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Capítulo 748: [Capítulo bônus] Desejei por você cada vez que eu respiro
“Ajude-me a trazê-lo de volta, e eu farei o que você quiser.”
Os cantos dos lábios de Máximo se curvaram, enquanto ele se levantava lentamente. Seus passos eram lentos, descendo os degraus, até se agachar diante dela.
“Você sabe de quem é este coração?” ele perguntou, levantando o coração pulsante entre eles. “É dele. Eu o peguei de Marsella enquanto aquela cadela batia a cabeça na parede.”
Aries olhou para o coração pulsante, apertando a saia, mas não demonstrou a menor emoção.
“Heh.” Ele riu, pressionando o polegar em seu queixo e levantando-o levemente. “Sua falta de reação é suspeita. Sobre o que você e aquele mordomo conversaram durante as horas em que esteve ausente?”
“Como te matar.” Sua resposta direta o fez rir. “Ajude-me a trazer Abel de volta, e serei sua.”
“E o que te faz pensar que eu te quero?”
Aries o encarou com olhos opacos. Ela não respondeu, mas, em vez disso, puxou a gola e a abaixou, mantendo o contato visual com ele.
“Esse olhar em seus olhos diz tudo”, ela sorriu. “Você pode não me querer, mas certamente quer meus poderes. Vá em frente e pegue o quanto quiser. Afinal, parece que você está faminto depois de falhar em recuperar metade dos seus poderes do seu pai.”
Máximo analisou sua expressão altiva, lambendo os lábios.
“Bem, eu também não acho que quero que ele morra. Não quando ele morre pelas mãos de outro.” Máximo se aproximou, colocando a mão na nuca dela antes de abrir a boca para cravar os caninos em seu pescoço.
Aries cerrou os dentes quando as presas dele roçaram em sua pele, mas manteve a compostura. Ela moveu os olhos na direção de Fabian, apenas para vê-lo olhando de volta para ela sem expressão. Quando desviou os olhos de Fabian, um brilho passou por eles, ao ouvir as goladas de Máximo.
Seu olhar ergueu-se para o trono atrás de Máximo, pensando apenas na pessoa a quem aquele trono pertencia. Então, fechou os olhos devagar, expirando enquanto sentia sua energia ser drenada.
Por mais doloroso ou profundo no inferno que estivesse, Aries prometeu que não derramaria uma única lágrima. Enquanto pudesse manter Abel vivo, não importava quanto tempo levaria para Máximo consumir toda a energia da força vital de sua vida.
‘Eu vou esperar…’ ela sussurrou em seu coração, trancando todas as suas emoções em um lugar onde ninguém mais pudesse tocá-las. ‘… até o dia em que você venha me tirar deste inferno.’
Desde aquela noite, Aries teve que seguir Máximo, vinculando-se a ele em um contrato de sangue. Um contrato de sangue era um acordo entre um vampiro e um humano, que só funcionava com consentimento mútuo. Por Aries ser uma bruxa, o contrato era diferente e injusto para ela. Ela, no entanto, não se importava, porque Máximo ajudava Aries a manter a força vital no corpo de Abel.
O contrato dela com Máximo não era nada especial, na verdade. Além disso, ela tinha que alimentá-lo com seu sangue e dar uma porção de seus poderes a ele, já que Máximo ainda não tinha recuperado seus poderes por completo. Aparentemente, o último corpo que ele ocupou — o antigo rei do continente, Máximo III — ainda carregava o proprietário original do corpo.
Em outras palavras, Máximo III permanecia em sono com uma parte da alma e dos poderes deste Máximo. Matá-lo também significava que ele poderia levar os poderes para o túmulo.
Que pessoa astuta.
Isso era um breve resumo de como Aries estava nessa situação com Máximo e Fabian. E permaneceria assim até que seus planos fossem colocados em prática.
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[ TEMPO PRESENTE ]
Aries abraçou o próprio corpo, escondendo-o sob o xale enquanto permanecia na varanda. Após visitar Marsella, ela se separou de Fabian, pois ele precisava vigiar tudo. Aries mal podia fazer algo em sua situação. Portanto, manter Fabian como seu ‘amante’ a ajudava a executar seus planos.
