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Capítulo 718: Eu nunca quebro minhas promessas, Fabian.
“Agora me sinto mal pelo meu novo amigo. Parece que não poderei vê-lo por um bom tempo.”
Aries desceu lentamente ao chão, seus olhos ainda brilhando em preto. A escuridão em seus olhos lentamente se dissipou, apenas para revelar um par de olhos frios. Ela manteve os olhos sobre Fabian, sem dizer nada.
“Maléfica —” Terceiro parou a frase no meio quando uma força atingiu seu abdômen, lançando-o para longe. Ele não conseguiu reagir rapidamente, colidindo impiedosamente contra a Mansão Proibida.
“Muito barulho,” foi tudo o que Aries disse, olhos fixos em Fabian. “Agora está melhor.”
“Você não vai deixá-los ir?” perguntou Fabian, inclinando a cabeça para o lado, referindo-se àqueles que estavam presos no Mundo de Maléfica.
“Prometi a todos que lhes daria uma boa vida,” Aries falou devagar, caminhando em direção a Fabian. Ela parou a um braço de distância, examinando suas feições afiadas, mas refinadas. “Este mundo é tão cruel, não é? No meu mundo, eles terão paz. Não haverá guerras, problemas, ou mortes. Isso lhes trará felicidade.”
“Felicidade… isso não é algo que você pode dar ou impor às pessoas, minha senhora.”
“Mas eu sou a rainha deles.” Aries deu um passo adiante, colocando a mão sobre o peito de Fabian. “Você me empunhou por muitos anos, Fabian. Você entende o sofrimento de todos; você já viu isso. Este mundo é injusto, mas no meu mundo? Eles eram todos iguais.”
“Quem é você?” Fabian estreitou os olhos, inclinando a cabeça para o lado. O toque dela era familiar, já que ele havia segurado sua lança escura por muito tempo, mas o olhar nos olhos dela era estranho. Era difícil identificar. “Maléfica? Aries?”
“Eu sou as duas. Aquela que ambos negaram porque acreditaram cegamente na falsa bondade que restava neles. Essa bondade não existe, Fabian. Ela foi tirada, roubada deles. Você deveria saber disso, se apenas não negasse a realidade.”
“Eu nunca neguei a realidade.”
“Até que você colocou seus olhos em mim.” Aries ergueu o queixo, seu tom cheio de certeza. “Você nunca negou a realidade até me ver e dizer a si mesmo que preferiria morrer a seguir e acreditar em alguém como Marsella.”
“Eu não sou Marsella, no entanto.” Ela balançou a cabeça de lado. “Eu não planejo usar você para mexer com alguém apenas porque ela sentia inveja de sua irmã.”
Aries se aproximou, ainda mantendo os olhos presos aos dele. Ela então pressionou um dedo contra o peito firme de Fabian, piscando as pestanas com delicadeza.
“Eu sou melhor do que Marsella, do que Máximo, do que os Grimsbanne. O sangue Barrett que corre nesse corpo sabe disso muito bem.” O canto de seus lábios se curvou sutilmente. “Paz… é a única coisa que busco. Mas essas pessoas simplesmente arruinaram tudo o que eu preparei para elas.”
“Eu ofereci bondade e eles retribuíram com vileza. Eles me roubaram de tudo, me violaram como bem entenderam, me mataram repetidas vezes e implicaram com aqueles que me seguiram.” Tristeza e raiva rodavam em seus olhos enquanto ela franzia a testa. “Eu estou cansada disso, Fabian. Estou tão cansada de suas imprudências, como crianças que nunca tiveram ideia de como fazer as coisas corretamente.”
“Então você planejou prender todos nesse mundo?”
“Prender é uma palavra tão forte que dá a ideia errada, meu querido.” Aries balançou a cabeça, quase sem piscar. “Eu estou oferecendo a eles uma nova vida. Uma vida que é dez vezes melhor do que a que todos nós conhecemos.”
“Os corpos deles vão morrer.”
“Isso importa? Eles ainda podem sentir tudo e saborear tudo. Eles respiram e vivem. É quase o mesmo. Qual é a diferença?”
Fabian analisou Aries, apertando os lábios em uma linha fina. Uma camada de frio cobriu sua expressão, entendendo como ela estava distorcida e cega no momento. Aries não mentiu quando disse que era tanto Maléfica quanto Aries.
