A Mordida do Alfa Entre Minhas Pernas - Capítulo 546
Capítulo 546: O Cão Ciumento
O coração de Lúcia apertou ao ouvir os passos se aproximando cada vez mais. Ao mesmo tempo, sua respiração ficou presa quando a maçaneta da porta chacoalhou.
“Gastone…” Lúcia sussurrou enquanto se aproximava ligeiramente da porta, mas José a deteve.
“Não, é perigoso,” José afirmou, com os olhos fixos na porta. Ele queria mostrar a Lúcia que ela podia depender dele.
Quando a porta se abriu, a figura de Gastone apareceu. Ele parecia estressado, e sua expressão facial era estoica.
“Lúcia,” Gastone murmurou, pensando nela. No entanto, no momento em que viu a mão de José segurando o braço de Lúcia, tentando protegê-la.
O sangue de Gastone ferveu direto para sua cabeça.
“Gas-” José não conseguiu continuar suas palavras quando o punho de Gastone se conectou com sua bochecha esquerda.
O impacto foi tão forte que José voou um metro de distância.
“AH!” Lúcia gritou em choque após o que havia acontecido. “GASTONE! O que você está fazendo!?”
Gastone não respondeu e apenas olhou para José, que perdeu a consciência e estava deitado no chão.
“Ele está te tocando!” Gastone respondeu, respirando pesadamente.
Lúcia piscou algumas vezes, tentando entender o que realmente estava acontecendo. Ela só conseguiu levar a mão ao rosto quando percebeu o que havia acabado de acontecer.
“Você está com ciúmes?” Lúcia afirmou, levantando uma sobrancelha.
Gastone franziu a testa e se aproximou de Lúcia. Ele estava tentando se controlar para não beijá-la ali naquele momento.
“Sim,” Gastone respondeu diretamente e com confiança. Suas ações atuais eram fortemente guiadas por suas emoções que ele não podia nem sequer formar uma mentira para encobrir seus sentimentos.
Os lábios de Lúcia se abriram ligeiramente, seu coração batendo tão rápido que parecia que poderia romper seu peito. Ela não esperava que Gastone admitisse tão ousadamente.
A sinceridade de Gastone atingiu Lúcia com mais força do que seu soco havia atingido José.
“Gastone…” Lúcia sussurrou, sua voz trêmula.
Os olhos de Gastone suavizaram quando encontraram os dela, não mais ardendo de raiva, mas com algo mais profundo— algo cru e irrestrito. Ele deu um passo cuidadoso mais perto, sua mão reaching toward Lúcia como se temesse que ela pudesse escapar se ele não fosse gentil o suficiente.
“Não suporto a ideia de mais ninguém perto de você,” Gastone murmurou, sua voz baixa, mas desesperada. “Você é minha, Lúcia… somente minha.”
A respiração de Lúcia parou. Seu corpo tensionou-se com a intensidade das palavras dele, ainda assim seu coração derreteu com a vulnerabilidade em seu tom.
Lentamente, Lúcia levantou a mão e tocou o peito de Gastone, sentindo o rápido pulsar de seu coração sob sua palma.
“Você não precisa lutar por mim,” Lúcia disse suavemente, suas sobrancelhas se unindo tanto por frustração quanto por ternura. “Eu já era sua no momento em que você me olhou daquele jeito.”
Gastone congelou, sua máscara estoica se quebrando. Sua mão encontrou a bochecha de Lúcia, seu polegar acariciando sua pele como se memorizasse seu calor. “Diga de novo,” ele implorou em uma voz suave, seus lábios pairando a poucos centímetros dos dela.
A pulsação de Lúcia acelerou, mas ela se inclinou mais perto, sua testa pressionando-se contra a dele. “Eu sou sua, Gastone.”
A tensão que estava se acumulando entre eles finalmente se quebrou.
Os lábios de Gastone colidiram com os dela, ferozes, mas trêmulos com todas as emoções que ele não podia mais conter. Lúcia derreteu-se em seu abraço, seus dedos se curvando em sua camisa como se ela nunca quisesse soltar.
