A Mascote do Tirano - Capítulo 918
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Capítulo 918: Respire um pouco de ar fresco
Enquanto isso, no mar calmo do oceano vermelho, uma frota navegava suavemente para a terra oculta dos vampiros. Cada navio erguia uma bandeira diferente de sua orgulhosa nação como prova de sua participação na guerra do século. Uma noite que ditaria a nova era.
Em um dos navios, um homem estava de pé no convés. Seus olhos prateados brilhavam, olhando para a escuridão infinita do oceano. Ismael havia entrado nessa terra duas vezes. Assim, ele estava ciente do oceano enganoso que escondia a terra mais cruel e poderosa do mundo.
O Continente.
O terreno fértil dos vampiros é de onde vêm todos os vampiros de todo o mundo. Isso incluía Abel Grimsbanne. O homem que estava por trás de tudo isso.
“Você pode morrer esta noite.” De repente, uma voz feminina veio de trás dele até que a mulher ficou ao lado dele.
Ismael virou a cabeça, apenas para ver Veronika em sua armadura. “O mesmo vale para você. Sua vida pode terminar esta noite.”
“Estou preparada.” Ela lançou-lhe um olhar de lado. “E você?”
“Eu devo minha vida a Sua Majestade. Quando ela me colocou no trono em vez de queimá-lo até o chão, eu jurei lealdade a ela.” Ismael desviou o olhar dela, olhando à frente. “Ela precisa de mim. Portanto, devo fazer tudo o que posso para ajudar, mesmo correndo o risco de minha vida.”
“Então compartilhamos um entendimento mútuo mais profundo do que pensávamos.”
“Além disso, ela não pode morrer,” acrescentou ele em um tom baixo, inspirando a brisa suave que soprava em seu rosto. “Se ela morresse, aquele homem incendiaria o mundo.”
“Eustass Silvestri Abel Bloodworth, hein?”
“Hmm.” Ismael cantarolou uma melodia, permitindo que o silêncio tomasse conta daquele momento por um segundo. “Abel Grimsbanne é bastante indulgente, mas o homem que lidera o Império Haimirich não é.”
Isso estava certo.
Embora ambos fossem o mesmo homem, seus nomes tinham significados diferentes. Pelo que ouviram até agora, Abel Grimsbanne era uma pessoa bastante descontraída antes de deixar o continente. Não sabiam os detalhes de quão descontraído ele era, mas o que era certo era que ele não causava problemas deliberadamente.
O imperador de Haimirich era o oposto total.
Bloodworth. Um nome de família falso, mas não se podia negar o terror que o nome trazia aos corações de muitas pessoas, incluindo Ismael e Veronika. Mesmo agora que conheciam a verdade, ainda sentiam medo ao pensar em como era o imperador de Haimirich.
“Enfim, você acha que podemos entrar no território sem problemas?:” perguntou Veronika depois de algum tempo de silêncio.
“Está com medo de que alguns vampiros estejam esperando nossa chegada na fortaleza?”
“Com medo?” Veronika riu. “Meu povo estava preparado para a batalha. Graças a Sua Majestade, aprendemos uma boa quantidade de informações cruciais sobre nosso inimigo. Precisamos apenas entregar aqueles caras lá, certo?”
Ela inclinou a cabeça para trás, olhando para Ismael. “Não negarei que sua existência me chocou, mas sabendo que havia vampiros por aí, eu me recuperei. Você acha que eles podem realmente mudar a situação?”
“Não saberemos até vermos por nós mesmos.” Ismael deu de ombros. “Mas foi isso que Abel me disse para fazer. Devemos chegar à fortaleza, não importa o que aconteça.”
“Estou surpresa que ele conseguiu ir e voltar entre o continente e o Império Maganti. Que impressionante.”
“Ele só veio uma vez.”
“Hã?”
“Morro foi o que nos serviu de ponte para nos comunicarmos.”
“Aquele homem estranho, hein?” Veronika balançou a cabeça antes de estalar os lábios. “De qualquer forma, não é uma longa jornada daqui em diante. Vou preparar meus homens e talvez ter uma conversa rápida com o bando.”
Com isso dito, Veronika virou-se para sair enquanto Ismael permanecia no lugar. Ismael não se moveu, mantendo a mão atrás dele, olhos fixos à frente.
Veronika tinha outro navio que levantava a bandeira da Dinastia Chivisea. No entanto, ela acabou acompanhando Ismael para lhe fazer companhia. Bem, também era uma maneira de manter sua sanidade antes da guerra sangrenta na qual participariam. Ou talvez ela tivesse outra razão. De qualquer forma, isso não era preocupação de Ismael.
“Uma guerra sangrenta…” Ismael respirou fundo enquanto fechava os olhos bem devagar. Quando reabriu os olhos, suas pálpebras estavam caídas.
Os navios navegavam calmamente, lembrando a Ismael a noite em que Abel apareceu no império.
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[FLASHBACK]
Ismael quase saltou assim que entrou nos aposentos do imperador. Seus olhos pousaram no homem que vagarosamente descansava no divã, apreciando uma taça de vinho.
“Você está aqui, Sua Majestade!” Abel sorriu, reclinando-se no divã como se fosse seu próprio aposento.
“Você me surpreendeu, Sua Majestade,” Ismael exalou, batendo no peito. Ele engoliu em seco e então marchou até o assento próximo ao divã. “Graças ao Morro, estou um tanto acostumado com alguém aparecendo de repente no meu quarto. O que o traz a esta terra, Sua Majestade?”
“Saí para tomar um pouco de ar fresco.”
“Do continente para o Maganti? Só para tomar um pouco de ar fresco?”
“Sim. Isso é estranho?”
“Com certeza, não é normal.”
“Haha.”
Ismael pressionou os lábios em uma linha fina. Até agora, ele não podia acreditar que poderia conversar casualmente com este homem. Afinal, mesmo que tivessem uma relação mais amigável, Abel ainda o assustava. Nada jamais mudaria isso.
“Sua Majestade, duvido que esse seja seu único objetivo. Você não viria aqui e deixaria a Rainha no continente cheio de vampiros gananciosos e ambiciosos apenas para respirar um pouco de ar fresco,” Ismael quebrou o breve silêncio enquanto sua curiosidade quase o matava. “O que você deseja? Ou melhor, qual papel tenho no seu plano?”
Abel sorriu, olhando de volta para Ismael com satisfação em seus olhos. “Você afiou sua mente, pelo que vejo.”
“Não posso ser obtuso, especialmente agora que inúmeras vidas estão em minhas mãos.” Ismael deu de ombros casualmente. “O que posso fazer para ajudá-lo e a Sua Majestade?”
O sorriso de Abel se alargou enquanto um brilho vermelho cintilava em seus olhos.