A Mascote do Tirano - Capítulo 875

Capítulo 875: Promessa

CASA DE GRIMSBANNE

“Ugh…” Abel resmungou ao se sentar na beirada da cama, esticando o pescoço de um lado para o outro. Suas mãos estavam segurando a borda do colchão, olhos fechados.

Quando reabriu os olhos, um brilho cintilou em seus olhos naturalmente afiados. “Você deveria aprender a bater na porta, irmã. Caso contrário, pode dar um ataque cardíaco em alguém.”

A alguns metros da cama estava a irmã de Abel, Tilly, em seu vestido branco simples e semblante neutro. Seu longo cabelo branco havia crescido tanto que, mesmo quando estava amarrado, a ponta conseguia alcançar o chão. Tilly permaneceu em silêncio como sempre, mas seus olhos avaliavam suas costas.

Abel estava vestindo um robe, mas ela podia ver hematomas chegando até sua nuca. Eles pareciam ruins.

“Esses hematomas…” ela parou ao piscar delicadamente enquanto Abel olhava para ela. “… você não vai mudar de ideia?”

“Raramente mudo de ideia, irmã.” Abel deu de ombros indiferentemente, puxando o robe para cobrir sua nuca. Em seguida, levantou-se vagarosamente da beirada da cama, encarando sua irmã enquanto amarrava o cinto. “Eu deveria perguntar. Afinal, você ficou no Continente por muito tempo. Não se apegou a este pedaço de terra?”

Tilly piscou inocentemente. “Samael e todos estão curiosos sobre seu plano. Não gostam que você não os deixe entrar.”

“Você poderia simplesmente ter contado a eles o que estou planejando fazer. Não é como se fossem burros.”

“Não estou em posição de fazer isso.”

“Tilly, minha irmã.” Abel cruzou os braços sob o peito, sorrindo apreciativamente para Tilly. “Você nunca deixa de me surpreender.”

“Samael, Lilou e todos estão dispostos a ajudar a Rainha. Eu posso não me juntar ao concílio.”

“Você está pedindo minha permissão?”

“Vou garantir a segurança das crianças primeiro.” A expressão de Tilly não mudou, nem ela desviou os olhos dele. “No entanto, se a situação exigir minha presença, estarei lá.”

Abel manteve seu sorriso, rindo com os lábios fechados, olhos fixos em Tilly. “Como é reconfortante.”

“Abel,” ela chamou, mas deixou vários segundos de silêncio passarem. “Não vou pedir que você se mantenha seguro, mas lembrar que uma batalha entre um Grimsbanne simplesmente não acaba a menos que alguém dê seu último suspiro. Eu não quero lutar com você. Não me force.”

“Uma batalha entre você e eu… Tenho certeza de que você morrerá,” Abel afirmou confiantemente, mas a expressão de Tilly permaneceu fria. “Não se preocupe, irmã. A única irmã que quero estrangular é aquela maldita Marsella — você é preciosa demais para morrer. Além disso, ainda preciso de você viva, assim como você percebe minha existência como benéfica.”

Abel deu de ombros sem se importar enquanto arrastava os pés até o balcão onde estavam colocados copos e uma ânfora. Ao se servir de um copo de vinho, continuou seus sentimentos.

“Não se preocupe, irmã. Já estou grato que você fará de tudo para proteger minha esposa…” Abel pegou o copo cheio de vinho antes de encarar sua irmã novamente. “… porque minha paciência já morreu há muito tempo.”

Desta vez, o maxilar de Tilly se apertou enquanto observava Abel beber um gole de vinho. “E quanto a esta casa?”

Abel deu de ombros como resposta, bochechas infladas, antes de engolir o vinho.

“Como eu disse, você é a única pessoa que viveu neste lugar por muito tempo.” Abel fez uma careta ligeira, apontando para ela com a mão que segurava o copo. “Se me perguntar, eu diria para queimá-la até o chão. Embora… você não precise realmente fazer isso. Se é que me entende.”

A expressão neutra de Tilly não mudou, mesmo quando a conversa deles terminou. Tudo que ela fez foi encarar Abel, observando o homem desfrutar seu vinho matinal antes de saltar até seu guarda-roupa para se trocar.

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“Senhor Fabian?” Fabian, que estava ocupado regando as flores crescentes no jardim da mansão, virou a cabeça para Sunny. Um sorriso instantaneamente dominou seu rosto assim que seus olhos pousaram na adorável jovem senhorita da família.

“Sim, minha jovem senhora?” Fabian largou o regador, agachando-se na frente de Sunny.

Sunny pressionou os lábios em uma linha fina, fazendo sua bochecha já rechonchuda parecer maior. “Hmm… amanhã à noite é a noite de lua cheia?”

“Sim.”

“Então, isso significa que algo ruim vai acontecer?”

“Sim.”

“Quão ruim?”

Fabian esfregou o queixo e cantarolou uma melodia, mas antes que pudesse responder, o palpite de Sunny escapou de sua boca.

“Uma destruição em massa?” ela adivinhou, e as sobrancelhas de Fabian se ergueram. No entanto, em vez de negar ou reformular para distrair uma criança como um adulto de verdade, Fabian não o fez.

“Sim, senhorita. Um massacre,” ele esclareceu. “O fato é que podemos ser nós quem estamos do lado de quem recebe.”

“Você quer dizer que seremos abatidos como porcos?”

“Sim. Eles nos abaterão como animais.”

“E depois vão nos comer?”

“Minha preciosa jovem senhora, por favor, não deixe a madame saber que falei dessas coisas.” Fabian manteve seu sorriso com os olhos semicerrados como simples linhas. “Se ela perguntar, diga que foi Abel.”

Sunny assentiu. “Porque você vai se meter em encrenca?”

“Sim.”

“E quanto ao meu avô?”

“Ele já está encrencado, minha pequena senhorita. Adicionar outra não fará diferença.”

“Vovô vai morrer?” Sunny suspirou. Ela havia vivido sob as asas de Abel por anos e, portanto, tinha se apegado às pessoas no império.

“Ele não vai…” Os olhos semicerrados de Fabian se abriram lentamente quando as linhas de sorriso nos cantos de seus lábios desapareceram. “… a menos que Sua Majestade morra. Então, não apenas ele morrerá, mas eu também.”

Sunny inclinou a cabeça para o lado, piscando inocentemente. “Isso vai te deixar triste?”

Fabian não respondeu imediatamente enquanto seus olhos se semicerravam novamente. Ele levantou a mão e a colocou no topo da cabeça dela, bagunçando seu cabelo com carinho.

“Sim, minha pequena jovem senhorita. Isso certamente vai me deixar triste,” ele comentou, sabendo que essa mentira descarada não passaria despercebida pelos olhos astutos de Sunny.

Essa jovem garota pode agir como uma criança inocente, mas todos sabiam que Sunny era muito mais astuta e madura para a sua idade. Mesmo assim, todos ainda a tratavam como uma criança com amor, cuidado e atenção.

“Também vai deixar Sunny triste.” Sunny sorriu, sem insistir no óbvio. “Tilly disse que vamos partir esta noite, mas todos os outros ficarão na mansão. Você virá até nós depois do concílio de amanhã, Senhor Fabian?”

“Claro.”

“Promete?”

Os olhos de Fabian caíram sobre o dedinho de Sunny, o que o fez rir. Ele envolveu seu dedinho ao redor do dela, assentindo enquanto dizia, “Prometo.”