Felizmente, Máximo entendia sua conexão com Fabian, e aqueles que a vigiavam acreditavam no escandaloso ‘caso’ deles.
“Hoje, eu vi o selo do imperador,” ela sussurrou com os olhos suavizando, sorrindo sutilmente. “Já faz dois anos. Estou aliviada que ele voltou.”
Aries lentamente ergueu os olhos para o céu cheio de estrelas onde a lua brilhava mais intensamente. O canto de seus lábios se curvou, respirando a brisa fresca da noite. Estava especialmente frio naquela noite, mas, de alguma forma, ela conseguiu apreciar.
“Querida…” ela sussurrou, olhando para o céu noturno. “Como você tem estado? Você também sente alívio por estarmos sob o mesmo céu mais uma vez?”
A visão do selo do imperador amplificava sua saudade do homem por quem ansiava a cada respiração. Aries fechou os olhos, abraçando a si mesma, e, de certa forma, conseguiu imaginar Abel abraçando-a por trás como de costume.
Não havia palavras que explicassem o quanto ela sentia falta dele. No entanto, ela não podia deixar de se perguntar: será que Abel a perdoaria? Com o mundo em que ele despertou e as notícias que certamente chegariam a seus ouvidos, o que ele pensaria dela?
Aries reabriu os olhos enquanto a amargura ressurgia neles.
“Espero que ele não me odeie tanto assim.” Ela apertou com força os bíceps, escondendo o cansaço em seus olhos. “Isso… com certeza me faria chorar.”
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[ O IMPÉRIO HAIMIRICH ]
Abel estava sentado no parapeito da varanda ligada à chancelaria do imperador. Ele tinha os olhos fixos no céu noturno, balançando o pé para frente e para trás.
Toque Toque
“Desculpe por interromper seu momento a sós, Tio.” Samael bateu no vidro enquanto entrava na varanda. “Tilly estava apenas preocupada que você pudesse chorar a noite inteira. Não queremos que seus olhos fiquem inchados amanhã.”
“Samael, você sabia que sua mãe costumava gostar do jovem Senhor do clã Von Stein?”
“O quê?” Samael enrugou o nariz, pulou no parapeito e se sentou. Havia uma distância de um braço entre eles. “Está dizendo que meu pai a seduziu? Os Von Stein gostam de padrões. Portanto, entediantes.”
“Você consegue entender Ameria?” Abel perguntou, ignorando os comentários adicionais de Samael. “Se ela gostava desse homem, não consigo entender como ela conseguiu se casar com outro e até ter filhos dele.”
“Bem, você não consegue entender porque estamos falando do coração de uma pessoa.”
Abel lentamente colocou os olhos de lado, apenas para ver Samael dar de ombros.
“Ela pode ter feito isso por amor a um inútil ou pode ter tido um motivo diferente. Seja como for, quando assuntos do coração estão em jogo, as pessoas tendem a fazer coisas tolas. Falando por experiência própria.” Samael sorriu, olhando para o céu estrelado.
“Maldito seja…” Samael cantarolou. “… eu estaria em apuros, mas vá se quiser. Não é como se precisássemos —”
Seu rosto se contorceu enquanto olhava para onde Abel estava sentado, apenas para não vê-lo mais lá. Este já havia saltado do parapeito, apenas para espalhar suas asas no ar e voar para longe.
“Ei, isso é rude! Ao menos, deixe-me terminar!” Samael estalou a língua em irritação.
Um suspiro profundo escapou de seus lábios, enquanto virava a cabeça para a pessoa que estava na porta. “Ei, Tilly, não me repreenda. Estou tentando dar apoio.”
“Abel…” Tilly tinha os olhos na pequena figura no céu noturno. “… sentiu falta de sua esposa. Obrigada, Samael.”
Samael sorriu de orelha a orelha. “Eu não sabia que você tinha um ponto fraco pelo seu irmão, Tilly. Mas de nada. Eles são nossa família, certo?”
“Mhm.” Tilly lentamente voltou os olhos para Samael. “Eles são família.”