesmo que ela seja minha companheira.”
O peito de Rosina apertou. Ela sabia sobre o protocolo, e odiava a ideia antes, já que isso havia machucado muitos lobos e destruído famílias em nome do poder e do sangue.
“Então, eles os forçaram a se separar,” Rosina sussurrou.
Rocco deu um sorriso sem humor; seus olhos brilharam levemente. “Forçaram? Não… talvez um pouco, mas eu escolhi o trono. Eu me disse que era pelo reino, pelo povo, pelo bem. Mas a verdade é que um rei só pode servir a um mestre, e a coroa não compartilha.”
Os dedos de Rocco se enterraram em suas palmas, como se tentassem enterrar as memórias do passado que compartilharam. “Eu a deixei escapar deste reino, para sua segurança, depois que ela deu à luz nosso filho, Draco. Foi difícil para nós nos separarmos, mas ela partiu silenciosamente. Sem raiva, sem lágrimas na minha frente. Apenas… silêncio. Esse silêncio ainda me segue de vez em quando.”
O olhar de Rosina caiu, seu coração pesado com o peso da confissão de Rocco. “Você se arrepende disso?”
Rocco encontrou os olhos de Rosina. “Todos os dias.”
As palavras pairaram entre eles, frágeis e tristes.
Rosina ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos em Rocco, observando-o carregar o peso de seu erro.
No entanto, para Rosina, havia algo que Rocco precisava ouvir, mesmo que isso o cortasse.
“Rocco…” a voz de Rosina era mais suave que a brisa roçando contra a pele deles. “Você sabe o que aconteceu com Giselle depois que vocês se separaram?”