A Mascote do Tirano - Capítulo 880
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Capítulo 880: Uma mentira nunca pode mudar a verdade II
Miguel não tinha uma boa impressão de outras criaturas. Ele nasceu e foi criado em uma potência no continente — uma família fundadora, aliás. Portanto, não era surpresa que ele tivesse um senso de superioridade sobre outros vampiros, especialmente de outras raças.
Mesmo assim, ele se adaptou bem ao mundo exterior. Ele percebeu algumas coisas: uma era que nem todas as partes do mundo conheciam a existência de vampiros. A outra percepção foi que todos no mundo exterior eram frágeis demais. Quebrar humanos era muito patético para ele; era muito baixo para ele.
Portanto, ele preferia recorrer a repreensões e sermões antes de verdadeiramente sujar as mãos.
Sua curiosidade sobre o rei aumentava continuamente com as dificuldades antes de conhecê-lo. Não que ele não pudesse entender de verdade, mas Miguel fazia parte dos Rothschild. Ele pode não ver o Rei sempre que quisesse, mas até agora, não havia motivo para o Rei dos vampiros recusar seus pedidos. Ele não tinha que passar por várias buscas e até mesmo tirar tudo de si.
Miguel estava diante da entrada da tenda, olhando para o cavaleiro que havia anunciado sua presença. Ele arqueou uma sobrancelha quando o cavaleiro o encarou, fazendo um gesto para que ele entrasse.
— Está tudo bem? — perguntou Miguel com um toque de igual zombaria e genuína curiosidade. — Não ouvi ninguém te dar permissão.
O cavaleiro manteve sua postura inalterada. — Sua Majestade está lá dentro.
‘Então, ele não me diria a razão?’ Miguel soltou um leve suspiro, fixando seus olhos na entrada. ‘Que suspeito.’
Os olhos de Miguel se aguçaram assim que ele deu um passo, preparando-se secretamente para qualquer armadilha que pudesse estar além daquela tenda. Era suspeito. Ele já havia passado por pelo menos dez reinos antes de chegar ao território de Rikhill; ele conheceu a maioria dos soberanos naquelas terras.
O soberano deveria ter alguém com ele dentro de uma sala para esses tipos de coisas. Seria considerado rude invadir a moradia do rei sem aviso. Pelo menos, isso era óbvio para Miguel, já que o rei no continente deveria ser respeitado o tempo todo.
‘Isso pode ser uma armadilha…’ seus pensamentos continuavam enquanto pensava em diferentes cenários que poderiam acontecer uma vez que ele entrasse na tenda do rei. ‘… bem, o que os humanos poderiam fazer? Exterminar todos tornaria minha missão mais fácil.’
Miguel prendeu a respiração, usando o dorso da mão para deslizar a entrada aberta. Ele espiou lá dentro, soprancelha arqueada, e depois franziu as sobrancelhas quando estava lá dentro. A tenda estava quase vazia, com apenas algumas caixas e uma pequena mesa dentro.
O interior da tenda não condizia com as expectativas que ele tinha. Era mais parecido com um depósito do que uma tenda destinada ao rei.
‘Isso…’ Miguel examinou a tenda, procurando o trono, e rapidamente percebeu que não havia tal coisa lá dentro.
Além das caixas e da pequena mesa quadrada, nada mais havia ali.
‘Eles mentiram…’ Antes que Miguel pudesse tirar uma conclusão, ele ouviu um som abafado ali por perto.
— Ugh… ele — ajude…
Miguel franziu as sobrancelhas ainda mais, olhando ao redor da tenda até que a voz fraca acariciou seu ouvido novamente. Seus olhos pousaram na pilha de caixas, avançando cautelosamente em direção a ela. Quando Miguel chegou à pilha de caixas, ele esticou o pescoço e olhou por cima das caixas.
— Ugh… — Lá, preso na parte de trás das caixas, estava um homem. Ele estava contorcendo-se com o fato de seu traseiro estar preso dentro de uma pequena caixa quebrada. Miguel podia dizer que o homem provavelmente caiu nela.
‘Quem é este? Um rapaz da limpeza?’ pensou Miguel, avaliando o homem de cima a baixo.
O homem que estava pedindo ajuda estava vestindo roupas simples. Não que parecessem esfarrapadas, mas eram simples demais para qualquer um do gosto da nobreza. Mesmo um plebeu no continente tinha roupas melhores do que ele.
“Ei!” A voz do homem tirou Miguel do devaneio, fazendo-o focar novamente seus olhos nele. “Por favor, ajude? Acho que quebrei minhas costas.”
Miguel soltou outro profundo suspiro antes de oferecer sua mão. Apesar da relutância em seu rosto, o homem sorriu agradecido.
“Obrigado — ah!” o homem grunhiu repetidamente, erguendo-se ao segurar-se na mão de Miguel. “Ai — ai — ah…”
Outro profundo suspiro escapou dos lábios de Miguel, revirando os olhos antes de puxar o homem de volta. Sua força pegou o homem de surpresa, que olhou para Miguel com olhos arregalados assim que voltou a ficar de pé.
“Que força monstruosa…” O homem inclinou a cabeça para examinar o físico de Miguel. “Nunca vi alguém puxar um homem adulto como se estivesse apenas levantando uma folha de papel.”
O rosto de Miguel se contorceu enquanto o homem caminhava em círculo, admirando a força de Miguel e elogiando-o aos céus.
“Embora eu nunca tenha visto esse tipo de roupa — oh, você é um visitante do país?” o homem ofegou surpreso, cobrindo os lábios com a palma da mão.
Miguel fixou seu olhar sombrio no homem. “Disseram-me para vir aqui encontrar uma pessoa importante. Mas infelizmente, parece que fui enganado.”
“Hã?”
“Ha! Por que eu acreditaria que o homem mais importante deste país estaria neste lugar e não no conforto de sua casa?” Miguel riu, balançando a cabeça com as pontas dos dedos na testa. “Como me tornei tolo? Certamente darei uma lição a essas pessoas por zombarem de mim sem motivo.”
O homem piscou quase inocentemente, observando Miguel rir zombando. “As pessoas de Rikhill eram honestas. Não fique bravo —”
“É melhor calar a boca, rapaz da limpeza.” Miguel cortou o homem no meio da frase e lançou-lhe um olhar mortal. O homem instintivamente ergueu as mãos acima dos ombros como sinal de rendição. “Sou um homem ocupado e, portanto, não aprecio ser roubado de meu tempo por esses joguinhos desprezíveis.”
Miguel bufou com raiva, ofendido por ter sido enganado pelos cavaleiros do lado de fora. O rei não estava lá dentro, e ele estava certo disso. Esta tenda não era com certeza o escritório temporário de um rei. Não havia como este ser o local de trabalho do soberano desta terra, considerando quão sujo e lotado estava.
Assim que Miguel estava saindo da tenda com o punho apertado ao lado, uma pessoa entrou repentinamente. A pessoa que entrou correndo simplesmente passou por Miguel, fazendo-o parar em seu caminho. Miguel arqueou a sobrancelha e olhou para trás, apenas para ver a pessoa se aproximar da pessoa que ele assumiu ser um rapaz da limpeza.
“Sua Majestade! Uma frota do reino de…” a pessoa anunciou em pânico, sem saber como ele se dirigiu ao homem, surpreendendo Miguel.
“Sua Majestade…?” murmurou Miguel, fazendo a pessoa frenética parar. Ambos olharam na direção de Miguel e no momento em que Miguel encontrou os olhos do rapaz da limpeza, ele soube naquele instante que havia um mal-entendido.