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Capítulo 746: A noite de dois anos atrás II
Aries tinha um plano, e esse era prender Máximo no Mundo de Maléfica. Para que seus planos se concretizassem, ela precisava fazê-los parecer o mais realista possível. Por isso, Abel, junto com quase todos, entrou naquele mundo espiritual e confiou suas vidas a ela.
Eles sabiam do risco — cada um deles estava ciente disso. Mas mesmo assim, eles o fizeram. As bruxas e o conselho noturno consideraram que era a maneira mais eficiente de lidar com alguém como Máximo. E assim, eles emprestaram seus poderes para ajudar Aries. Enquanto faziam isso, Abel, Conan e o restante foram encarregados de distrair Máximo.
No entanto, o que eles não esperavam era a quantidade de poder e controle que Maléfica possuía. Não é que eles tenham subestimado isso, mas sim que eles não imaginavam que Maléfica não apenas carregava essa forte repulsa contra poderosos vampiros como os Grimsbanne e a Família Real no continente, mas também o poder carregado pela vontade original de Maléfica e suas crenças distorcidas antes de sua morte.
Os arrependimentos de Maléfica eram as coisas que o anfitrião — Aries — sentia como uma missão a ser cumprida. Por isso, com essa missão forçada a ela, ela prendeu todos no Mundo de Maléfica. Apenas aqueles que ainda tinham conexões no mundo real, como Sunny e Isaiah, eram capazes de ir e voltar. Eles não sabiam que Máximo estava conectado ao rei (Máximo III), e assim ele saiu antes que Aries trancasse todo mundo no mundo espiritual. Marsella também escapou.
Com seus planos desmoronando, Aries tinha apenas um pensamento em mente: se ela fingisse ser ignorante e permanecesse como uma humana comum sem poderes, as coisas teriam se desenrolado dessa maneira?
Aries caiu de joelhos, sem piscar, com os olhos fixos em Abel. Lá, deitado ao lado dos restos de Suzanne, estava Abel com um buraco no peito.
“Querida,” saiu sua voz trêmula, pressionando as palmas das mãos contra o peito dele para parar o sangramento. “Abel!”
Aries pressionou as palmas das mãos contra o peito dele para fazer pressão, olhando de volta para Fabian em pânico. Eles acabaram de chegar ao salão de banquetes, somente para ver Abel deitado em sua própria poça de sangue. Marsella não estava à vista.
“Ah…” Aries cerrou os dentes enquanto lágrimas embaçavam sua visão. “Ah…”
“Querida, eu sinto muito,” saiu sua voz trêmula, tentando ao máximo parar o sangramento. “Eu estou aqui agora. Você vai ficar bem.”
Aries fungou com força, balançando a cabeça, tentando se recompor. Ela continuava dizendo a si mesma que Abel não morreria assim. Assim, ignorando o fato de que ele tinha um coração ausente, Aries tentou primeiro parar o sangramento.
“Fabian, acorde o conselho noturno. Eu preciso de ajuda!” ela disse em pânico enquanto o sangue escorria pelos espaços entre seus dedos. “Rápido! Há muito sangue!”
Fabian pressionou os lábios formando uma linha fina antes de suspirar silenciosamente. “Não adianta —”
“Cale a boca!” Aries o encarou, rangendo os dentes furiosamente. “Acorde o conselho noturno. Sua Majestade está perdendo muito sangue.”
“Ele não tem um coração.”
Seu fôlego travou e seu pescoço ficou imediatamente rígido. “Não,” ela negou antes mesmo de ser capaz de pensar em um argumento adequado.
“Abel… ele não pode morrer, Fabian.” Ela balançou a cabeça, ainda fazendo pressão no peito dele. “Isso não é suficiente para matá-lo.”
“Esse corpo não tem uma alma,” ele enfatizou para deixar seu ponto claro. “Se não há alma, como esse corpo pode funcionar como antes?”
Seus olhos se arregalaram ainda mais, retornando o olhar ao rosto de Abel. O que Fabian disse era um fato. Mesmo que Abel fosse imortal, se sua alma estivesse presa no mundo espiritual, nada poderia sustentar seu corpo. Com essa realização em mente, seu rosto se contorceu de forma desamparada enquanto lágrimas escorriam por sua bochecha.
“Não.” Aries balançou a cabeça levemente, fungando, mantendo suas mãos no peito dele. “Eu vou consertar isso. Eu vou acordá-lo. Ele ainda está quente — eu consigo fazer isso.”
Aries fechou os olhos, exalando pela boca. Sua mente estava um caos, mas ela tentou limpá-la, mesmo que isso significasse permitir que sua bruxa assumisse o controle. Se Maléfica pudesse assumir, ela saberia como tirá-los todos do Mundo de Maléfica. Mas, infelizmente, antes que Aries pudesse entrar em um estado de calma, Fabian agarrou seu ombro agressivamente.
“Você está piorando as coisas. Temos que ir,” ele disse, observando-a levantar os olhos para ele. “Não há nada que possamos fazer.”
Não havia nada que eles pudessem fazer…
Essas palavras ressoaram em seus ouvidos como um gongo, quase a deixando surda. O que ele queria dizer com não havia nada que pudessem fazer?
“Seu inimigo está aqui.” Ele puxou seu bíceps levemente. “Vamos embora.”
“Não.” Aries balançou a cabeça. “Eu não posso deixá-lo aqui.”
Seu aperto em torno de seu bíceps aumentou, sabendo que passar mais um segundo naquele lugar estava colocando ambos em perigo. Fabian não se importava com Abel; eles tinham acabado de se conhecer. Ele não tinha nenhum apego com nada neste império. Mas isso não significava que ele não cumpriria suas palavras.
Fabian disse a Abel que cuidaria de Aries até que ele viesse. Até lá… Fabian precisava manter essa mulher viva por causa dele também.
“Desculpa,” foi tudo que ele disse antes de usar força, puxando-a até os pés. Sem dizer uma palavra, Fabian arrastou Aries, jogando-a sobre seu ombro, e fugiu do salão de banquetes.
“Me solte!” Aries lutou, socando suas costas, mas sem sucesso. Fabian não cedeu, fugindo do salão de banquetes em alta velocidade. Percebendo que não havia nada que pudesse fazer para detê-lo, Aries levantou os olhos.
“Abel…” saiu sua voz pequena enquanto a tensão se prendia em sua garganta. “… ajuda.”
Tudo que ela podia fazer era olhar para o corpo de Abel enquanto se distanciava cada vez mais dele. Lágrimas borraram sua visão, estendendo os braços, esperando que Abel acordasse e segurasse sua mão. Naquele segundo, ela desejou que Abel simplesmente ouvisse magicamente seu grito de socorro e impedisse Fabian de levá-la embora.
Mas Abel não o fez.
Mesmo quando fizeram uma curva, Abel não moveu um músculo, e Fabian conseguiu levar Aries para longe do perigo no palácio imperial.