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Capítulo 739: Que noiva deslumbrante eu tenho
[ CONTINENTE ]
“O príncipe herdeiro da terra de Zel havia chegado ao palácio real.”
Aries pausou enquanto colocava seu brinco, levantando os olhos para o reflexo da mulher no espelho. Lá, a alguns passos da cadeira de Aries — que estava em frente ao espelho da penteadeira — estava Suzanne.
Sim. Suzanne.
Suzanne havia morrido naquela noite no Império Haimirich, mas graças aos poderes recém-adquiridos de Aries e à assistência de Máximo, ela conseguiu trazê-la de volta à vida. Embora o custo de trazer os mortos de volta à vida fosse alto, Aries não hesitou.
“Gustav irá recebê-los e conduzi-los ao alojamento.” Aries piscou delicadamente, retomando o gesto de prender o brinco. “Não há necessidade de relatar quem chegou um por um, Suzanne.”
“O príncipe de Zel está solicitando uma audiência privada com você.”
“Todos querem uma audiência privada comigo.” Aries soltou uma risada seca, pegando o outro par de brincos para colocar na outra orelha. “Estou ocupada.”
Suzanne franziu os lábios em uma linha fina e abaixou a cabeça. “Muito bem. Direi a eles para descansar até o início da cúpula daqui a dois dias.”
“Mhm.”
“Precisa da minha ajuda, Sua Majestade?” perguntou Suzanne enquanto endireitava as costas, observando Aries colocar o colar.
Aries não respondeu imediatamente, pausando e virando-se para encarar Suzanne.
“Eu estou bem.” Seus lábios curvaram-se em um sorriso sutil. “Todos estão ocupados, já que estamos sediando uma cúpula. O mínimo que posso fazer é não sobrecarregar ainda mais meu povo.”
“Ajudá-la é uma honra, não um fardo, Sua Majestade.”
“Eu aprecio isso.” Aries balançou a cabeça. “Mas não há necessidade. Eu aprecio as pequenas coisas nesta vida que posso fazer por conta própria.”
“Se isso é o que Sua Majestade deseja, então não há nada que eu possa fazer.”
“Não fique desanimada, Suzanne.” Aries voltou-se ao espelho mais uma vez, mantendo o olhar no rosto de Suzanne. Seus olhos caíram sobre o vestido de gola alta que Suzanne usava, cobrindo todo o pescoço. “Essas feridas ainda não cicatrizaram completamente.”
“Sua bondade curou todas as feridas internas. Essas eram as mais importantes para mim.” Suzanne abaixou os olhos, referindo-se ao fato de que Aries havia sacrificado muito apenas para trazê-la de volta. As feridas que mataram Suzanne naquela noite ainda podem não ter cicatrizado, mas ter uma segunda chance para servir sua rainha reparou todos os arrependimentos em seu coração.
“Você nunca deixa de fazer meu coração disparar. Nem mesmo meu futuro marido consegue fazer meu coração pular uma batida.” Aries deu uma risada, fixando os olhos em seu reflexo. Ela apoiou a mão na bochecha, com os olhos meio fechados. “Antes de ir, envie pessoas para limpar aquela mansão na Floresta Proibida.”
“Sua Majestade?”
“Aquela mansão naquela floresta. Aquela que é exatamente igual à Mansão Proibida em Haimirich,” Aries enfatizou, olhando de volta para Suzanne. “Envie pessoas para limpá-la impecavelmente.”
Rugas profundas apareceram entre as sobrancelhas de Suzanne. Faziam dois anos que haviam migrado para o continente com Aries como Rainha. Obviamente, sendo a Rainha e a dama de companhia da Rainha, elas estudaram quase tudo. Portanto, estavam cientes da existência daquela mansão na Floresta Proibida.
De acordo com os registros, aquela mansão era onde os Grimsbanne viviam antes. A razão pela qual a floresta que rodeava a mansão era considerada uma Floresta Proibida — onde não se poderia atravessar descuidadamente — era porque era perigosa. Diziam que nem todos que iam lá retornavam.
Mesmo até hoje, ninguém tocou na Floresta Proibida, mesmo que os Grimsbanne não estivessem mais no continente. Eles tentaram, mas ainda era perigosa e não era prioridade de Aries.
Por isso Suzanne ficou perplexa com a ordem repentina da Rainha.
“Estaremos esperando alguns convidados interessantes.” Aries deu uma risada, percebendo a aparente confusão estampada no rosto de Suzanne. “Com todos os convidados atuais que o palácio real está acomodando, não acho que possamos receber mais.”
“Convidados adicionais…?” Suzanne ponderou sobre os comentários de Aries, contando os convidados que não haviam chegado e os que estavam aguardando para chegar ao continente. Eram poucos, e como haviam se preparado para a cúpula desde o estabelecimento do continente, há dois anos, ela tinha certeza de que poderiam acomodar todos os convidados.
O lado dos lábios de Aries se curvou, mas ela não ofereceu nenhum esclarecimento para Suzanne. Ela respirou fundo, prestes a alcançar seu perfume, quando ouviu batidas sutis na porta.
Knock Knock…
Suzanne saiu de seus pensamentos ao olhar para a porta, esperando que alguém anunciasse sua identidade. No entanto, as batidas pararam após três e o silêncio se seguiu.
“Irei no meu caminho, Sua Majestade,” disse Suzanne enquanto olhava para as costas de Aries. Ela então abaixou ligeiramente a cabeça, virou-se nos calcanhares e saiu.
Quando Suzanne abriu a porta, ela parou. Seus olhos levantaram-se para a pessoa que estava do lado de fora, apenas para ver um homem imponente com uma estatura de pelo menos seis pés de altura. A metade de seus cabelos platinados estava amarrada enquanto o restante estava solto.
Máximo ainda parecia frágil e pálido, mas o brilho em seus olhos e aquele sorriso estampado em seu rosto não permitiam que alguém sentisse pena.
“Saudações, Sua Alteza.” Uma camada de gelo cobriu os olhos de Suzanne enquanto ela fazia um leve arco com o pescoço.
“Senhora Suzanne, sempre me pergunto como você fica mais fria toda vez que a vejo, mesmo depois da sua ressurreição?” Máximo comentou com um curto riso. “Somos aliados agora, e ainda assim você não pode me oferecer um sorriso.”
“Sua Majestade está lá dentro, Sua Alteza. Ela estava esperando por você.” A expressão de Suzanne tornou-se ainda mais fria enquanto ela levantava a cabeça para encarar Máximo. “Irei no meu caminho.”
Máximo balançou a cabeça e deu de ombros. “Não posso forçá-la a gostar de mim, posso?” ele brincou, dando um passo para o lado enquanto movia o braço como um gesto para abrir caminho para ela.
“Você deveria ser grato por ser a preciosa dama de companhia dela. Esse olhar é irritante.” Ele acrescentou enquanto sustentava o olhar afiado de Suzanne.
“Eu serei eternamente grata à minha rainha. Somente a ela.” Ela sorriu, quase como se estivesse provocando-o. “Com licença.”
Suzanne não hesitou ao virar-se nos calcanhares, afastando-se com o queixo erguido. Enquanto isso, Máximo manteve sua atenção nas costas de Suzanne antes de ele sorrir.
“Que mulher rude,” ele comentou antes de dar um passo para os aposentos da rainha. “Minha querida Rainha, eu sugiro disciplinar seu povo. Eles estão ficando cada vez mais insolentes…”
Máximo interrompeu-se assim que seus passos cessaram, olhando para a elegante mulher que se levantava da cadeira e virava-se para encará-lo.
“Que noiva deslumbrante eu tenho!”