A Mascote do Tirano - Capítulo 883
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Capítulo 883: Eu acho que Giselle é um gênio
No dia seguinte veio a noite da lua cheia. Como é tradição, esta noite foi uma festa para muitas casas nobres no continente. Muitos dos nobres deixaram o palácio real não apenas para comparecer a alguma festa grandiosa que estava sendo organizada esta noite, mas para dar espaço suficiente para o conclave.
As primeiras e últimas luas cheias no Continente eram reuniões importantes a que o rei e apenas indivíduos selecionados na terra podiam comparecer. O convite falava muito sobre o valor, poder e símbolo de status de uma pessoa na terra. Portanto, não foi surpresa que muitos nesta terra fizeram disso seu objetivo ser parte do Corvo.
Mas nenhum deles sabia o que estava acontecendo nessas reuniões, já que ninguém havia falado sobre isso. O sigilo do conclave simplesmente escondia o que se passava nesses tempos.
“No conclave em Haimirich…” Aries abriu os dedos, sentada na divã com uma camisola branca e simples. Seus olhos estavam fixos na faixa de metal ao redor de seus pulsos, conectando-se entre si. Quando moveu os pés, um som suave de metal ecoou.
“… Abel estava acorrentado?” ela se perguntou, recordando-se do primeiro conclave que presenciou no passado. “Posso me lembrar vagamente.”
“Sua Majestade.” De repente, Gustav entrou no boudoir da Rainha. Ele parou a uma distância segura, colocando a mão sobre o peito enquanto se inclinava.
Aries piscou lentamente antes de levantar o olhar para seu servo. “Onde está Suzanne?”
“Suzanne está preparando os últimos detalhes para o conclave desta noite,” respondeu Gustav enquanto endireitava as costas. “Houve alguns que não saíram como planejado, aparentemente.”
“Devo me preocupar com isso?”
“Não deve, Sua Majestade.” Gustav ofereceu à Rainha um sorriso sutil. “É apenas um pequeno erro de cálculo, que não merece sua preocupação.”
“Entendo.” Aries balançou a cabeça em sinal de compreensão, voltando sua atenção para seu pulso. “Diga, Gustav. Qual é o propósito do conclave em Haimirich?”
“É para conter o poder do Imperador. Sua Majestade carrega um poder que está além da imaginação de alguém. O poder era uma coisa, mas o fardo que o acompanhava o tornava cem vezes mais pesado. Assim, a existência do Conclave. É destinado a drenar o poder do Imperador,” explicou Gustav, embora estivesse certo de que Aries já tinha ouvido isso em detalhes muito maiores. “No entanto, mesmo que esse seja o propósito original do conclave, drenar o poder do imperador era impossível. Era mais como o conclave atuar como uma força para que o poder não transbordasse e dominasse o Imperador. É para a segurança de Haimirich e de todos no mundo.”
“Certo…”
“Embora fosse inevitável que algumas pessoas se tornassem gananciosas,” continuou Gustav, sabendo que o conclave que Aries presenciou era diferente do conclave usual em Haimirich. “Afinal, durante aqueles conclaves, o Imperador estava em seu estado enfraquecido; um estado antes de entrar em fúria. Era a chance perfeita para derrubá-lo.”
Ele pausou por um momento para respirar. “Muitos tentaram mesmo antes de você entrar na vida de Sua Majestade, mas nenhum deles teve sucesso. Sir Isaiah garantiu isso.”
“Qual foi a diferença entre a tentativa deles antes e agora?” ela perguntou por pura curiosidade. “Naquela época, aqueles conselhos noturnos quase tiveram sucesso. Foi porque Conan foi o presente, substituindo a ausência de Isaiah?”
“Não, Sua Majestade.” Gustav balançou a cabeça levemente. “É porque um deles conseguiu uma arma divina. As Armas Divinas foram abençoadas por deidades, e assim, podiam matar até mesmo o demônio mais perverso.”
“Certo…” Aries balançou a cabeça mais uma vez, fazendo Gustav se perguntar se ela estava simplesmente tentando ganhar tempo ou se realmente tinha esquecido disso. “Aquela arma, hein? Mesmo antes de Máximo chegar em Haimirich, nós não descobrimos como aquela arma chegou no conselho noturno.”
Aries acariciou a faixa de metal em seu pulso. “Você acha que o Corvo carrega uma arma como aquela arma divina?”
“Duvido.”
“E por que acha isso?”
“Porque apenas aqueles escolhidos pelos deuses podem empunhá-las.” A voz de Gustav estava cheia de confiança, observando Aries levantar seus olhos para ele. “O continente é a terra dos vampiros; a terra dos condenados. Mesmo que eles conseguissem uma arma dessas, precisariam de alguém para empunhá-la. Porque se alguém a empunhasse sem cautela, as consequências seriam terríveis. O Corvo consistia em indivíduos meticulosos. Provocar os Grimsbannes já era um risco; uma batalha incerta. Assumir mais riscos do que já fizeram só os afundaria.”
“Mas eles têm tempo suficiente para garantir que esses riscos não os afundem,” Aries respondeu, levantando-se do divã. Ela lentamente fez seu caminho até a frente da janela, ouvindo o tilintar dos metais com seu leve movimento.
“Eu acho que Giselle é um gênio,” ela continuou, fixando seus olhos na vasta área vazia do lado de fora da janela. “Mas o que a torna ainda mais perigosa é sua paciência. Não muitos podem lutar uma batalha paciente; mesmo vampiros que têm todo o tempo do mundo não eram tão pacientes quanto ela.”
“Isso te incomoda, Sua Majestade?”
“Um pouco — se eu for honesta.” Seu reflexo no vidro lentamente se torna claro. “Embora… Eu não acho que ela esteja tão preparada quanto pensava que estavam.”
As sobrancelhas de Gustav lentamente se ergueram. Essa foi a primeira vez que ouviu ela fazer tal comentário. Seria porque seus planos eram impecáveis? Gustav estava confiante nos planos que Aries havia montado para sobreviver nesta noite. No entanto, por mais perfeito que fosse, sempre havia uma pequena chance de as coisas não saírem como planejado.
‘Ah…’ De repente, Gustav tem uma realização. Seus pensamentos anteriores não se aplicam apenas a Aries, mas também ao Corvo.
“A questão é que nós já sabemos o objetivo deles, o que torna mais fácil sabotá-los.” O canto de seus lábios se curvou em um sorriso, olhando de volta para Gustav enquanto carregava aquele sorriso no rosto. “É apenas uma questão de cujo plano funcionará no final.”
Toc Toc
“Suzanne está aqui.” Seu sorriso se alargou um pouco mais, direcionando seus olhos para a porta. Assim que seus olhos pousaram nela, a porta se abriu bem devagar, revelando Suzanne.
“Sua Majestade,” cumprimentou Suzanne com uma reverência, fechando a porta atrás de si. “Giselle está aqui para escoltar você ao grande salão.”
Gustav franziu a testa, mas antes que pudesse falar, Aries já o fez.
“Perfeito!” Gustav olhou para Aries em descrença, apenas para vê-la sorrindo. “Eles têm esperado por uma eternidade. Vamos não fazê-los esperar mais.”