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Capítulo 717: Tudo foi planejado desde o início
Fabian Barrett. Esse era o seu nome.
Um jovem garoto que nasceu nos becos de terras abandonadas. Ao crescer, Fabian era fraco e nada mais que uma presa para os fortes. Se não fosse por seu irmão mais velho, Fabian teria morrido há muito tempo. No entanto, por causa disso, seu irmão teve que recorrer a métodos extremos apenas para proteger seu irmão mais novo de ser machucado.
Sentindo-se culpado por ser a causa da desgraça de seu irmão, que poderia ter alcançado muito mais na vida do que suas brigas diárias, Fabian deixou sua casa. Agora um jovem homem, o rapaz precisava encontrar maneiras de sobreviver sozinho ou, talvez, apenas morrer, já que morrer era tão terrível quanto viver. Mas, ao invés de encontrar formas de morrer ou viver, Fabian simplesmente perdeu sua sanidade neste mundo cruel e indomado.
Foi então que ele encontrou ela.
Uma mulher que estendeu suas mãos manchadas de sangue para ele, oferecendo-lhe poderes e controle em suas mãos. Tudo o que ele precisava fazer era segurar sua mão.
Então, como qualquer homem preso em sua própria mente e impotência, ele estendeu a mão para ela. No momento em que seus dedos envolveram a mão manchada de sangue dela, os lábios dela se curvaram em um sorriso astuto, e foi nesse instante que ele soube que estava vendendo sua alma ao diabo.
Essa mulher, que nunca disse seu nome a ele, ensinou-lhe coisas cruéis. Por exemplo, foi ela quem o ensinou onde golpear para matar seu oponente instantaneamente, ou o que fazer para incapacitar alguém sem matá-lo. Ela mostrou-lhe métodos, pavimentando o caminho sangrento, que ele seguiu de bom grado até alcançar uma posição que nunca imaginou que conseguiria atingir.
Um lacaio do rei.
Em troca do poder e controle que a mulher lhe havia dado, seu papel no acordo era causar problemas para o rei. No entanto, o rei não era seu verdadeiro alvo, mas sim a Rainha. O nome dela era Ameria Grimsbanne La Crox.
Nas sombras, uma leve manipulação poderia levar a uma reviravolta inimaginável até que a família real desmoronasse. Muitos relacionamentos se arruinaram, e por alguma humor distorcido que o destino lhe lançou, o irmão de Fabian teve um caso especial com outro membro da realeza.
Era tarde demais para Fabian desistir, porque Maléfica, a lança que essa bruxa lhe deu, havia despertado seu desejo lascivo por sangue. Sem matar alguém, Fabian tinha certeza de que essa arma o devoraria. As almas presas na lança escurecida o devorariam, para ser mais preciso.
Sabendo que seu caminho seguia uma rota única, Fabian teve que assumir o controle das coisas com suas próprias mãos. Consciente do destino da família real, ele teve que destruir o relacionamento de seu irmão com uma princesa e cumprir sua parte do acordo.
Havia apenas uma maneira de ganhar controle total e isso era ser capaz de empunhar Maléfica com domínio total. Por si mesmo e pelo irmão que havia prejudicado, Fabian assumiu de bom grado o papel de vilão na escuridão.
Tudo estava claro para ele… mas o que ele e essa bruxa não esperavam era um príncipe emergindo do inferno e tomando as rédeas. Se não fosse por este príncipe, Fabian tinha certeza de que não estaria parado neste império com a intenção de ver uma garotinha. Talvez ele acabasse seguindo junto com essa bruxa chamada Marsella.
“Eu fiz muitas, muitas coisas por Maléfica,” sussurrou Fabian em sua mente, observando o manto escuro envolver o corpo de Aries e levantá-la. “E ainda assim, você ousa tirar isso de mim.”
Não era como se Fabian não tivesse ideia do que poderia ter acontecido. No momento em que ele pisou neste império e colocou os olhos em Aries pela primeira vez, ele soube que não deveria olhar diretamente nos olhos dela. Ele veio por Sunny, não para causar problemas ou ser forçado à passividade da situação.
Ele odiava isso mais que tudo.
Foi por isso que Fabian ficou parado por meio ano, mantendo distância e verificando o bem-estar de Sunny de tempos em tempos. Sua jovem senhorita estava mimada dentro do palácio real, e o imperador era muito afeiçoado a ela, então ele não sentia vontade de levá-la embora.
Que mais? A tensão crescente por trás do império era tão evidente que até um estrangeiro como ele podia sentir. Mas então, com a chegada de Máximo, Fabian já tinha adivinhado que não poderia evitar essas pessoas como antes. Ele teria que mostrar sua face de uma forma ou de outra: primeiro, para proteger sua pequena senhorita, Sunny. E depois, o segundo motivo era encontrar uma maneira de coexistir com outro portador de Maléfica, ao invés de simplesmente se matarem.
“Você quebrou sua promessa, Aries,” Fabian soltou, impassível diante do grito cortante que Aries lançou, que carregava uma forte rajada de vento.
O manto escuro envolvendo sua lança desapareceu lentamente, deixando-a como uma lança normal. Embora ainda houvesse uma tênue escuridão ao redor dela, segurá-la não dava a mesma dor e mordida que Fabian estava acostumado.
Agora tudo fazia sentido, ele pensou.
Maléfica, como um todo, era um poder por si só. Poderia ser usado para o bem se o portador fosse bom por natureza. Mas como Fabian, que empunhava a lança escura e a alimentava com as almas, lamentos, rancores e a escuridão de suas vítimas, ela estabelecia as bases para o caminho que Maléfica seguiria ao retornar ao seu dono original.
Escuridão.
Certamente, Máximo e Marsella haviam pensado nisso por muitos anos, já que fazia muito tempo desde que Fabian havia reivindicado a posse desta lança. Usando Aries, que passou pelo inferno no Império Maganti, essa escuridão que ela havia suprimido explodiu incontrolavelmente.
Os gritos de Aries criaram ondas de choque pelo império, causando tremores no chão. Dor, uma dor inimaginável. Isso era o que os gritos dela soavam até que lentamente começaram a soar como raiva.
Fabian teve que cobrir um dos ouvidos para abafar o barulho enquanto seus gritos quebravam todas as janelas do palácio imperial e tudo que era frágil.
Fabian prendeu a respiração, ignorando as risadas maníacas do Terceiro atrás dele. Ele manteve seus olhos em Aries, e para sua surpresa, o manto escuro que não entrou em seu corpo formou asas negras em suas costas. Os gritos cessaram, mas os ecos continuaram.
“Agora eu me sinto mal pelo meu novo amigo. Parece que não poderei vê-lo por um bom tempo,” murmurou Fabian, pensando que Abel estava prestes a ter um descanso selvagem.