528: A Liberação do Portal 528: A Liberação do Portal Depois de três dias, Rosina finalmente visitou Gastone. Ela bateu na porta da frente, mas não houve resposta. Porém, ela podia sentir o cheiro dele.

“O que ele está fazendo?” Rosina murmurou enquanto abria a porta. Ela estava prestes a ir até o quarto dele, mas sentiu seu cheiro no jardim.

Foi quando Rosina viu Gastone deitado no chão sujo, olhando para o céu.

“Gastone!” Rosina chamou, mas foi ignorada. Ela se aproximou e parou ao lado de Gastone. “Você está bem?”

Rosina viu as olheiras sob os olhos de Gastone e o quão estressado ele parecia.

Os olhos de Gastone deram uma olhada em Rosina. Ele sabia que ela estava ali, mas não tinha forças para cumprimentá-la. “Você finalmente chegou. Eu estava esperando.”

“Ah, estamos investigando algo. Ainda está em andamento, mas acho que vai dar tudo certo”, Rosina explicou. “Agora, você está pronto… ou precisa de mais tempo para se preparar?” ela perguntou com cautela.

“Estou bem, argh,” Gastone gemeu ao se sentar, com os ossos estalando.

Rosina observou as roupas de Gastone e como a sujeira grudava nelas e em sua pele. Ela olhou para o chão e viu como este havia se moldado à forma do corpo de Gastone.

‘Ele ficou aqui por alguns dias?’ Rosina pensou, franzindo o cenho, mas nunca mencionou isso.

“Talvez você precise de mais tempo para se preparar, não acha?” Rosina sugeriu, pensando que seria melhor Gastone se estabilizar primeiro.

“NÃO!” Gastone gritou. Sua voz estava áspera com um toque de raiva.

Rosina estremeceu de surpresa, com os olhos arregalados. “Nossa, calma”, ela disse e levantou as mãos em sinal de rendição. Ela nunca esperou que Gastone estalasse assim.

“Oh,” Gastone olhou para cima e encarou a reação de Rosina. Foi quando ele percebeu o que tinha feito. “Oh! Me desculpe muito. Eu não queria gritar com você… Eu estou só… só…”

Gastone fez uma pausa, incapaz de continuar compartilhando o que estava sentindo. Ele queria perguntar a Rosina sobre seu encontro com Vanda e as palavras que ela disse a ele, mas ele não queria que Rosina o repreendesse novamente.

No fundo, Gastone pensava que Rosina tomaria o lado de Vanda e concordaria com ela em deixar Lúcia em paz. Ele não queria ouvir isso de novo, pois só fazia seu coração doer.

Os olhos de Rosina se suavizaram. Ela se agachou para ficar no mesmo nível dos olhos de Gastone. “Eu não sei por que você está reagindo desse jeito e se você não quer me contar. Tudo bem, mas eu estou aqui para você, ok?” ela sussurrou suavemente, pegando a mão de Gastone para mostrar seu cuidado.

Gastone evitou o olhar de Rosina. “Ok,” ele disse secamente.

Rosina forçou um sorriso e assentiu. “Você está preparado? Eu posso te levar ao reino humano hoje.”

“Hoje?” Gastone respondeu, com os olhos arregalados. Ele não havia se preparado e passou seu tempo fazendo nada enquanto sua mente estava a mil com pensamentos que não conseguia controlar.

Rosina assentiu. “Sim, hoje é o único dia que posso escapar das minhas responsabilidades. Então tem que ser hoje.”

Gastone encarou Rosina por alguns segundos antes de se levantar às pressas e correr de volta para o quarto. Ele já havia arrumado várias de suas coisas, mas não era o suficiente.

Rosina seguiu atrás, mas parou na cozinha para fazer uma xícara de chá. Ela sabia que demoraria um pouco, então queria relaxar enquanto isso.

‘Hmm, eu me pergunto o que aconteceu com Gastone e por que ele ficou tão deprimido… Será que é porque ele está voltando ao reino humano… ou algo mais o perturbava,’ Rosina pensou, coçando o queixo. Ela tinha estado ocupada cuidando dos deveres reais, cuidando de seu filho, e observando a situação de Draco.

Isso pesou sobre o corpo e a mente de Rosina. Ela queria usar a viagem ao reino humano como férias, mas Gastone insistiu. Agora, ela não tinha dias de férias.

“Ah, eu deveria ter aproveitado mais o tempo solteira…” Rosina murmurou, recostando-se na cadeira.

Então a porta da cozinha se abriu com um estrondo, com Gastone recém-saído do chuveiro e com uma bolsa na mão. “Estou pronto. Podemos ir agora”, ele exclamou, respirando fundo como se tivesse corrido uma maratona.

Rosina levantou uma sobrancelha. “Certo, mas primeiro. Tome um pouco de chá,” ela afirmou, empurrando uma xícara em direção ao espaço de Gastone.

Gastone franz Miou a testa, mas assentiu. Ele se sentou na cadeira e imediatamente cheirou o doce aroma do chá, que continha mais leite do que o próprio chá. Ele preferia amargo, mas tomou um gole ao invés de reclamar.

“É… é gostoso,” Gastone forçou um elogio embora seus olhos piscassem pelo excesso de doçura.

Rosina observou enquanto Gastone tentava tomar mais goles enquanto ela permanecia em silêncio. Ela tirou seu relógio de bolso e olhou as horas. “Só faltam alguns segundos agora,” ela sussurrou.

“Segundos de quê?” Gastone perguntou curioso, mas então ele se sentiu enjoado. Ele apoiou a cabeça com o braço, mas também estava perdendo forças.

Rosina suspirou e sorriu suavemente enquanto olhava para Gastone. “Tenha um bom sono. Não se preocupe, você vai ficar bem.”

“Hã? O que você—”
Antes que Gastone pudesse terminar a frase. Sua consciência apagou e ele adormeceu pacificamente na mesa.

Rosina fechou seu relógio de bolso e o colocou no bolso. “É hora,” ela disse, indo até Gastone. Ela tocou sua cabeça e começou a acariciá-lo como um cachorro.

“Você mudou tanto, Gastone. Eu senti falta do velho você, mas o novo você é melhor,” Rosina sussurrou, beijando a testa de Gastone. “O amor deve ter te feito bem. Então não desista dele.”

Rosina virou-se para o lado e pegou a faca mais próxima. Ela colocou a lâmina na palma da mão e cortou sua pele, fazendo o sangue pingar. Ela agitou sua mão ensanguentada no ar enquanto seu sangue flutuava na atmosfera.

“Libere!” Rosina exclamou, e seu sangue imediatamente formou um círculo à sua frente. Então, uma luz apareceu no meio e um portal foi criado. Ela pegou a bolsa de Gastone e a jogou no portal primeiro antes de arrastar Gastone.

“Não me decepcione, Gastone. Estou arriscando aqui,” Rosina sussurrou no ouvido de Gastone antes de jogá-lo dentro do portal.