Atrás deles, José gemeu fracamente no chão, mas nenhum dos dois percebeu.
Naquele momento, o mundo se reduziu apenas aos dois— o ciúme, o medo, o desejo não dito, tudo selado em um beijo que queimava como fogo e acalmava como chuva.
Lúcia foi a primeira a interromper o beijo, suas bochechas rubras como se estivessem em chamas. Ela rapidamente deu um passo para trás, pressionando a mão contra os lábios.
“V-você não pode simplesmente… fazer isso depois de socar o José até ele desmaiar!” Lúcia gaguejou, olhando furiosa para Gastone e apontando para o José que estava gemendo.
Lúcia estava tão envergonhada após o beijo que usou José imediatamente como desculpa.
Gastone piscou, ainda atordoado, e olhou para José espalhado no chão como um boneco de pano descartado. “…Acho que exagerei,” ele admitiu, coçando a nuca de maneira constrangida.
“Você acha!?” Lúcia gesticulou dramaticamente. “Você quase o matou!”
“Ele estava tocando você,” Gastone murmurou defensivamente, embora o toque de ciúmes agora estivesse misturado com embaraço.
Lúcia cruzou os braços, levantando uma sobrancelha. “E se ele estivesse apenas… me tirando do caminho?”
Gastone hesitou. “Ele estava?”
“Sim!” Lúcia disse, embora seus lábios tremessem, tentando não rir de como Gastone parecia uma criança emburrada.
No entanto, Gastone parecia totalmente não convencido. “Então ele deveria ter saído do caminho primeiro. Obviamente.”
Lúcia explodiu em risadas. Ela tentou parar, mas quanto mais ela olhava para o rosto sério de Gastone, mais ela ria até ter que segurar o estômago.
“Por que você está rindo?!” Gastone exigiu, embora suas orelhas ficassem levemente vermelhas.
“Porque—” Lúcia ofegou entre os risos, “você parece um cachorro ciumento guardando o osso favorito!”
Gastone franziu a testa. “Não vejo graça nisso.”
“É hilário,” Lúcia conseguiu dizer, enxugando lágrimas dos olhos.
Por um momento, Gastone ficou ali, rígido como uma pedra. Então, quase contra sua vontade, os cantos de seus lábios se curvaram para cima, só um pouco. “Só você riria depois de tudo isso,” ele murmurou.
Lúcia sorriu calorosamente para ele. “E só você socaria alguém até desmaiar porque não consegue admitir que está com ciúmes.”
O silêncio se estendeu por um momento, suave e estranhamente reconfortante, apesar do caos ao redor.
“…Eu ganho algum crédito por admitir depois?” Gastone perguntou, inclinando a cabeça, quase como um menino.
Lúcia sorriu. “Mmm, talvez. Mas você terá que se desculpar com o José também. E nada de mais socos.”
Gastone gemeu. “Tá bom. Eu vou me desculpar… quando ele acordar.”
“Você quer dizer se ele acordar,” Lúcia provocou, empurrando seu ombro de maneira brincalhona.
Isso arrancou de Gastone uma risada baixa e rara, do tipo que fez o coração de Lúcia pular novamente.
Ambos se sentiam diferentes na presença um do outro, diferente de antes. Era relativamente caloroso e pacífico, como se pudessem ser eles mesmos sem problemas se acumulando atrás deles.
Lúcia suspirou, olhando para José, que ainda estava jogado no chão como um soldado caído. “Não podemos deixá-lo aí.”
Gastone cruzou os braços. “Por que não? Ele parece confortável.”
Lúcia lançou-lhe um olhar afiado. “Gastone!”
Gastone bufou, claramente relutante, mas finalmente se abaixou para segurar José pelos ombros. “Tá bom. Mas você ajuda. Não vou carregá-lo sozinho. Ele é mais pesado do que parece.”