Aries nunca foi uma boa pessoa. Ela era alguém que lutava muito para derrotar seus demônios, para fazer-se acreditar que seu passado não a assombrava até hoje. Seu passado traumático… nunca lhe concederia paz, especialmente se a vida que escolheu nunca conhecesse o rosto da paz.
Então esta era Aries com toda sua escuridão amplificada, sua racionalidade nublada, destinada a nunca ver o nascer do sol.
“Eles não morrem,” respondeu Fabian calmamente. “Essa é a diferença.”
“Foi ruim?”
Sim. Com certeza. A morte fazia parte do ciclo da vida. Assim como o tempo e o crescimento, mas ele percebeu que não havia sentido em tentar fazer ela entender. Este não era o momento certo para isso.
“Você pode me matar agora.” Fabian abriu ambas as mãos para os lados num gesto de rendição. “Eu acho que nós perdemos.”
“Não, nós não perdemos. Estamos apenas começando.” Aries balançou a cabeça, inclinando seu corpo superior para o lado, sorrindo. “Eu ainda tenho que lidar com aquele demônio ali. Eu me pergunto se ele e Marsella seriam úteis ou… se seria melhor que estivessem mortos.”
“Eu não serei útil.”
Aries endireitou as costas, sorrindo para Fabian. “Você será, Fabian. Eu nunca desperdiço um talento como o seu.”
No momento que essas palavras saíram de sua boca, uma sombra escura lentamente envolveu a lança de Fabian mais uma vez até que ele sentisse a incrível escuridão de Maléfica. Fabian olhou para sua lança e linhas profundas apareceram entre elas.
“Eu nunca quebro minhas promessas, Fabian.” Sua voz suave fez com que ele a encarasse novamente. “Eu não planejava tirá-la de você. Pelo menos, não permanentemente.”
“Não fique mais zangado.” Aries segurou sua face magra com as mãos e sorriu. “Eu não quis provocá-lo dessa forma.”
Seu semblante neutro permaneceu o mesmo, mantendo os olhos fixos nela. Um suspiro raso escapou dos seus lábios, satisfeito que ela não tirou sua amada arma. Embora agora houvesse uma leve diferença nesta lança escura.
Ele podia sentir, ouvir e conhecer o coração dela.
“O que você quer que eu faça, Aries?” seus lábios se abriram, exalando suas palavras de forma calma.
Sua pergunta colocou um sorriso em seu rosto. “Capture-os.” Suas pálpebras abaixaram, sorrindo. “Todos eles.”
“Como você desejou.”
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[ Mundo de Maléfica ]
“Aries!!!!” Abel rugiu com toda a força de seus pulmões, de pé no meio do salão de banquetes ao ver que o corpo de Aries não estava mais ali. Joaquim estava ferido e respirava com dificuldade ao lado, mas Dexter, com quem ele já havia lutado, havia desaparecido.
“Aries Grimsbanne.” Os olhos de Abel incendiaram, olhando ao redor do banquete que estava completamente revirado como resultado do feroz duelo entre Dexter e Joaquim. Ele cerrou o punho, rangendo os dentes, sabendo que ficaria preso neste mundo sem ela.
“Sua Majestade.” Conan engoliu seco, olhando para o perfil de Abel. “Parece que a única saída deste mundo é que Isaiah encontre um caminho.”
Abel estava ciente disso, mas seu corpo ainda tremia de raiva ao pensar nisso.
“Ela melhor se preparar quando eu sair daqui…” Abel exalou, com a voz tremendo de uma raiva indescritível. Ele esticou o pescoço de um lado para o outro. “… Vou prendê-la da próxima vez.”
Conan apertou a mandíbula, estudando o fogo invisível que envolvia o corpo de Abel. Ele olhou ao redor. Tudo estava um caos, e os convidados ainda estavam inconscientes no chão.
‘Parece que nós ficaremos em sono profundo até que alguém no mundo real faça algo,’ veio à mente de Conan, deixando sair um suspiro profundo, certo de que eles ficariam ali por algum tempo… ou para sempre.
Não havia como prever.
Eles só poderiam esperar que aqueles deixados no mundo real, como Isaiah, fizessem algo sobre este problema.
Até lá… poderiam apenas deixar tudo nas mãos do destino.
— FIM DO VOLUME 4 —