Capítulo 713: Mestre da Enganação
[ MUNDO MALÉFICA: Mundo dos Espíritos ]
Abel e Fabian trocavam golpes como se nada mais importasse. Um atacava e o outro bloqueava. Era seguro dizer que eram igualmente fortes e rápidos em termos de combate.
“Você não é terrível!” exclamou Abel com os lábios se esticando de orelha a orelha até que seus dentes aparecessem, avançando enquanto ambas as armas estavam entre eles. “Empolgante!”
Fabian sorriu até que seus olhos parecessem linhas finas. “Já faz um tempo desde que duelar sem me segurar me animou.”
“Está dizendo que meu sobrinho é… tão decepcionante quanto eu pensava?”
“Ele não gosta tanto de lutar assim.”
“Lento, é?”
“Arrogante.”
Abel riu, pulando para trás vários metros de Fabian, e este fez o mesmo. “Não estou surpreso. Nossa família é só cheia de pessoas estranhas.”
“Estou bem ciente disso.” Fabian manteve seu sorriso.
Neste ponto, por algum motivo, os dois encontraram o mesmo equilíbrio durante sua troca intensa de golpes. Ninguém poderia realmente entender como as coisas se desenrolaram entre eles. Diferente da primeira impressão, eles eram mais tolerantes com a presença um do outro.
“De qualquer forma, deveria matar você aqui?” Abel inclinou a cabeça para o lado, seus olhos repletos de pura curiosidade.
Fabian apenas sorriu, e quando piscou, Abel já estava investindo à sua frente. No entanto, ele não se mexeu e simplesmente fechou os olhos, não para antecipar a dor, mas porque havia sentido algo do outro lado deste mundo.
Os dedos de Abel estavam esticados e vinham na direção da cabeça de Fabian. Mas a poucos centímetros de agarrar seu rosto, sua palma parou, pairando a dois centímetros do rosto de Fabian. Abel inclinou a cabeça para o lado, piscando quase inocentemente.
“Isso não é justo, Fabian,” disse Abel preguiçosamente. “Como você pode simplesmente me deixar aqui assim?”
“Foi bom encontrar você, Sua Majestade, mas acho que você deveria acordar. Aquela irmã sua é um demônio atento. Posso sentir ela aqui também,” Fabian falou com os olhos fechados, fazendo Abel franzir a testa. “Eu o vejo do outro lado.”
“Até que eu quero brincar com ele, já que lutar com ele faz a aura de Maléfica ficar menos repugnante,” murmurou Abel, observando Fabian cair de costas e depois aterrissar no chão com um baque. Ele olhou para baixo, vendo o corpo de Fabian se dissipar no ar como pó até diminuir em opacidade.
Não demorou muito para que o homem deitado de costas desaparecesse, como se nunca tivesse estado ali.
Abel soltou um suspiro raso, piscando, olhos no chão. “Que pessoa bacana,” ele refletiu em voz baixa, erguendo os olhos para olhar ao redor. “Talvez eu estivesse pensando demais. Maléfica não parecia tão repulsiva assim, uma vez que me acostumei com sua presença.”
Na verdade, Abel tinha certeza de que, se Aries despertasse sua bruxa, haveria problemas entre eles. Ele não sabia exatamente o que, mas mal podia suportar Fabian a princípio. E o fato de Fabian ser apenas o portador de uma pequena parte de Maléfica era alarmante.
Mas depois do duelo com Fabian, Abel se sentiu um pouco mais à vontade. Ele podia lidar com isso; ele precisava, se não quisesse perder sua esposa, o amor de sua vida, sua única e verdadeira.
“Bem.” Abel olhou ao redor para procurar Conan, apenas para vê-lo enfrentando Máximo. Ele não prestou atenção neles enquanto seus olhos procuravam pela área.
Marsella havia desaparecido.
“Aquela diabinha.” Abel esticou o pescoço de um lado para o outro, fechando os olhos enquanto tomava um fôlego profundo. “Acho que é hora de voltar.”
Abel manteve os olhos fechados, parando seu próprio coração de bater para despertar no mundo real. Mas, no entanto, ele não acordou. Quando reabriu os olhos, ainda estava em pé na vasta extensão. Conan e Máximo ainda estavam lutando.
“Conan!” ele gritou e, naquele segundo, o corpo de Máximo aterrissou no chão. Fogo encheu os olhos de Abel, fixando seu olhar na espessa poeira que ascendia sobre o corpo de Máximo.
“Sua Majestade,” chamou Conan, aterrissando a vários metros de Conan. “O que foi?”
“Um problema.” Os olhos de Abel se afiaram, observando a silhueta de Máximo por trás da espessa poeira. Antes de poder dizer o problema a Conan, eles ouviram a risada maligna de Máximo. Os dois mantiveram os olhos fixos no último até que Máximo saiu da fumaça densa.
“Tempo.” Máximo balançou a cabeça enquanto mantinha contato visual com os dois. “Eu já havia dito antes, Abel. Esperei por este dia por muito tempo.”
Seus lábios se esticaram em um sorriso sinistro até que seus dentes apareceram e seus olhos brilhavam. “Você realmente acha que seu joguinho vai funcionar? Eu considerei toda rota provável que vocês todos poderiam tomar juntos.”
“Tenho observado, Abel. Desde o início até agora,” continuou, rindo com os lábios fechados. “Você pensa que tudo foi pura coincidência? Seu encontro, e como você estava lá antes daquela noite da cúpula? Ou deveria dizer como aquelas cordas que a prenderam por anos se soltaram?”
Rugas profundas se formaram entre as sobrancelhas de Abel e Conan, absorvendo as palavras de Máximo como uma esponja. Ambos os homens entenderam o que Máximo estava se referindo.
No passado, quando Aries acabara de pisar no império, ela teve sonhos. Naquele sonho, Aries estava em uma gaiola e Abel entrou na sala onde sua gaiola estava. Eles conversaram um pouco, e ele a encorajou a conhecê-lo. Isso já era passado e quase não tinha propósito, mas agora que Máximo estava falando sobre isso, uma realização atingiu Abel e Conan.
Aquela cúpula, Aries e seu encontro não foram puramente coincidência.
Quando essas realizações surgiram em Abel e Conan, eles sentiram essas cordas invisíveis presas às suas articulações. Por algum motivo, Máximo parecia maior do que um gigante, como um mestre manipulador, fazendo todos dançarem ao seu ritmo.
“Filho da mãe…” sussurrou Abel, mas agora ele não podia sorrir. “… agora você a fez.”
O sorriso de Máximo se alargou, sentindo mais força saindo das costas de Abel. Mas em vez de pânico, seus olhos estavam cheios de empolgação, espalhando os braços bem abertos.
“Venha, Ira!” Máximo provocou em voz alta. “Dance!”